Capítulo 2

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Bakugou sorriu com a visão.

Mirai era uma criança esperta, então não ficou surpreso ao vê-la ajudar Denki com a preparação da massa do bolo.

Ele não gostava de doces, mas sabia que se não comesse, a menininha faria um escândalo mais tarde.

O beta magro de cabelo loiro sorriu largo enquanto conversava de forma animada com a garota que contava seu dia na creche.

Para alguém com quatro anos, ela sabia muito bem como se comunicar e bater nos meninos da sala, além de mentir da forma mais incrível possível. O problema era que seus pais eram liberais demais, tanto Denki quanto Eijirou não conseguiam ser firmes o suficiente contra a criança que arrumava os melhores argumentos possíveis contra qualquer bronca.

No fim, Katsuki a ensinou bem como ser uma pirralha bagunceira como ele era na idade dela.

— Tio Kat. — ela chamou enquanto lambia uma colher com resto de massa de bolo.

O alfa estava sentado em uma poltrona – essa sendo o assento favorito do melhor amigo – enquanto olhava para a TV ligada no jornal local.

A casa era pequena na visão do alfa, mas grande o suficiente para três pessoas morarem.

Entre a cozinha e a sala não existia nenhuma parede divisória, a escada para o segundo andar ficava ao lado de um banheiro e um corredor seguia para o quintal.

Dois quartos estavam no andar de cima e mais outro banheiro para completar.

— O que foi? — ele olhou para o rostinho sorridente com a boca suja.

— Você vai passar a noite? — ela perguntou com certo interesse.

Normalmente Katsuki dormia em um colchão no quarto dela. Mirai sempre se esgueirava para dormir abraçada com ele fingindo que estava com medo do escuro.

O loiro não se considerava bom para lidar com crianças, mas era bom que a menina gostasse da presença dele.

— Tenho que voltar para casa, eu trabalho cedo amanhã. — respondeu e cruzou as pernas.

Ela armou um bico e encarou a colher quase limpa.

— Mas você não veio de carro. — contrariou. — E tá chovendo lá fora.

— Eu trouxe um guarda-chuva, ele tá encostado na porta de entrada. — sorriu ao ver as sobrancelhas finas franzirem.

Mirai marchou até a porta apenas para conferir e voltou irritada.

O objeto ainda portava algumas gotas d'água.

— Papai Den! O tio Kat não pode ficar? — ela gritou para o loiro e ele apenas deu de ombros com um sorriso nos lábios finos.

— Acho que ele não trouxe roupas extras e alfas não gostam de usar roupas de outras pessoas, principalmente se não forem de seus parceiros ou familiares. — disse ao colocar a forma do bolo no forno.

— Mas ele tem que ficar! — Mirai retrucou impaciente e enfiou a colher na boca.

— Já conversamos sobre esse tipo de birra. — Eijirou surgiu pela escada.

Um sorriso tranquilo pincelava seus lábios, mas era óbvio que estava bravo.

Mirai armou um bico e cruzou os braços. Ela deu meia volta e voltou para a cozinha com a colher limpa.

— Bro. — o ruivo andou em sua direção.

Kirishima não demonstrou, mas com certeza queria sentar em sua poltrona ao invés do sofá.

Quando a Meia Noite Chegar - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora