Capítulo 8

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Izuku pensou em mil e uma possibilidades de resolver as coisas, mas para um ômega era impossível.

A vida humana não era fácil e seu segundo gênero não facilitava a sua vida.

Havia uma lacuna enorme entre suas escolhas e cada uma delas teria uma consequência.

Suas coisas foram perfeitamente organizadas em caixas de papelão pela semana e naquela sexta-feira, ele se demitiu após o fim do expediente.

Não era certo, afinal, demorou bastante tempo para conseguir aquele cargo tão simples onde mal via outras pessoas. 

Agora, em meio a noite chuvosa, ele estava novamente no carro prateado seguindo para a estação de metrô.

Katsuki parecia confortável com o silêncio, mesmo que seus feromônios indicassem uma certa dúvida em relação à situação. Mas ele era o tipo de homem que ficava quieto quando a outra pessoa não queria falar e ele estava certo em ser assim. Falar apenas quando era necessário lhe rendeu anos de experiência em como agir de forma educada em reuniões empresariais, além de ser uma forma de escutar a pessoa com quem estava.

Era um voto de confiança tão sutil que Midoriya sentia vontade de rir por Bakugou ser assim. Ele parecia saber que algo estava errado, portanto agia conforme o fluxo daquela correnteza e aguardava o peixe cair em sua rede.

— Poderíamos ir ao cinema amanhã. — comentou distraído após algum tempo.

Pelo menos ele queria quebrar aquele silêncio, criar uma conversa agradável para que o esverdeado se esquecesse de seja-lá qual fosse o problema.

Midoriya mordeu o lábio inferior, ele adoraria.

— Desculpe, Kacchan, mas não posso ir amanhã. — sua voz era suave, mas com um peso por trás.

O alfa o olhou após parar em um sinal.

— No próximo final de semana, então? — insistiu, mas o esverdeado negou com a cabeça.

O loiro franziu o cenho inconformado, o que estava acontecendo?

— Izuku, você gostaria de me dizer algo? — ele bateu os dedos no volante.

Midoriya estava escondendo alguma coisa, inicialmente ele não desejava saber se o outro não quisesse, mas aquilo o envolvia.

— Nós… não podemos mais nos ver. — soltou um suspiro.

Sua voz estava baixa, mas os ouvidos sensíveis do alfa conseguiram captar a frase.

Midoriya não queria mais vê-lo? Ou era aquele alfa desgraçado?

— Izuku — chamou um pouco mais alto. O problema era ele?

— Vou me mudar, ainda não sei para onde, mas não tenho escolha. — respondeu ao encarar as orbes rubras. — Eu me demiti hoje, minhas coisas já estão em algumas caixas, o que me resta é esperar o final dessa história.

— Quando você vai? — ele sentia que o coração iria sair pela boca a qualquer momento.

Eles não iriam mais se ver, novamente o alfa ficaria sozinho.

Izuku estava indo embora de uma noite para a outra, assim como aconteceu na infância. Eles não teriam o contato um do outro e consequentemente ele choraria por dias.

— Por quê? — sua mandíbula tremeu quando ele avançou o sinal verde.

Seus olhos ardiam em lágrimas e ele não queria aceitar aquela situação, não queria que Izuku se fosse novamente, ele desejava mais do que tudo ficar junto daquele jovem e belo ômega, seu coração pedia por isso. 

Quando a Meia Noite Chegar - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora