Narciso (Capítulo Final)

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Antes de mais nada, obrigado por ler minha primeira shortfic finalizada, significa muito pra mim. Boa leitura!

Logo ao radar do sol os quatro rapazes se reuniram em frente a fachada do prédio que a dupla tinha passado a noite.

Leehan a pedido de Riwoo tinha aparecido acompanhado de Taesan, para apoiarem o amigo.

Os vendo interagir, Riwoo se sentiu sozinho depois de muito tempo, sem essa sensação. Ele claramente odiou, não por medo, mas ele só se via dessa forma antes de conhecer Sungho.

Deixando os amigos conversarem um pouco, Leehan se aproximou do mais baixo, que chegava às mensagens no celular.

— Eai

— Eai, obrigado por vir

— Na verdade, obrigado por avisar, a gente provavelmente só ia descobrir mês que vem se dependesse do Jae.

— Ele é um cara bacana

— Mas e você, como você tá? Precisa de algo?

— Ah cara, nem sei dizer. Eu quero ir pra lá desesperadamente, mas parece inútil.

— Tomou café? — Leehan fez um pergunta óbvia, recebendo um olhar surpreso, Riwoo claramente não comia desde a tarde passada, assim como Jaehyun. Não tinham lembrado disso.

— Não, ainda não.

— Vamos comer algo, depois a gente deixa vocês lá.

Foi comendo que receberam a esperada mensagem, sentiam melhor o sabor da comida sabendo que Sungho estava se recuperando da cirurgia melhor do que o esperado, se é que se podia esperar algo de um caso excêntrico.

Voltaram mais confortáveis ao hospital, sabendo que em alguns dias ele voltaria para casa sem qualquer tipo de sequela física.

Mas dada a raridade da situação, perguntas e mais perguntas tomavam as tarde de Sungho que no começo pouco assimilava.

Foi quando descobriram uma única falha, alguém que ele não parecia reagir ao nome, um sentimento específico que ele desconhecia. Gostar romanticamente.

— Ele o que? — Perguntou incrédulo pelo telefone.

Conforme ouvia, ele descia correndo as escadas, porque estava tão inquieto? Foi correndo até a casa de Sungho e se deparou com Riwoo sozinho no quintal.

Estavam prestes a se falar quando a porta foi aberta, lá estava o recém recuperado, olhou rápido a situação, mas tinha algo de errado.

Enquanto Jaehyun mais uma vez recebia uma descarga de informação milenar, Sungho conversava com seu melhor amigo como se o outro não estivesse presente.

— Nem me disse que ia sair, você já vai?

— A-ah não! Eu já vou entrar

— Tá, vou avisar meus pais então, eles perguntaram pro café.

Assim ele sumiu porta adentro, levando consigo a estranheza de se olhar alguém pela primeira vez na vida, bem no seu quintal.

— Meu deus não foi por isso que eu te liguei, devia ter me avisado que vinha! — Disse Riwoo bravo, seu coração estava disparado como se Sungho agora fosse um cristal fino prestes a quebrar.

— Você me liga falando que ele esqueceu de mim e espera que eu fique em casa e aceite? — Esbravejou de volta.

— Você não faz ideia do tamanho do problema que você podia ter arrumado se ele ficasse mal.

— Vocês não podem tratar ele como uma criança, qual é? — Frustrado sua voz se amargou ao final da frase, sentia o choro embolado embaixo de sua língua dolorida.

— Não, mas você era o problema, talvez assim seja melhor. — Sugeriu desesperado e triste por se desfazer do contato dos últimos dias com uma fala tão rude.

Sem mais nenhuma palavra, Jaehyun virou as costas, ele acreditava em cada palavra, por isso doía.

Doía já que não podiam se olhar, não podiam se tocar e nem planejar uma viagem que desse certo.

Agora era tarde demais, mas porque o peito de Jaehyun ardia de tal forma que o fazia querer voltar no tempo?

Acontece que os amantes achavam que nada podia interferir no amor que sentiam um pelo outro, quando na verdade a temporalidade tinha dilacerado cada pequena oportunidade de estarem juntos.

Jaehyun soube então que tinha que dizer adeus quando andando de volta para casa lembrando do olhar confuso de seu amante ele viu os tantos milênios em que se estragaram buscando um ao outro.

Se nem mesmo na terra do amor correspondido eles conseguiram estar realmente ao lado um do outro, então isso nunca aconteceria.

Um passo após o outro, Jaehyun perdeu a força quando uma facada o acertou o estômago, vomitava intermitentemente flores roxas, os tais cravos.

Via Sungho morrendo por si diversas vezes nas vidas passadas e entendeu que essa era sua chance de fazê-lo feliz e terminar com o looping desgraçado.

Via o olhar apaixonado dele em tantos tempos diferentes que era difícil puxar o ar, ele desabava no meio da calçada.

As pessoas que ao redor estavam tentavam consolar os pais, dizendo que o garoto morrera sorrindo.

Apesar de que quando foi encontrado sem vida uma linda flor já estava de pé o silenciando.

“Eu nunca tive a oportunidade de me apaixonar, mas estou feliz de que na única vez vivi um amor não correspondido por você, Park Sungho. Eu te amo infinitamente.”

Lapsos De Nossas PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora