Laços de Tolerância

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  Depois que Arthur foi embora, Alana observou enquanto Lara e Bruno também se dirigiam para casa. Marcela e João estavam ao lado da filha, garantindo que todas as crianças chegassem em segurança. Com a certeza de que estavam todas bem, viraram-se para entrar em casa, mas Alana, com uma expressão confusa, começou a falar sobre o que Arthur havia contado no sábado.

— Mamãe, papai — começou Alana, franzindo a testa — Arthur disse que a mãe dele não gosta que ele venha para cá e que não pode ser nosso amigo, porque somos de religiões diferentes. Isso é verdade?

João e Marcela trocaram um olhar significativo. Eles sabiam que aquele era um momento crucial para ensinar à filha sobre a diversidade e a importância do respeito.

Marcela, com a voz suave e cheia de paciência, começou a explicar:

— Filha, existem muitas religiões diferentes no mundo. Cada uma tem suas próprias crenças e formas de adorar a Deus. Algumas pessoas, como a mãe do Arthur, têm opiniões muito fortes sobre sua própria religião e, infelizmente, isso faz com que não aceitem as crenças dos outros. Isso se chama intolerância religiosa.

Alana, ainda com o rosto franzido de confusão, perguntou:

— Mas por que as pessoas pensam assim? Não é tudo sobre Deus?

João se ajoelhou ao lado de Alana, olhando-a nos olhos com seriedade e carinho.

— Sim, meu amor, é tudo sobre Deus. Mas o jeito que as pessoas adoram a Deus pode ser diferente. E algumas pessoas acreditam que só a maneira delas é a certa. Mas o que realmente importa é o amor, a bondade e o respeito que mostramos aos outros.

Marcela assentiu e completou:

— É importante lembrar que não devemos julgar ou excluir ninguém por causa da religião. Deus nos ensina a amar e respeitar a todos, independentemente de suas crenças.

Alana pensou por um momento, assimilando as palavras dos pais. Então, com uma expressão determinada, disse:

— Eu nunca vou pensar assim. Quero sempre ser amiga do Arthur, e de qualquer um e não importa a religião.

João sorriu, orgulhoso da maturidade da filha.

— Isso é ótimo, Alana. E nós sempre estaremos aqui para ajudar, dentro do possível.

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   Enquanto isso, na casa de Bruno, ele também estava confuso com as palavras de Arthur. Sentado na sala com seus pais, Clara e Felipe, ele contou o que havia ouvido.

— Arthur disse que a mãe dele acha pior ainda que a gente não vá a nenhuma igreja. Por que a gente nunca vai a uma igreja?

Clara, calma respondeu:

— Bruno, existem muitas religiões e formas diferentes de ter fé. Nós não vamos a nenhuma igreja porque não acreditamos na existência de Deus. Mas isso não significa que não respeitamos as religiões. Pelo contrário, acreditamos que cada pessoa deve encontrar seu próprio caminho para entender o mundo e a espiritualidade.

Felipe, sentando-se ao lado de Bruno, acrescentou:

— E você também deve respeitar todas as religiões, filho. Se você quiser conhecer algumas das igrejas da cidade, podemos levar você para conhecer. É importante aprender sobre diferentes pontos de vista.

Bruno, com os olhos brilhando de determinação, aceitou a proposta dos pais.

— Eu gostaria de conhecer, sim. Mas, sabe, eu tenho outros amigos na escola, tenho a Lara e a Alana, mas o Arthur só tem um amigo onde ele mora. Ficar sem ver a gente vai ser muito ruim, será que vocês podem falar com a mãe dele?

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