A Intrusa

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Arthur mandou uma mensagem no grupo deles avisando que viria no sábado. Isso já soou estranho para Alana, porque normalmente ele vinha na sexta-feira. Ele pediu que todos se reunissem na casa da vó dele, pois tinha uma surpresa.

No sábado, conforme combinado, todos foram para lá. Arthur já estava lá com o pai, abriu o portão para eles e abraçou os amigos. Um mês sem se verem havia causado muitas saudades.

- Cara, um mês é muito tempo! - Bruno exclamou, dando um tapinha nas costas de Arthur. - Parece que faz uma eternidade!

- Nem me fale! - Arthur respondeu com um sorriso. - Estava morrendo de saudades de vocês.

Alana, que já sentia um nó se formando no estômago, sorriu timidamente, tentando ignorar a ansiedade que crescia dentro dela.

Assim que entraram na sala, encontraram vó Júlia sentada no sofá conversando com uma moça que, com certeza, tinha a mesma idade deles. A garota era morena, de cabelos pretos e lisos bem compridos, olhos azuis e usava uma saia bonita, florida e bem comprida, junto com uma blusa fina de mangas, sem decote. Ao vê-los entrando, a moça sorriu e se levantou. Para o total desespero de Alana, Arthur foi para o lado dela, passou o braço pelos ombros da moça e disse:

- Gente, quero que conheçam a Gabriela, minha namorada. Gabi, esses são o Bruno, Lara e Alana, meus melhores amigos desde os 8 anos de idade.

Todos se cumprimentaram. Vó Júlia mandou todos se sentarem e disse que ia trazer um lanchinho. O pai de Arthur foi com ela para ajudar. Um silêncio constrangedor tomou conta da sala.

Alana não conseguia falar, estava usando toda a energia do seu corpo para segurar as lágrimas. Lara olhava para ela, sabendo exatamente o que ela estava sentindo, e Bruno parecia chocado. Foi Arthur que cortou o silêncio, jogando uma almofada em Bruno:

- Pode ir pagando, palhaço! Apostei que eu ia namorar primeiro que você e ganhei, ha ha!

Bruno jogou a almofada de volta e respondeu:

- Ah, para! Aquela aposta nem valeu!

- Ah, é esse tipo de aposta que os dois idiotas fazem? - Perguntou Lara, olhando feio para os dois.

Alana continuava lutando contra as lágrimas, provavelmente parecendo um robô com a cara travada no sorriso mais falso de sua vida, desde que entrou na sala.

- Ah, foi brincadeira, Lara. Não era uma aposta séria... - Defendeu-se Bruno. - O Arthur gosta de bancar o palhaço, tu sabe.

- Sei. - Respondeu ela, mantendo o tom neutro.

- Amor, relaxa. Eu nunca apostaria algo assim de verdade, você vale mais que uma aposta. - Disse Arthur, pegando na mão da namorada e dando um selinho de leve nela, que ficou toda vermelha.

- Ah, amor, para. - Respondeu Gabriela, sorrindo timidamente. - Seus amigos estão vendo...

- É, Arthur, para de ser fresco. - Disse Bruno, jogando outra almofada nele. - E aí, Gabriela, como foi que você deu o azar de namorar esse tonto?

- Tonto é você! - Retrucou Arthur, jogando outra almofada.

Alana queria vomitar. Sentiu o estômago revirar enquanto tentava processar o que estava acontecendo. De repente, uma memória de infância veio à sua mente: a tarde em que ela ouviu Arthur confessar que gostava de uma menina chamada Gabriela, Com tristeza, percebeu que provavelmente ele nunca a esqueceu.

- Ah, nos conhecemos desde crianças também, né, Arthur? - Começou Gabriela. - Na verdade, somos da mesma igreja, mas eu fui morar por uns anos em outro estado e voltei no início deste ano...

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⏰ Última atualização: Aug 22 ⏰

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