C9 - Querido Pássaro

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Narrador On
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Era a segunda vez que acordavam juntos, no mesmo quarto, na mesma cama. Houve um intervalo de apenas uma semana desde a última vez.

Todo o mundo parecia um caos. Arya estava nas mãos dos homens do Montanha e dos Lannisters em Harenhall; Catelyn e Brienne presenciaram a morte de Renly Baratheon; Jon Snow estava perdido ao Norte da Muralha junto de Ygritte; Entre demais acontecimentos por Westeros.

Ainda assim, a maior preocupação do Clegane e da Targaryen, era o contato de seus corpos. Mas o que poderiam fazer? Eram meros membros da Guarda Real, que nem sequer tinham títulos de cavaleiros. Estes assuntos não lhes interessavam, não poderiam evitar o assassinato de Renly, não poderiam ajudar Jon Snow, não poderiam salvar Arya, na verdade, nem tinham ideia destes fatos.
Sabiam apenas o que ocorria por Porto Real e o que ouviam na corte, mas no geral, seus deveres eram escoltar o Rei e a futura rainha, diariamente.

Sandor tinha de aturar Joffrey, junto de Meryn Trant, como sempre fizera.
Maelys voltara a acompanhar Sansa com maior freqüência, a mando de Tyrion.
Quando não precisavam seguir ninguém pelo castelo, aproveitavam o tempo sozinhos, cada um em seus aposentos, ou íam para uma taverna qualquer.

Nas poucas vezes que se encontravam a sós, não tinham realmente muito do que conversar, fofocavam as vezes, mas nenhum dos dois tinha muita informação ou opinião sobre determinados assuntos.
Quando decidiram sobre o que falar, foi discutido nos aposentos do homem, com a porta trancada e as roupas jogadas pelo cômodo.

Apesar de ambos sentirem algo um pelo outro, que ainda não determinaram ser atração romântica ou apenas sexual, não se consideravam amantes. Nunca conversaram sobre o que eram, na verdade. Apenas ficaram juntos, se divertiram e até cuidaram um do outro após o ato, mas nunca admitiram nenhum tipo de sentimento como paixão. Era inevitável que teriam uma maior intimidade, não se importando de ver um ao outro em certas situações ou de fazerem piadas sobre certas coisas, cortejos tornaram-se mais comuns e recorrentes entre os dois.

Mas, o fato de nunca terem verbalizado suas emoções, não significa que não as sentissem.

Maelys sentia um frio na barriga quando flertavam, quando tinham momentos íntimos. Se sentia bem perto do Clegane.
Nunca esquecera do que ocorrera há 10 anos, este assunto ainda a afetava, e a raiva voltava se falassem sobre isto, porém, já não era tão cega pelo ódio, e agora entendia melhor que o homem apenas seguia ordens, não era ele quem deveria odiar tanto.
Viserys, seu irmão, nem mesmo era tão próximo dela. Claro, continuava a ser um ente querido, mesmo que não tivessem uma boa relação. Mas Viserys estava morto, e se fosse ressentir pela morte de todos seus familiares e conhecidos, e odiar os responsáveis por isso, jamais teria oportunidades de viver um pouco da vida. Já não tinha tanta liberdade devido a seus juramentos, mas se aprisionaria mais ainda se nunca superasse o que acontecera.
Portanto, decidira dar uma chance ao Cão. Uma chance de se aproximar da Targaryen, como este tentara nos últimos 5 anos, de forma sutil e cautelosa.

Sandor por sua vez, também gostava da companhia da mulher. Nunca tivera amigos próximos, tanto por escolha própria quanto por escolha alheia, era acostumado com o fato das pessoas o temerem, e passou a não se importar. Não sabia manter ou iniciar uma amizade, muito menos um relacionamento.
Tinha interesse na mesma desde que esta havia terminado seu treinamento e se juntado a Guarda Real. Jamais imaginara que chegariam onde estão atualmente, então não fazia muitos esforços para se aproximar dela, além da repulsa e ódio notável apenas em seu olhar.
Mas conforme os anos se passavam, a atração pela platinada aumentava, a cada dia se tornava uma mulher-feita, o fato de ser tão guerreira quanto ele a fazia mais atraente à sua perspectiva.
Não tinha muitas preferências no quesito de atração, nunca se importara com esse tipo de coisa, na verdade. Poucas vezes que se deitara com prostitutas nos bordéis fora apenas por muito desejo acumulado, o que não ocorria com muita frequência. Sempre que uma mulher se sentava em seu colo e o provocava, este simplesmente não se importava, nem olhava em seu rosto, apenas continuava bebendo ou comendo, diversas vezes as espantava, mesmo que fosse a mulher mais bela do lugar.
Mas algo sobre Maelys o atraía, não sabia se era o desejo de vingança que tinham em comum, se era sua beleza de rosto e corpo ou sua personalidade reservada e misteriosa, mas algo nela o fazia sentir-se diferente.

The Dragon & The HoundOnde histórias criam vida. Descubra agora