Capítulo 1

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                           Elise

Enquanto caminhava pelas ruas da
cidade, observei o relógio em meu pulso marcando 16:00 hs.

— Ainda tenho mais alguns minutos — falei para mim mesma, encarando os papéis que restavam em minhas mãos — Dá tempo de tentar em mais um lugar.

Com esse pensamento em mente, caminhei apressadamente até uma loja de roupas ali perto do centro e parei em frente à porta de vidro.

— Vamos lá, Senhor, me ajude a conseguir esse emprego — orei baixinho.

Respirando fundo, arrumei minha postura e adentrei a loja. Assim que coloquei os pés dentro da mesma, senti um leve perfume que permeava aquele ambiente e não demorou muito para que uma das atendentes viesse até mim.

— Bom dia! Como posso ajudá-la? — a jovem morena sorriu com educação e reparei em seu uniforme impecável — Gostaria de ver a nossa nova coleção para o início da primavera?

— Ah, eu adoraria... — retribui com um sorriso sincero — Mas na verdade, estou aqui para entregar meu currículo, para o caso de precisarem de mais alguém para trabalhar aqui.

O sorriso em seu rosto diminuiu sutilmente, o que não passou despercebido por mim.

— Infelizmente, nós não estamos contratando no momento — disse sem deixar de sorrir — Era só isso?

— Sim — respondi frustrada, aquela era a quarta vez que eu recebia um não só naquele dia, contudo, não me deixei abater e estendi uma cópia do currículo na direção dela — De qualquer forma, pode pelo menos aceitar? Sabe, para o caso de mudarem de ideia.

— Claro — assentindo, ela pegou a folha estendida.

— Muito obrigada.

E mais uma vez naquele dia, saí com certo desapontamento por passar a tarde inteira procurando um emprego e não conseguir encontrar. Vendo que já era tarde e decidida a encerrar minha procura por hoje, voltei para casa.

Assim que passei pela porta da frente, segui direto até o meu quarto e me joguei na cama. Fiquei ali, apenas encarando o teto por alguns minutos, e quando estava prestes a me levantar, ouvi uma batida na porta.

— Mana? Está aí? — ouvi a voz do meu irmão do outro lado e me sentei para recebê-lo.

— Sim, pode entrar, Nico.

— Está ocupada? — perguntou olhando para mim por uma fresta da porta e só entrando depois de eu negar — Pode me ajudar com essa questão?

Reparei no caderno em seus braços e o levei até a escrivaninha, onde sentei ao seu lado.

— Então, qual é o problema? — perguntei mesmo já sabendo muito bem o que era.

— Não consigo entender como resolver essa contas de matemática, por mais que tenha prestado atenção na aula — disse com os ombros caindo em decepção — Achei que tivesse entendido esse assunto...

— Por que não revisamos a aula? — instiguei compreensiva — Talvez seja só um detalhe que passou despercebido por você.

— Tudo bem — abrindo o caderno na aula, revisamos juntos sobre todas as etapas da conta e depois tentamos resolver uma questão.

— Está vendo aqui? — apontei para uma parte da conta resolvida por mim — Você só esqueceu de fazer essa parte.

— Entendi! — disse sorrindo satisfeito e me encarando logo em seguida — Você seria uma ótima professora, sabia?

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