' sentimentos '

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A chuva batia nas janelas da biblioteca enquanto eu guardava o diário de Draco Malfoy na minha mochila. Sentia um peso na consciência, percebendo como minhas ações afetaram ele. Decidi mostrar isso aos meus amigos. Peguei alguns livros sobre sereianos e saí da biblioteca, ainda pensando sobre tudo aquilo que eu li.

Enquanto caminhava pelos corredores com a cabeça baixa, esbarrei em alguém. Levantei os olhos e vi que era Draco Malfoy. Ele estava sozinho, longe dos seus amigos.

— Olha só, Potter — Draco disse com um tom de desprezo. — Você usa óculos, não consegue ver por onde anda?

Meu sangue ferveu. — Mesmo sem óculos, eu ainda veria o quanto você é idiota de longe. Se eu fosse você, usaria mais o cérebro e menos a boca. E parava de encher o meu saco.

Draco me olhou surpreso, mas logo retrucou. — Só não esbarre mais em mim, Harry. — Antes que eu pudesse responder, Draco se virou e se afastou.

— Harry? — ele nunca me chamou assim, algo de errado não está certo.

Confuso e irritado, continuei meu caminho até a Sala Comunal da Grifinória. Encontrei Hermione e Ron lá. Hermione estava rodeada de livros e papéis sobre sereianos, enquanto Ron estava sentado à mesa, comendo um pedaço de frango.

— Oi, pessoal — eu disse, tentando esconder o desconforto. — Eu trouxe algo da biblioteca.

Hermione levantou os olhos, curiosa. — O que é, Harry?

— Claro que é um livro, veio da biblioteca — disse Ron, com a boca cheia.

Coloquei o diário sobre a mesa. — É o diário de Draco Malfoy.

Ron ergueu uma sobrancelha e deu uma rápida olhada. — Malfoy? O que ele escreveu? "Como ser um completo babaca em dez lições?"

— Ele estava... apenas contando seu dia a dia em Hogwarts — eu expliquei, com minha voz falhando.

Hermione começou a folhear o diário, seu olhar se tornando mais interessado. — Isso é surpreendente. Nunca imaginei que ele se sentisse assim.

Ron franziu a testa. — Isso parece muito estranho. Por que Malfoy deixaria um diário onde alguém pudesse encontrar? Ele quer dar um prêmio pra quem achasse?

— Não sei — admiti, embora algo dentro de mim dissesse que Draco estava sendo sincero. — Mas e se ele realmente estiver passando por isso?

Hermione ponderou. — Precisamos ser cuidadosos. Se isso for verdadeiro, então Draco está mais vulnerável do que imaginávamos. Mas não podemos ignorar a possibilidade de ser uma pegadinha.

Naquela noite, depois que Ron foi para a cama, Hermione e eu nos reunimos novamente para ler mais do diário. Ela abriu em uma nova página e começou a ler em voz alta.

Entrada do Diário de Draco: — Segundo ano em Hogwarts. Não consigo tirar aquele sorriso da minha cabeça. Ele é como uma luz em meio à escuridão.

Hermione parou, olhando para mim com os olhos arregalados. — Ele está falando de você?

— Não pode ser — respondi, embora meu coração batesse mais rápido. — Talvez ele esteja falando de outra pessoa.

Hermione continuou a ler. As páginas seguintes estavam cheias de frases como "Seus olhos são como esmeraldas" e "Gostaria de poder falar com ele, mas o que ele pensaria de mim?".

Hermione riu e continuou: — "Quando ele sorri, é como se o sol nascesse de novo", e "Seus cabelos são como ouro puro", nossa, Draco tá bem poético.

Eu ri, tentando ignorar o calor que subia pelo meu rosto. — Isso é... sobre você, Harry — Hermione disse, quase sem acreditar. — Malfoy está apaixonado por você.

Eu fiquei olhando para Hermione, tentando processar tudo. — Então... Malfoy... gosta de mim?

— Parece que sim. — Hermione sorriu de forma travessa. — Acho que alguém tem um admirador secreto.

— Admirador secreto? Draco Malfoy? — Eu ri, mas o som saiu mais nervoso do que eu pretendia. — Isso é bom?.

Hermione deu um tapinha no meu ombro. — Bem, pelo menos agora sabemos por que ele sempre está por perto. Ele não está tentando te destruir, está tentando te impressionar!

— Impressionar? Com aquelas caretas e ofensas? Ele precisa rever as técnicas.

Hermione riu. — Talvez ele só precise de um empurrãozinho. Ou talvez de uma aula intensiva de "Como não ser um idiota".

Eu revirei os olhos, mas uma pequena parte de mim não pôde deixar de se sentir curiosa. — Acho que teremos que prestar mais atenção a ele de agora em diante.

Hermione sorriu. — Vamos ver mais do que ele escreveu. Quem sabe, pode haver algo útil.

Ela abriu o diário em uma nova página.

— Escuta isso: "17/11/1993 Hoje, ele sorriu para mim, e eu quase desmaiei. Como ele pode ser tão perfeito? É como se cada vez que eu olhasse para ele, meu coração quisesse pular do peito."

Eu ri nervosamente. — Malfoy tem jeito com palavras, vou dar isso a ele.

— Ah, aqui tem mais: "10/10/1993 Às vezes, eu fico me perguntando se ele sabe que eu existo. Claro, a maior parte do tempo ele está ocupado me odiando, mas mesmo assim... Eu não consigo evitar. Será que ele alguma vez pensou em mim do mesmo jeito que eu penso nele?"

— Isso é... profundo — eu disse, ainda tentando entender tudo.

Hermione assentiu. — É, e muito... Talvez você devesse tentar falar com ele, Harry. Não como inimigo, mas como alguém que quer entender.

Eu suspirei. — Pode ser. Mas não faço ideia de como começar essa conversa.

Hermione deu um sorriso. — Apenas seja você mesmo. Afinal, parece que ele já gosta bastante de quem você é.

Eu fechei o diário, sentindo-me estranhamente esperançoso. — Talvez um dia.

E com isso, nos preparamos para mais uma noite em Hogwarts.

gente, se quiserem me dar ideias para os próximos capítulos

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𝙤 𝙙𝙞á𝙧𝙞𝙤 𝙙𝙚 𝙙𝙧𝙖𝙘𝙤 𝙢𝙖𝙡𝙛𝙤𝙮 - 𝘋𝘙𝘈𝘙𝘙𝘠Onde histórias criam vida. Descubra agora