Dilema avassalador

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Martin

Aquele contato era tão bom que se permitiu a envolver ainda mais  a  si.

As mãos sem controle ou pudor continuavam a tocá-la de forma completamente imoral , mesmo que por cima do leve tecido da camisola.

Gemidos baixos escapavam pelos lábios dela , provocando nele uma necessidade que se formava entre suas pernas num ponto que era íntimo demais para ser ignorado.

Aquilo não signicava amizade,  mas sim desejo , luxúria , prazer ....

A última palavra definia tudo , afinal nunca sentirá algo tão aterrador e ao mesmo tempo viciante.

- Makeda ...- sussurrou enfeitiçado pela névoa de sensações .

Entretanto,  a realidade lhe caiu a medida que ansiava por mais . Queria algo , que no fundo sabia não poder ter . E a constatação disso fez algo em seu peito se amargar .

Não podia simplesmente ignorar as circunstâncias e se deixar ir por um caminho sem volta.

Aquela em seus braços nunca seria sua , estava prometida a outro .

Com pesar a soltou e se virou de costas com vergonha do próprio comportamento.

Foi imprudente,  desrespeitoso e devasso em suas atitudes.
Sentiu a mão timida em suas costas e se virou somente para contemplar a feição triste dela.

Os olhos castanhos marejados por uma dor que ele também compartilhava.

- Me perdoa pelo que aconteceu aqui .... não deveria ter tocado em você desta forma . Não tenho permissão,  nem direto de fazer tal coisa...Makeda eu...eu...- falava de forma forçada, demonstrando um  arrependido  que de fato , não sentia. Queria poder fazer mais , porém tentava seguir a razão.

-  Somos amigos esqueceu.... Jamais ficaria chateada por isso.- respondeu  tentando disfarçar a frustração da situação.

Ele sorriu ,diante daquelas palavras "definitivamente não era amigo dela , ainda mais depois de tudo que ela o fez sentir e desejar apenas com um simples contato mais íntimo."

Se surpreendeu com a maneira ingênua usada para proferir tal mentira. Se sentiu ainda mais errado do que antes ...

- Melhor acompanhá-la até sua casa !- ofereceu preferindo mudar o rumo da conversa .

...........

August



Tinha que ver a noiva naquele dia , vestiu-se impecavelmente e tentou buscar motivação para fingir que estava apaixonado.
O cocheiro conduzia num silêncio respeitoso,  enquanto seus pensamentos, pareciam confusos demais para que pudesse defini-los.

A mansão dos Cartier, se projetou a sua frente , ainda mais esplêndida que da última vez.
Foi recebido com pomposa admiração pelos criados e aguardou que a futura esposa se arrumase para um longo passeio.

- Aceita uma limonada senhor ? - questionou o empregado solenemente.

- Não há necessidade.. - respondeu amigável.

A jovem logo desceu as escadas,  porém sua atenção foi capturada pela figura feminina ao lado .

A mulher que parecia ainda mais bela que nunca, a tia que o deixava atormentado .
Os olhos se encontratando e por um minuto se perdendo um no  outro.

Percebendo sua displicência,  disfarçou analisando  a outra , cultivando o bom senso que deveria ter.

- Encontrava-me ansioso para vê-la!- anunciou sorrindo quando a garota expressou uma feição pouco entusiasmada.

- Bom dia senhor Lerche!- cumprimentou um tanto perdida.

- Boa dia senhora...- saudou esperando que a tia se apresenta-se formalmente .

- Ah sim que displicência a minha . Me chamo Ágata. Bom dia senhor Lerche...- enfatizou o sobrenome o olhando atentamente.

Uma sensação estranha passou por sua pele , enquanto ela o observava .
Aqueles olhos âmbar carregavam um mistério que o deixava intrigado .

Sorriu e como um cavalheiro estendeu o braço para a noiva.
Que o pegou de prontidão.

- Acredito que uma dama de companhia deve  nos acompanhar ..- sugeriu estranhando o fato de somente os três estarem na sala.

- Não sou uma criada , mas posso perfeitamente acompanhá-los. - afirmou se dirigindo a porta a espera dos dois.

August não conseguiu disfarçar o incômodo súbito que o tomou .
A expressão contrariada foi percebida mais pela mulher do que pela noiva que parecia totalmente alheia ao que acontecia .

- Sendo assim,  vamos ...- concordou nervoso .

.....




Makeda

O passeio estava agradável,  o dia belo , entretanto não conseguia tirar a noite passada de seus pensamentos.

Sabia que não deveria interpretar nada , contudo a mente a traia sobre a forma que fora tocada .

Estava tão absorta em seus dilemas que não notou que August a interrogava a uns bons minutos sobre a mesma pergunta :

- Perdoe-me e que não me sinto bem , acho que preciso descansar. Ontem mantive a janela aberta e me expus ao sereno em demasiado.- disse meia verdade , afinal era bem mais complicado do que aquilo .

- Desculpe te-lá visitado tão de repente , melhor que repouse .Voltarei outro dia , quando estiver mais disposta .- declarou preocupado.

Fizeram o caminho de retorno em silêncio,  se despediu de ambos e foi para o quarto .Necessitava de um tempo sozinha .

....

August


Queria entender o que se passava com Makeda, contudo por hora a deixaria descansar.
Ágata evitava olhar para ele , se focando nas flores belas que circulavam seu aroma pelo jardim .

Ela era uma mulher pequena,  curvilínea como a sobrinha , entretanto , as partes voluptuosas se destacavam nos seios fardos e nos quadris cheios.
A proeminente cintura cheia ,  se escondia por trás do espartilho extremamente apertado.

A medida que os olhos passeavam pelas curvas generosas,  uma curiosidade brotava no fundo de seu interior. O fazendo perder-se em um labirinto de pensamentos nada castos .

Quando ela finalmente retribuiu o olhar , algo ainda mais quente  fez um ardor passar por sua nuca. O incentivando a levar as mãos até aquele local num leve sinal de tensão.

-Passar bem Milady! - Despediu-se sem olhar para trás,  com medo dos próprios dilemas.

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