Cap 31

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📍São Paulo, BR

Se um dia você se sentir um burro, lembre-se de mim que mais uma vez consegui estragar tudo, ao invés de resolver as coisas eu só piorei, Juliana saiu daqui com muita raiva, porra ela tá grávida e já estamos quase chegando na reta final, ela não deveria passar nenhum tipo de estresse.

Assim que ela entrou no uber eu voltei para dentro da casa atrás da sua bolsa, porque era onde estava a chave do carro, ninguém entendeu nada do que tinha acontecido já que todos estavam na piscina no momento da nossa briga.

Tentei ligar pra ela, mandei mensagem e ela não me atendia, como eu posso ser tão idiota assim ?

Cheguei em casa e até agora nada dela, o porteiro disse que não viu ela chegar, liguei para o Piquerez que não tinha ido ao churrasco e pedi para ele ver se ela estava no seu apartamento, ele foi até lá e nada, o porteiro do seu predio também disse não ter visto ela desde a hora que saimos juntos de lá, onde essa mulher se meteu ? Ela chegou a me ligar mas quando eu atendi a ligação caiu e agora o telefone está desligado.

Fui até a casa da sua avó que era a única pessoa da sua familia que ela ainda mantia contato e eu conhecia, mas ela também não estava lá, liguei para suas amigas e tanto Lorena quanto Bianca também não sabiam dela, eu já estava desesperado eu nunca vou me perdoar se acontecer alguma coisa com eles.

Eu agora já estou no apartamento dela, sem saber onde procurar, na verdade eu sei só estou com medo, meu telefone toca e eu corro pra atender na esperança que seja ela.

- Alô?

- Richard cadê a minha amiga? Estou tentando falar com ela o dia todo. - Era a Mariana.

- Eu não sei onde ela está Mariana. - Minha voz quase não saiu.

- Como assim não sabe? Vocês não estavam junto ? Brigaram ? Aconteceu alguma coisa ?

- É uma longa história e eu não estou com tempo pra explicar, eu preciso achar minha mulher, depois a gente se fala.

- Por favor me manda notícias assim que souber de alguma coisa.

- Pode deixar. - Desliguei e no mesmo momento Raphael, Piquerez, Bianca e Lorena entraram no apartamento.

- Andamos os quarteirões mais próximos, perguntamos para as pessoas na rua e nenhum sinal dela. - Lorena falou.

- Richard precisamos procurar ela nos hospitais, mesmo ela estando sem os documentos isso não impediria ela de dar entrada em um se fosse necessário. - Foi a vez da Bianca falar.

- Vamos nos dividir, assim conseguimos olhar mais lugares, quem souber de algo primeiro comunica os outros. - Foi a vez do Veiga falar.

Eu apenas concordava com tudo que era dito por eles, não conseguia raciocinar direito, minha mente girava naquela briga idiota que tivemos e eu me sentia culpado só de cogitar a possibilidade de alguma coisa ter acontecido, e eu só queria encontrar ela logo e garantir que os dois estavam bem.

Nos dividimos e cada um foi para um hospital ou maternidade diferente, na esperança de encontrar alguma notícia, meu peito dói, a culpa é um sentimento doloroso que te destrói por dentro, se tiver acontecido alguma coisa com eles eu sei que a culpa é minha e é por isso que eu estou dentro do carro agora chorando, eu tentei não surtar na frente deles mas agora é impossível controlar, o desespero tomou conta do meu corpo.

Já tínhamos ido em 3 hospitais e 2 maternidades diferentes e até agora nada, meu celular tocou e um arrepio tomou conta do meu corpo.

- Precisamos que você venha pro hospital do centro, acho que a encontramos. - Era a voz da Lorena que estava trêmula.

- Como ela está? Fala pra mim que tá tudo bem Lorena, por favor. - Eu implorei.

- Só vem logo Richard. - E ela desligou, sem me falar mais nada, isso só podia significar uma coisa, e eu me recusava acreditar nisso.

Eu demorei pelo menos uns 40 minutos para chegar no tal hospital, eu não conseguia correr, eu andei devagar porque meu coração estava apertado, um sentimento ruim tomou conta de mim e quanto mais perto eu ficava daquele hospital, mais eu tinha certeza que havia perdido ela ou pior, perdido eles...

Quando finalmente cheguei no hospital, a cara deles entregava o que tinha acontecido, todos estavam abatidos, as meninas estavam chorando em um canto e tentaram disfarçar quando eu cheguei, eu não queria acreditar nisso, não podia ser verdade.

O Raphael então começou a falar:

- Houve um acidente, e todas as vítimas faleceram no local sem apresentar chance para socorro, infelizmente a descrição de uma das vítimas bate com a dela, eu sinto muito cara.

Não, não pode ser, eu não posso acreditar, isso não é justo, a gente estava bem, a gente ia morar juntos, montar o quartinho do Miguel, porra o meu filho... Eu sinto que o chão sumiu dos meus pés, meu corpo desliza pela parede fria daquele hospital.

Eu a perdi, perdi o amor da minha vida, a mulher que eu amava me deixou, eu perdi o meu filho e eu não tive nem se quer a chance de conhecer, isso tudo é culpa minha, eu não deveria ter discutido com ela, não deveria ter deixado ela entrar naquele maldito carro.

Eles tentam me abraçar, me consolar e eu não quero nada disso, nada vai trazer eles de volta, eu deveria ter ido no lugar deles, sinto meu coração apertar ainda mais, é uma dor insuportável, meu telefone toca e vejo o nome da Mariana, como eu vou contar que eles se foram ? E levaram o Richard junto com eles ?

Porque o que sobrou de mim não quer viver, não em um mundo onde ela não vai estar mais, eu tinha tudo e da mesma forma que eu ganhei eu perdi.

Eu não consigo atender o telefone, não quando tudo que eu quero é acordar desse pesadelo, porque isso deve ser um maldito pesadelo, nada disso é real, eu preciso acordar.

...........

Postei mais um e sai correndo...


Eu confesso que chorei quando escrevi 🥹

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Até o próximo 😘

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