William fica emburrado, cruzando os braços à frente do peito. De volta ao 29 distrito, Giovanna está com vários papéis em suas mãos, ela faz algumas anotações com caneta vermelha. Ela olha para Gustavo que batuca em sua mesa com as pontas dos dedos.
Giovanna
- Guh eu te conheço tempo suficiente, para saber quando quer falar algo então fale.
Gustavo para de batucar a mesa e olha para a delegada.
- Bem eu estava pensando.
- Sabemos que todas as vítimas foram adolescentes, sendo duas meninas e um menino que eram moradores de rua que tiveram passagens por roubo, agressão e vandalismo.
Giovanna coloca dois dedos na lateral da cabeça.
- Sim, o modo operante do killer são jovens, moradores de rua que tiveram passagem pela polícia!
Larissa encara o policial
- Gustavo.
- Para de dar voltas, que você não é peão.
- E manda logo o que quer?
Gustavo entorta a boca e morde levemente os lábios.
- Será que o que ele está fazendo é tão errado?
- Deus me perdoe, sei lá, esses adolescentes aprontam tanto, roubam, matam...
Larissa estreita os olhos e Giovanna se aproxima de Gustavo o olhando seriamente.
- Eu tô impressionada com você.
- Acha mesmo que isso é solução?
- Que essas crianças e adolescentes infratores merecem isso?
- Ah morte com punição?Larissa que está sentada levanta e coloca o dedo no meio do peito de Gustavo.
- Por Deus!
- Olha a merda que você tá falando?
- Essas garotas e esse garota, já passaram por tanta coisa nessa vida.
- Eles não escolheram estar nas ruas, muitas vezes foi a única coisa que sobrou para eles.
- E infeliz começaram a entrar nessa vida de crime, para sobreviver.
Ela respira.
- Sei que isso não é certo.
- Mais não nos cabe marginalizarmos.
- Pois a sociedade já fez isso.
Ela fecha o punho com força.
Giovanna dá uns tapinhas nas costas de Larissa
- E além de tudo issoGustavo, se todo mundo resolvesse fazer justiça com as próprias mãos.
- Oh mundo não seria um lugar melhor.
- Sendo apenas um ambiente formado por assassinos.
O policial concorda positivamente com a cabeça.Mais se o departamento de homicídios, está uma loucura com um serial killer a solta. Na galeria de Ana Clara está recebendo uma visita nada amigável do empresário Christopher Collins.
Ana Clara está sentada em escritório recém pintado nas cores, branco e azul. Ela está debruçada sobre sua mesa de madeira, na qual tem um porta retrato dela abraçada com Maya no dia da inauguração da galeria e outro no qual ela está jogando basquete com William, ao lado tem uma jarra transparente com água. Batem a porta.
Ana Clara se ajeita na cadeira, abre a gaveta de sua mesa, pega uma aspirina, toma juntamente com um copo d'água
Ana Clara.
- Pode entrar!
Ela olha na direção da porta cinza que se abre e Christopher Collins 35 anos, alto, magro, olhos castanhos-escuros, cabelo preto, um corte moderno e uma barba rala. Usando um belo terno, preto, sapato social preto e um relógio de pulso enorme e dourado. Entra olhando seriamente para Ana Clara, que se levanta e puxa uma cadeira para o homem.Ana Clara.
- Senhor Collins, boa tarde, por favor sentisse!
- Ao que devo a honra de sua visita?
- Quer um café ou suco?
Christopher senta e se ajeita de forma confortável na cadeira.
- Acho que a tarde não será tão boa, e creio que não seja difícil para você imaginar o motivo que me trouxe até aqui.
- Mas aceito o café obrigado.
Ana Clara respira fundo, retira um lenço de sua bolsa preta, que está pendurada na cadeira e passa na testa, em seguida ela usa o telefone preto que está na mesa e liga para sua secretária.
Ana Clara
- Cinthia por favor traga dóis cafés, ah minha sala.
Cinthia
- Claro senhora!
- Deseja mais alguma coisa?
Ana Clara
- Não!
- isso é tudo Cinthia, obrigada.
Ela desliga e volta a sua atenção para Collins, que ajeita o terno.
Pouco tempo depois batem a porta, é Cinthia trazendo os cafés, ela sai da sala.
Christopher coloca adoçante ao no seu café e bebe um gole.
- Ótimo café.
Ana Clara
- Fico feliz que esteja do seu agrado senhor Collins.
Christopher cruza a perna, passa a mão sobre a barba.
- Agora vamos ao que realmente interessa.
Ana Clara passa a mão sobre suas coxas.
- Imagino que veio conversar sobre a proposta que nos fez?
Christopher ri de lado e bate palmas.
- Como ela sabe ser perspicaz!
Ana Clara aperta levemente a lateral da cadeira e semicerra os olhos.
- Desculpe, mas ironia não combina com o senhor.Christopher fecha o punho e dá um soco na mesa.
- E incompetência não combina com você.
- Pelo menos eu pensava que não.
Enquanto Ana Clara encarava o empresário, William tenta evitar a conversa com a mãe, o garoto coloca fones de ouvido e fica mexendo no celular.
Maya senta ao lado do filho que, vira de costas.
Maya revira os olhos e sussurra.
- Adolescentes!
Maya retira os fones do garoto, que resmunga algo inaudível.
Maya passa a mão pelo braço do filho.
- Will finge que não estou aqui, não me fará desaparecer.
William
- Eu não tenho nada para falar
Maya sorri de lado.
- Ótimo!
- Espero que esteja disposto a me ouvir.
William suspira.
-Se for para ficar me condenando mãe, com todo respeito é melhor nem começar.
Maya passa a língua sobre os lábios e depois olha para ele.
- Ah, Gio é uma mãe incrível e modéstia parte.
- Eu também sou.
- Por que você precisa ficar nos desafiando?William passa a mão sobre o rosto.
- Sei que vocês deram um dobrado, para me criar.
- Acredite mãe eu reconheço isso.
- Eu só queria que...
Eles esfrega os olhos.
- Que vocês tivessem um pouco mais de tempo para mim.
- Será que é pedir muito?
Maya passa a mão pelo cabelo do filho
- Will, ela e eu trabalhamos muito...
O garoto se levanta.
William
- O trabalho de vocês é mais importante.
- E sempre um novo caso para ela resolver.
- Uma nova exposição para você.
- Tudo é mais importante.
Ele corre para o seu quarto fechando porta com força.
Maya vai atrás, mas ao chegar na porta ela para e decide voltar outra hora.Maya manda uma mensagem para Ana Clara, que não visualiza pois está com sua atenção voltada para Cristopher.
Ana Clara
- Incompetente?
- Por favor!
- Me desculpe, mas é até ridículo me chamar assim, a Maya e eu temos melhor e maior galeria dessa cidade e estamos entre as melhores do país, com os melhores e maiores artistas do mundo trabalhando conosco.
- E você sabe disso.
- E foi por isso que nos procurou.
Christopher
- As responsáveis pela melhor galeria da cidade, e uma das melhores do país já teria assassinado contrato comigo e não me daria um bolo igual a Manoela fez hoje.
Ana Clara ri e balança a cabeça negativamente.
- Tá explicado!
- Esse seu showzinho todo
- Foi porquê a Manoela te deu um bolo!
Christopher se levanta e coloca o dedo no rosto de Clara.
- Escuta aqui.
- Sou um homem de negócios e meu tempo é precioso.
- O que a Manoela fez foi muito anti profissional.
Ana Clara baixa o dedo de Christopher.Ana Clara
- Primeiramente tira esse dedo do meu rosto!
- E olha a Manoela é uma processional impecável
- Ela teve que faltar ao compromisso com você.
- Porquê teve problemas na escola com o filho.
Christopher ajeita o terno e se senta.
- Tá tudo bem com o garota?
Ana Clara
- Sim!
- Ele tá com a Manoela e tá tudo bem.
Christopher
- Ela poderia ter me ligado ou mandando uma mensagem avisando.
Ana Clara
- Isso é uma coisa que você terá que conversar com ela.
- Se era só isso, vou te pedir que por favor saia.
- Pois o meu tempo também é precioso senhor Collins.
Christopher se levanta e saia da sala. Ana Clara se afunda na cadeira.
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Distrito 29
RomanceGiovanna Torres é a chefe do 29 distrito do departamento de homicídios, ela tem em suas mãos a missão de parar um serial killer que está matando adolescentes e ao mesmo tempo em que precisa resolver problemas pessoais com a ex mulher por quem ainda...