C10 - A não queimada.

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Narrador On
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Após o ocorrido com Sansa, Maelys ficou um tanto aborrecida com o Clegane, apesar da atitude do homem ser previsível. Nas poucas vezes que conversaram, manteve-se mais fechada, tornando as conversas ainda mais tediosas e sem assunto.

Sandor não se importava com aquilo, ao menos não o suficiente para tentar resolver, agia normalmente com a garota. Fizera o que era seu dever, e não se arrependia disto. Também queria proteger Sansa e entendia que a menina não merecia passar por tudo o que passava, porém, tentar esconder algo inevitável de acontecer um dia era besteira.

Apenas dois dias após esta situação, Maelys sonhara novamente.

Agora, uma pira estava montada onde reconheceu ser o Septo de Baelor. Os quatro ovos de dragão estavam no centro da pira. Mais uma vez, foi como se piscasse, e então tudo queimava. Havia três pessoas amarradas, gritando enquanto o fogo as consumia, já não era possível ver os ovos, cobertos pelo fogo. Quando se virou, lá atrás havia uma multidão de plebeus observando o que ocorria, Guardas da Cidade separavam o povo da realeza, criando uma barreira com os próprios corpos.
Joffrey estava bem na frente, olhando diretamente para a Targaryen com um sorriso sádico. Sandor estava ao lado deste, a olhando assustado. Reconheceu Cersei, Tommen, Sansa, Bronn, Tyrion, o Pequeno Conselho e os outros quatro membros da Guarda Real, a observando.
Virou-se para a enorme fogueira à sua frente, atraída pela chama, se dirigiu até ela, até que fosse consumida pelo fogo, como as outras três pessoas, que não mais gritavam.
Crac!, ouviu de repente, parecia o som de uma rocha se partindo ao meio. Crac!, ouviu novamente, Crac!, agora, mais alto. Demorou alguns segundos mais até que ouvisse o quarto Crac!, este soou como um trovão.

Então acordou assustada, o coração acelerado. Esta noite estava calor, então não havia se coberto, mas ainda assim, suava, seu corpo estava mais quente que o normal.
Talvez fosse apenas uma febre, mas isso não importava. Levantou-se e foi se aprontar para começar mais um dia.

Esta fora mais uma das raras vezes que estava distraída enquanto se dirigia aos aposentos da menina Stark. Pensava sobre seus sonhos, os que tivera com os dragões e agora este.
Antes tinha um sentimento de atração pelos ovos sem entender o motivo, mas agora sentia que entendera o que deveria ser feito com eles. Mas antes precisava ter certeza de que era o que pensava.

- Bom dia, milady. - Disse a Sansa quando esta se retirou de seus aposentos.

- Bom dia. - Respondeu, começando a andar pelos corredores.

- Milady, preciso lhe fazer uma pergunta. - A acompanhou.

- Pode dizer.

- Por que não vamos à biblioteca? Quase nunca vai até lá, seria um bom passatempo. - Sorriu gentilmente quando a ruiva se virou.

- Pode ir até lá sozinha, se assim desejar.

- Não, devo permanecer ao seu lado, milady.

- Tudo bem, então, eu irei com você. - Sorriu, então seguiram para o cômodo citado.

Chegando lá, Maelys procurou por qualquer coisa que falasse sobre dragões ou magias de sangue. Recordava-se de sua mãe a contando sobre as magias de sangue feitas por cavaleiros de dragões para que garantissem que montassem nestes animais tão perigosos, ou apenas para que eles chocassem sem problemas. Ao menos era algo assim que lhe fora ensinado, então gostaria de achar uma fonte mais confiável que suas memórias para ter certeza que isto era verdade.

The Dragon & The HoundOnde histórias criam vida. Descubra agora