O Início de Uma Paixão

13 6 8
                                    

  
Aquelas estavam sendo as melhores férias da vida de Alana também. Ganhar um novo amigo fez toda a diferença. Ela gostava de Arthur porque ele era inteligente, divertido e um bom amigo. Agora eles eram um quarteto inseparável.

Alana e os amigos estavam ansiosos para ir ao festival de inverno da cidade. Era uma festa grande, onde havia muita diversão, shows, pula-pula, roda gigante, carrinho de bate-bate e muitos outros brinquedos. Eles contaram tudo sobre o festival para Arthur, que nunca tinha ido e ficou curioso e ansioso como eles. Os quatro passavam os dias brincando e planejando tudo que fariam no festival, contando os dias para que chegasse logo.

Finalmente, o fim de semana que seria o penúltimo antes do fim das férias,chegou trazendo consigo o tão esperado festival. A festa estava em pleno vapor, cheia de cores, música e risos de crianças. Alana, com um vestido branco e trancinhas no cabelo, se destacava entre a multidão.Sentada junto aos pais, ela já estava se sentindo entediada e cansada de tirar fotos. Queria ir brincar, mas a mãe queria registrar aquele momento. Foi quando, de longe, viu os amigos Bruno, Lara e Arthur brincando com outras crianças do bairro.
Eles também a viram sentada em uma mesa com os pais, e Arthur se aproximou e pediu:

— Tia, a Alana pode ir brincar com a gente, por favor? É que ela faz falta na brincadeira — disse ele, apontando para Bruno e Lara que esperavam mais adiante.Diante daquele pedido tão fofo, Marcela, a mãe de Alana, não teve como negar. A filha já pegou na mão do amiguinho e saiu correndo imediatamente. Brincaram muito e riram juntos até doer a barriga.

   Alguém teve a ideia de apostar  corrida e, no meio da disputa, Alana caiu. Foi uma queda tão feia que rasgou a meia-calça que ela usava e ralou seus joelhos. Arthur, que estava na frente, parou de correr e voltou para ajudá-la. Sempre foi um menino alto e forte, conseguindo levantar ela pois era uma menina pequena e magrinha. Quando viu a meia-calça rasgada e os dois joelhos sangrando, disse calmamente:

— Eu cuido de você. Vou contar que a culpa foi minha, não vou deixar sua mãe brigar. Vem comigo — disse ele, passando a mão por baixo dos ombros dela para ajudá-la a andar.

Naquele momento, algo dentro dela se agitou, um sentimento novo que ela não conhecia, mas seu estômago parecia que tinha borboletas fazendo cócegas. De longe, a mãe de Alana percebeu que a filha tinha se machucado e já foi ajudar.
Antes que ela pudesse falar, Arthur disse:

— Tia, não briga com ela, a culpa foi minha. Eu dei a ideia de correr, mas eu cuido dela e prometo.

Marcela nunca brigaria por uma queda, pois crianças são crianças e cair faz parte do aprendizado. Ela apenas respondeu:

— Tudo bem, rapazinho, já que insiste.Ele olhou para Alana e sorriu.

O coração dela parecia que ia errar as batidas.A mãe e Arthur a ajudaram a chegar em casa. A mãe limpou os joelhos dela e fez os curativos, enquanto ele, como prometeu, ajudou com tudo e segurou a mão dela na hora de passar aquele remédio que arde. Depois, voltaram para a festa. Ele se sentou com ela e, enquanto todas as outras crianças do bairro brincavam e corriam, permaneceu o resto da festa segurando a mão dela e brincando de forma mais calma. Quando andaram na roda-gigante, Alana encostou a cabeça no ombro dele, que a abraçou, e ficaram olhando as estrelas. O coração de Alana se encheu de uma emoção que ela desconhecia. Aquela foi a noite em que Alana se apaixonou por ele mesmo ainda não sabendo o que isso significava.


----------------

Na manhã seguinte, quando a mãe foi levar Alana na casa da babá, foi Arthur que atendeu a porta e, mais uma vez, repetiu:

— Pode deixar, eu vou cuidar dela hoje, viu, tia? E prometo que não vou deixar ela cair.A avó estava logo atrás, claro, sorrindo.Marcela apenas disse:

Para Sempre com Amor e Fé   Onde histórias criam vida. Descubra agora