Capítulo 13

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Katsuki estreitou os olhos para o lago enquanto todos conversavam alegremente sentados em cadeiras na grama rala ou dentro da casa que pertencia a Keigo.

Ele odiava o fato de seus filhos estarem crescendo, especialmente Yuta que agora tinha seus doze anos.

O garoto tinha abandonado o cheiro infantil de leite, deixando os feromônios ainda mais evidentes para qualquer um que quisesse sentir.

A ausência da coleira anti-marcas, ainda mais junto da matilha, indicava o quão confiante ele ficava perto de pessoas que ele já conhecia.

Ele não era mais seu bebê – por mais que tanto ele quanto o próprio Yuta insistisse que sim –, havia crescido, se tornado um pré-adolescente e logo se tornaria um completo e quando isso acontecer, Bakugou seria esquecido no fundo da mente do próprio filho.

O loiro odiava fingir não notar e odiava ainda mais quando Shoto e Kai diziam que não tinha nada demais nas ações dos filhos.

É óbvio que tem algo errado, pensou emburrado.

Cruzou os braços fortes sobre o peitoral e rosnou baixo, o dia estava lindo e ele tinha planos noturnos envolvendo vaga-lumes e pretendia levar o filho mais velho junto para conhecer o campo estrelado.

— Pai — Hikaru chamou, o cabelo espetado e olhos rubros indicavam ser uma cópia perfeita do alfa da matilha.

O garoto virou o rosto para encarar o irmão ao longe e juntou as sobrancelhas odiando a visão.

Para qualquer um, Yuta, Hirofumi e Yoichi pareciam conversar normalmente sobre as pedras coloridas que costumavam surgir nas margens do lago, vindo diretamente das profundezas com os camarões de água doce. Mas na visão de Katsuki e de seus outros filhos, aquela dupla pestinha de feromônios alfas a flor da pele não passavam de garotos precoces tentando cortejar Yuta.

Bakugou não precisava de um genro, muito menos de dois.

Mirai não estava à vista, provavelmente a garota se encontrava dormindo em um quarto com a irmã caçula. A adoção de Ayumi foi ótima ao ponto de deixar a garota beta menos malandra do que já era.

— O que quer que eu faça? — O menino perguntou e trocou olhares com o pai antes da ordem.

— Junte seus irmãos e derrubem aqueles dois na água, só não afoguem eles, não quero escutar os pais daqueles dois me enchendo o saco, mas não quero meu bebê junto daqueles dois.

— Sabe que Yuta vai gostar deles algum dia, né? — Fez uma careta. Ele odiava a ideia, assim como seus irmãos. 

Yuta era o único ômega da família depois de Izuku, logo a proteção dele seria redobrada, ainda mais por ser tão jovem.

— Eu não ligo — respondeu desgostoso.

Hikaru deu as costas para o pai, mas marchou para dentro da casa como um general e poucos minutos depois surgiu com seu exército logo atrás.

Hikaru e Kaoru focaram em Hirofumi por ele ser o mais forte e como os gêmeos eram os mais velhos, consequentemente os mais fortes também.

Mitsuba, a única garota da família – e uma alfa extremamente raivosa que puxou a personalidade de Mitsuki –, avançou com seus outros três irmãos.

Era engraçado os três mais velhos terem puxado a aparência de Katsuki enquanto os mais novos terem puxado a aparência de Izuku.

Os gêmeos Mikayo e Moriko eram as pestes encarnadas, ainda mais com o caçula Ichiro.

Quando a Meia Noite Chegar - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora