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Ao chegar na galeria, Maya vai direto para sua sala, e vê Christopher parado de costas para ela. Ele fala ao telefone e desliga assim que nota a presença de Maya, ele sorri e guarda o celular no bolso.
        Christopher vai até a galerista.
- Você está radiante Manoela!
Ela sorri.
- Obrigada!
Ela pega sua agenda na bolsa.
- Por acaso tínhamos marcado algum compromisso?
Christopher coloca a mão no ombro dela, que enrijece o corpo.
- Não.
- Mas como você desmarcou o nosso almoço, de última hora.
- Eu decidi vir te procurar.
Maya entra em sua sala, sendo seguida por Collins.

Ela senta e aponta para que ele se sente de frente para ela.
- Eu peço desculpa senhor Collins.
- Mais tive problemas com o meu filho.
Christopher cruza as pernas.
- Por favor.
- Esqueçamos essa formalidade, nada de senhor Collins.
- Me chame apenas de Chris.
- Eu soube pela Ana Clara que você teve problemas com o seu filho.
- Ficou tudo bem?
Ele sorri para Maya que fica séria.
                          Maya
- Prefiro manter a formalidade.
- Afinal isso aqui é apenas um encontro profissional.
- Sobre o William.
- Deu tudo certo.
- Ele, tá um pouco rebelde.
- Coisas da idade!
Christopher ergue as sobrancelhas
- Bom ele tem duas mães.
- Nessas horas uma figura masculina faz falta.
As narinas de Maya inflam.
- Escuta Collins!
- O meu filho não precisa de uma figura masculina.
- Ele tem duas mães, fortes e capazes de lhe dar com os problemas de se criar uma criança.
Maya levanta da cadeira, coloca as duas mãos sobre a mesa e olha Christopher no fundo dos olhos.
- E vamos deixar algo bem claro aqui.
- Não te dei o direito de palpitar na minha vida, ou na do meu filho.
- Você me entendeu?
Christopher ajeita a gravata e se mexe na cadeira.
- Perfeitamente!

Maya se acomoda na cadeira, pega uma pasta contendo alguns desenhos e ao colocar a pasta sobre a mesa ela olha para uma foto de Giovanna sorrindo em um parque a delegada está sentada na grama segurando um sorvete de casquinha. Ao mesmo tempo vemos Giovanna que está em sua sala, ela abre a gaveta da sua mesa e pega uma foto que guarda em baixo, de alguns documentos. É uma foto de Maya. Giovanna pega a foto e acaricia o rosto de Maya, ela sorri.
- A verdade é que eu sempre irei te amar.
- Por que as coisas entre nós teve que tomar esse rumo?
Ela fica olhando para foto, até alguém bater na porta.
Giovanna coloca novamente a foto na gaveta.
- Pode entrar!
Larissa então entra na sala da delegada.
- Ainda tá brava comigo?
            Giovanna
- Brava?
- Não, mas fiquei surpresa!
- O que deu em você, para insinuar que o Gustavo é o culpado?
Larissa estrela os dedos.
- Não sei direito.
- Mais a forma que ele falou dos jovens, que estão em situação de rua.
- Me deixou cismada!

Giovanna anda de um lado para o outro.
- Mesmo assim.
- Você sabe que não se pode acusar alguém sem provas.
- Principalmente um colega de trabalho.
Larissa ergue os braços.
- Tá certo.
- Eu vacilei.
- Não tinha o direito de acusar o Gustavo da forma que fiz.
- Vou segurar a minha onda.
                        Giovanna
- Ótimo.
- Pois a última coisa de que eu preciso.
- É que os meus melhores polícias.
- Comecem a desconfiar um do outro.
Larissa abre um sorriso de lado.
- Que dizer que sou a melhor policial?
Ela começa a dançar, fazendo a delegada rir.
                            Giovanna
- Limpa os ouvidos Dias.
- Eu disse que era uma das melhores.
                              Larissa
- Eu sou foda!
Ela começa a rebolar, girando os braços ao redor do corpo, poucos segundo depois ela fica séria.
- Já ia esquecendo o motivo de vir à sua sala.
- Vim te dizer que o Brandão ligou avisando que chegará dentro de 30 minutos, para falar com você.
Giovanna fecha os olhos e se afunda na cadeira.

Quando saiu da distrito, Clarissa pediu que Gustavo a acompanhasse até o escritório da perícia técnica. Clarissa coloca as luvas, óculos de proteção.
                        Clarissa
- Guh!
- Preciso que você fique do outro lado dessa mesa.
Ah uma enorme mesa branca com um boneco, deitado em cima. Gustavo se posiciona como foi pedido por Clarissa.
                         Gustavo
- Ok!
- O que você quer que eu faça agora?
Clarissa se aproxima, ela pega um troféu de futebol, pequeno e dourado.
                           Claraissa
- Quero que você suba na mesa, e sentisse em cima do boneco!
      Gustavo faz o que a perita pedi.
- Entendi!
- Você quer que eu faça o papel do assassino?
- Acha que sou o culpado?
Gustavo passa a língua sobre os lábios e olha para a garota.
- Me respondi!
Ele fala alta, fazendo a perita colocar a mão sobre o peito.
                        Clarissa
- Fica calmo!
- Só quero tentar reconstituir o crime.
- E como você é canhoto, tem 87 quilos.
- É ideal para representar o assassino.
Ela se aproxima e coloca a mão nas costas do policial.
- Guh.
- Se eu achasse que tem a menor possibilidade de você ser o culpado.
- Não teria lhe chamado.
- Pois não trabalho com assassinos.
Gustavo respira fundo e sorri para ela, que sorri de volta.
                         Clarissa
- Esclarecido isso.
- Podemos voltar ao trabalho.
Gustavo faz um sinal positivo com o polegar.
                       Clarissa
- Ótimo!
- Agora preciso que segure o braço direito do boneco, com a mão a direita.
- Fazendo o máximo de força que consegui.

Clarissa e Gustavo ficam por horas tentando reconstituir as possíveis maneiras que o assassino está agindo durante o crime.
Depois de sair do Trabalho Ana Clara foi até a casa de Giovanna buscar William. Assim que o garoto vê o carro da madrinha para na frente da sua a casa ele corre até ela a abraçando.
                       Ana Clara
- Isso tudo é saudades?
Ela bagunça os cabelos de William.
- Claro.
- Eu te amo madrinha.
Clara o abraça apertado
- Eu também te amo.
- Meu menino travesso.
William olha para ela, e coloca uma mão no queixo.
- Tá de folga?
- Pensei que fosse trabalhar até tarde.
                       Ana Clara
- Eu tenho trabalhodo dobrado.
- E a sua mãe.
- Me obrigou a tirar a tarde de folga.
Ela se abaixa dando um beijo na testa do menino.
- Então eu decidi visitar o meu afilhado favorito.
                        William ri
- Eu sou seu único afilhado.
Ana Clara coloca as mãos na cintura.
- Por isso mesmo é o meu favorito.
Os dois começam a rir, eles entram. Ana Clara dispensa Sofia a babá de William.
                         William
- Vai ficar comigo até a minha mãe chegar?
Ana Clara senta no sofá.
- Não!
- Vamos para o meu apartamento.
- Deu trabalho.
- Mais convenci a sua mãe deixar eu te levar.
William começa a pular animado. Ana Clara ri.
- Vai rápido!
- Arruma sua bolsa e vamos para minha casa.
Assim que o garoto vai correndo para o quarto.
Ana Clara nota, um classicador em cima da mesa de centro. Ela pega.
                        Ana Clara
- Isso é da Maya.
Ela abre e vê diversos desenhos feitos pela sócia.
- Esses trabalhos são lindos.
Ela olha na direção do quarto de William, e começa a tirar fotos dos desenhos. Depois os coloca no mesmo lugar.

No distrito Giovanna está sentada, de frente a Brandão seu chefe. O homem preto de 58 anos, careca, barba grisalha. Usando um terno preto e sapato social preto. Giovanna respira ofegante perante o olhar e expressão seria do homem a sua frente.
                             Brandão
- Creio que você já saiba, o porquê estou aqui?
                             Giovanna
- Imagino que seja por causa, da onda de homicídio.
                              Brandão
- Acertou em cheio.
- O que tem a me dizer?
Ele se mexe na cadeira e cruza os braços.
- Quero uma solução Giovanna.
- E quero rápido.
Giovanna desvia o olhar.
- Eu estou tentando.
                              Brandão
- Não quero que tente.
- Quero que faça.
Ele bate na mesa, fazendo a delegada arregalar os olhos.
Giovanna limpa o suor que escorre por seu rosto.
- Estou dando o meu melhor.
- Colocando mais polícias nas ruas.
- Dobrando as rondas.
Ela fecha o punho com força
- Acredite em mim.
- Vamos pegar o responsável
Brandão levanta, caminha para saída, antes de abrir a porta. Ele para e olha para Giovanna.
- Assim espero.
- Pois se tivermos que conversar novamente.
- Não serei tão educado.
Ele sai batendo a porta, e Giovanna solta o ar.

No final do dia Maya fecha a galeria, e caminha até seu carro. Ela distrava a porta e quando coloca a mão para abrir, sente duas mãos em sua cintura a apertando com força.
                              Maya
- Como eu amo a sua pegada!
Ela sorri e acaricia a mão de Giovanna, que cheira o seu pescoço a fazendo arrepiar.
               




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