𝗖𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 2, irritating.

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Capítulo 2, irritante.

   CHEGAMOS AO ESTACIONAMENTO DA U.A. Como era de se esperar, o gatinho estava dormindo tranquilamente sobre minhas costas. Passei a mão sobre seus cabelos ainda molhados, despertando-o. Seus cílios bateram em minhas costas, e ele resmungou baixinho, se remexendo. Quando seu cérebro voltou à ativa, saiu da moto rapidamente e entrou no prédio, indo direto para o elevador, fazendo-me sentir a ausência do seu toque.

Desliguei a moto e o segui. Ele estava muito bravo, mas pelo menos segurou a porta do elevador. Andei calmamente, de cabeça baixa, até ficar ao seu lado. Nossas roupas ainda estavam pingando, e seus cabelos estavam ainda mais rebeldes. Pensei em provocá-lo, dizendo que seus cabelos molhados eram mais bonitos e jovens. Mas Katsuki estava rangendo os dentes e apertando os punhos; com certeza, eu receberia um soco na cara junto com um "vai se fuder".

O loiro elevou o punho até os botões, apertando o botão verde. Subimos em silêncio, apenas com o barulho da água pingando. Eu apertava o punho, desconfortável, balançando os pés inquietos.

O elevador parou. Ele disparou para seu dormitório, fechando a porta com força. Respirei fundo e também fiz o mesmo, indo direto para o meu banheiro. Coloquei as roupas para lavar na máquina e logo entrei debaixo do chuveiro. Vesti uma roupa confortável e peguei o telefone perto da mesa de cabeceira. Novas mensagens.

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[Tubarão do Mal]

— Ei! Te pegaram? Estou na faculdade. Kirishima, onde você está?

— Denki queria ir para outra festa. Ainda é meia-noite, então o grupo concordou. Cê não vem?

— Não, tô de boas. Levei o gatinho raivoso para a facul e acho que ele nunca mais vai olhar para minha cara.

— O que tu fez dessa vez, cara?

— Nada demais. Só joguei ele na piscina fria.

— Caralho. Você não presta, irmão. Fica suave, é só falar com ele depois, mas eu tô de olho, ein. Tu tem interesse nele?

Observei a mensagem, mordendo os lábios.

— Se cuida. Vê se não chega tão tarde.

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Joguei o celular na cama e enxuguei os cabelos com a toalha, dando um longo suspiro. Como você é curioso, Eijiro.

Desci as escadas para o refeitório, não queria ir no elevador cheio de água. As luzes estavam parcialmente ligadas. Algo estava fervendo, era um bule de chá. Vi as costas fortes já secas do loiro, ele despejava o líquido na xícara que tinha uma cor amarelada, que deduzi ser camomila.

Ele precisa mesmo de um calmante. Sorri.

Me encostei no balcão, olhando para suas costas.

— Ei, gatinho.

Ele deu um pulo, sua xícara tremeu em sua mão. Ele me olhou com desdém, apoiando os dedos no vidro delicado, não deixando uma gota cair. Saiu dali com passos pesados.

— Está muito bravo? Por que? — Elevei a voz.

Silêncio.

— Eu fiz algo?

Segui-o vendo ele sentar no sofá da sala de estar.

— Porra, você me jogou numa piscina. Não se faça de louco.

Ele pegou o controle do aquecedor e apertou em "on".

— Veja pelo lado bom, agora nós ajudamos a ciência a descobrir mais um caso de gatos que odeiam água.

𝗦𝗧𝗔𝗥𝗕𝗢𝗬, ᴋᴀᴛsᴜᴋɪ ʙᴀᴋᴜɢᴏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora