Íris

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Enquanto Sungho procurava um espaço para olhar, Jaehyun assistia pacificamente as chamas da fogueira reluzirem nas orbes negras.

O coração de Park batia tão forte que parecia bater errado, de tal forma que até bombear sangue era um trabalho árduo naquela noite.

Estavam apoiados no fundo onde não tinha muita gente, a maioria se amontoou perto do palco, onde Jaehyun estaria caso não tivesse aquela companhia.

As músicas passavam, mas parecia que encarar um ao outro era declarar guerra, afinal eles faziam de tudo para não deixar uma atitude estranha pairar sobre aquela noite.

Mas sem querer ao se apoiar no carro atrás deles mais uma vez seus dedos se tocam por acidente.

— Perdão

— Tudo bem — Aliviou Sungho.

— Acho qu-

— Você já- — Se interromperam

— Você primeiro! — Encorajou Myung.

— Você já imaginou que a pessoa que vai corresponder seus sentimentos está debaixo do mesmo céu que você?

— É um pensamento bem bonito, acho que não costumo refletir tanto sobre — Disse nervoso com o tópico em questão.

— Eu não sei porque falei isso — Estava claramente desapontado. — O que você ia falar?

— Tá tudo bem, eu só ia dizer que acho que essa é a primeira vez que saio com alguém sem ser meus amigos.

— E como tá sendo? — Perguntou levemente esperançoso

— Diferente, acho que é legal dar espaço pra gente nova entrar, mas é estranho ainda sim. Você sabia que eu vinha?

— Sabia — Disse baixo

— Eu meio que percebi quando a gente combinou de vir pra cá. — Revelou sorrindo lindamente.

Sungho não sabia o que responder, tinha perdido as respostas no fim daquela linha bonita que compunha os olhos reprimidos de Jaehyun.

Se sentia esquentar, seu rosto estava fervendo, queria muito qualquer contato com ele, torcia para que se esbarrassem novamente.

— Você que pediu pra se encontrar comigo? — Quis saber, parecia suspeitar de algo.

Talvez Sungho também sentisse coisas estranhas quando a pele deles disputava átomos de espaço. Talvez ele também estivesse assustado, Jaehyun precisava saber.

— Meu amigo queria muito que a gente se visse, então ele fez tudo isso.

Tinha respostas e ainda não entendia nada, onde todas essas pessoas queriam chegar?

Olhava para os poços escuros no olhar de Myung, sabendo que contar era prendê-lo a si. Não era isso que queria, eles eram tão novos, tinha tanto pela frente.

— Por que?

— Eu vou pra casa

— Vou com você

— Não precisa

— Eu sei que não

Sem opção os dois caminharam terreno afora, a medida que ganhavam passos entre si Sungho sentia o que tinha evitado prestar atenção o dia todo.

Estava mais forte, sentia náuseas desumanas, dores fortes, contrações estilhaçadoras.

Não viu quando segurou firme nos braços cobertos de Myung, quase o machucando tamanha era a força para aliviar o mal estar.

Lapsos De Nossas PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora