Cap 33

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📍São Paulo, BR

Já faz 2 anos e eu ainda não superei, não consegui esquecer ela, nem o nosso filho, eu também não consegui seguir em frente, a minha vida acabou no dia que eu perdi eles, eu pedi afastamento do time porque não conseguia jogar e não era justo com os meus companheiros.

Passei um tempo na Colômbia com a minha família para tentar amenizar essa dor que machucava o meu peito. Eu sonhava com ela todas as noites, e ela estava feliz, como ela pode estar feliz enquanto eu estou aqui só existindo?

Nos meus sonhos a gente ainda estava juntos, o Miguel se parecia comigo e eu não tinha sido um idiota com ela, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu só queria uma última chance de poder ser pra ela o homem que ela merecia.

Eu me mudei também, não consegui ficar no mesmo lugar onde vivemos tantas coisas juntos, no lugar que seria o nosso lar, era horrível chegar e sentir o cheiro dela em cada canto da minha casa.

A minha família e meus amigos estão preocupados comigo, dizem que eu preciso procurar ajuda, mas a única coisa que resolveria era poder ter ela de volta. Seus amigos as vezes tentam manter contato mas eu sei que está difícil para eles também, a Mariana sofreu muito.

O Palmeiras tem me ajudado também, ofereceram que eu retornasse ao time e meus pais me convenceram a aceitar, pelo menos eu teria alguma coisa pra pensar, e pra fazer além de pensar neles o tempo todo.

Tem alguns dias que voltei da Colômbia, também consegui voltar aos treinos e já estou morando no meu novo apartamento, graças a Deus o prédio não tem tanta criança, assim não preciso sofrer mais ainda pensando que poderia ser o meu filho correndo por ai.

Sou tirado dos meus pensamentos quando sinto alguém esbarrar em mim, olho pro chão e vejo o menino caído aos meus pés, uma moça corre em nossa direção provavelmente deve ser a mãe ou babá dele, nos abaixamos ao mesmo tempo para ajudá-lo a levantar do chão e quando nossos olhos se encontraram pela primeira vez eu sinto meu coração acelerar, minhas pernas fraquejarem e ela parece sentir o mesmo.

Não é possível que eu agora esteja alucinando novamente, porque sim já aconteceu mas não vem ao caso agora, ajudamos a criança a levantar e eu não consigo me segurar e a chamo.

- Juliana ?

Ela me olha assustada, parece pensar e então respnde.

- Voc... Você me conhece?

Como assim você me conhece ? Eu reconheceria aqueles olhos ainda que eu fosse cego, até o som da sua voz é o mesmo, é ela, mas como ? Não faz sentido, eu estava lá quando o caixão foi colocado na cova.

Continuamos nos encarando e aquela voz que eu ainda não havia escutado falou

- De onde você conhece a mamãe?

Mãe? Eu com certeza estou delirando, eu já tiva alucinações com ela antes mas não dessa forma, agora parece tão real. Ela realmente está aqui, bem na minha frente.

- Você ainda não me respondeu, você me conhece ? - Ela insistiu.

Quando eu ia responder sua pergunta um homem alto aparece logo atrás dela.

- Juliana ainda bem que te encontrei aqui, o Miguel acabou esquecendo o brinquedo no carro e você os papéis.

Miguel? Impossível, isso seria coincidência demais.

- Richard Ríos? Caraca eu sou muito seu fã, espero que você volte aos gramados logo, pode tirar uma foto comigo ? - O homem pergunta.

Eu apenas concordo com a cabeça de forma automática, ainda tentando processar o que está acontecendo aqui.

- Você é famoso ? - É a vez dela perguntar.

- Famoso ? Esse cara é um dos melhores jogadores que eu já vi jogar na minha vida. - O amigo dela continua falando animado.

- Qual seu nome ? - Pergunto direto.

- Nossa que educação a minha. - Riu sem jeito - Eu sou o Eduardo, essa é minha cliente Juliana que você provavelmente já conheceu e seu filho Miguel de 2 anos

2 anos ? Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto do universo, eu já não sofri o suficiente porra ?

- Você me chamou pelo meu nome sem eu te dizer, você me conhece? - Ela continuou insistindo.

- Vocês se conhecem Juliana ? Isso é ótimo, vai ajudar com o processo.

- Eu não o conheço, foi ele que me chamou pelo meu nome.

- Você só pode tá de brincadeira com a minha cara né? Alguém pode me explicar o que tá acontecendo aqui ? Você não pode ser real, eu enterrei você há 2 anos, eu perdi você há 2 anos, tem 2 anos que eu apenas existo nessa terra porque você levou a minha vontade de viver, e como é possível você estar aqui parada na minha frente agora fingindo que não me conhece? - Falei enquanto sentia as lágrimas encherem meus olhos, eu não chorava já tinha meses.

Ele me olhou surpreso, ela me olhou assustada e seus olhos refletiam a mesma dor que o meu, ficamos nos encarando por um tempo até que o tal do Eduado abriu a boca.

- Richard isso vai ser um susto pra você e para todos, mas a pessoa que você enterrou não é a Juliana, até porque você está vendo ela bem aqui na sua frente, não sei qual era o nível de relação e convívio que vocês tinham e não tenho problema em esclarecer as coisas, mas não acho que aqui seja o local apropriado para essa conversa.

Ela ainda estava ali parada com os olhos vidrados em mim, e segurando a mão da criança.

Eu concordei que ali não era o lugar ideal, e ofereci o meu apartamento pra termos a conversa, mas eles optaram pelo dela. Isso não fazia o menor sentido pra mim, eu venho sofrendo por dois anos por alguém que estava viva ? Quando foi que a minha vida virou roteiro de filme ?

Enquanto subiamos no elevador eu me dei conta de algo, se ela realmente esteve viva esse tempo todo, isso significa que o Miguel é meu filho ?

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Primeiro capítulo do dia ✔️

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Até o próximo 😘


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