Com o tempo, eu entendi que era mais fácil matar um desconhecido do que confiar em alguém da própria família.
Não preciso prolongar muito a história, meu pai fez o favor que impedir de que eu sequer tenha a chance de conhecer os personagens. Metáforas e mais metáforas, era assim que ele passava seus ensinamentos, achando que a porra de um adolescente punheteiro saberia o que escolher para a vida.
Para o chefe Alexei, eu falar em voz alta que aceitaria o acordo com a máfia espanhola já era o suficiente. Nunca importava a minha vontade, na verdade, nunca nem fui questionado se tinha uma.
Não fico remoendo o passado, meu pai também sofreu na mão do meu avô, e do pai dele antes dele. Todos na Rússia acham que quem manda e desmanda é o Chefe Alexei, pode até ser em prática, mas lá dentro da sala do chefe ou em reunião com os dois capos, quem realmente manda é a minha mãe.
Yuliya Kozlov, a única herdeira do trono da máfia Rússia, é por causa dela que o meu pai é o chefe e não um soldado qualquer. Essa parte da história eu sei, meu avô materno era o chefe antes do meu pai, ele criou os dois juntos e quando teve a oportunidade, ele noivou e casou os seus "filhos" prodígios.
Meu pai era pra ser um sub-chefe ou um soldado da máfia, mas minha mãe sempre soube qual de fato era o seu lugar. Ela nunca se interessou por outro homem, isso não é do seu feitio, já mulheres.
Meu pai sempre soube da orientação sexual da minha mãe, a que se divertia com os dois sexos nas madrugadas. A infidelidade nos casamentos russos são mais comum, estranhamos mesmo são os casamentos que são construído por amor, ou dizem que são.
Meu noivado com a Juana é por estratégia, o meu território precisa expandir e nada melhor do que acordo de sangue, ou melhor, de nova linhagem. Alexei e Juan tem esse acordo a anos, vinte e quatro pra ser mais exato, eles firmaram depois do nascimento da única filha do casal Rivera.
Juana Rivera, que em breve será Kozlov. Eu tinha quatorze anos quando nasceu, me sentia enojado por saber que me casaria com aquela coisa pequena que eu via no berço quando criança. Ela mal havia nascido e já havia sido marcada, isso me excita às vezes, saber que parte dela poderia ter sido de outro alguém mas é meu.
Vi a menina crescer, se tornar a mulher que é hoje, de língua afiada e um corpo de fuder com a cabeça de qualquer um. Ela não é como as outras mulheres que eu meto o meu pau, não é nem como as russas da minha máfia, ela é a porra de uma tentação espanhola.
Vi a raiva, o medo e o desejo em seus olhos essa manhã. Juana está certa em não querer se casar comigo, em me temer nem que seja por raiva, mas ela não sabe que de todo mal, eu sou o mais bonzinho.
O contrato que seu pai assinou duas semanas atrás, me dá o direito de tomar todas e quaisquer decisão sobre a vida de Juana, me fazendo dela não só seu marido assim como seu tutor também. Eu admiro o meu pai por escutar a sua mulher e chegarem juntos em um único consenso, mas não quero isso para a minha liderança.
Eu liderarei Kozlov sozinho.
Vigiei cada aniversário, cada treinamento, cada estudo da minha noiva. Tinha os relatórios que seu pai me mandava de semana em semana, mas eu também tinha os meus espiões atrás de seu rabo delicioso.
Quando ela foi marcada pela máfia italiana e deixaram uma queimadura em seu colo, eu e meu pai fizemos questão de arcar com os custos para tirarem aquela marca ou deixaram menos pior. Uma cirurgia foi feita, mas os médicos aconselharam a só dar outra forma para a queimadura. Assim foi feito, a marca da máfia italiana saiu e deu lugar a outra forma, a de um coração humano.
Juana carrega dois corações no peito, um que é seu e outro que foi colocado a força em sua pele. Matamos todos os ублюдки¹ que ousaram invadir a casa do Capo naquela noite, minha primeira morte por prazer.
Quando cheguei hoje da Rússia, Juan ofereceu sua casa como hospedagem e eu não pude recusar, assim fico mais perto para vigiar a minha noiva de língua afiada.
Juana, a mulher que doma o meu pau sem nem saber. Seu corpo é como escultura de argila que eu criei na minha mente, somente para mim. Seu rosto angelical e inocente brinca entre o bem e o mal que reina na minha consciência, porra de moral súbita.
Por muito tempo eu desejo aquele corpo, as curvas que já foram maiores, hoje são a tentação até dos soldados. Minha visão fica presa naquela bunda enorme que balança enquanto ela anda, nas coxas grossas que sustentam o caminhar elegante da mulher.
Sem falar na cintura fina marcada por estrias que eu sonho em lamber todas, nos peitos grandes e redondos que ela esbanja nos decotes que usa. Seu cabelo castanho que fica entre as bandas de sua bunda, eu perdi as contas de quantas vezes me imaginei enrolando aqueles fios em minha mão enquanto eu a como de quatro.
Os olhos castanhos esverdeados que me faz ficar hipnotizado com tamanha intensidade que transmite os seus sentimentos, eu fico duro só de os ter sobre mim. Aquela boca carnuda que já fantasiei me engolir por inteiro, ouvir os seus gemidos sair do fundo de sua garganta.
Eu preciso ter aquela mulher para mim e saber que ela é minha desde o seu nascimento, me queima de desejo por dentro.
¹ > filhos da puta em russo.
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LA MÁFIA KOZLOV
RomanceNas sombras da noite, o desejo arde, Uma chama incerta, calor que invade. No silêncio profundo, o sussurro insiste, O amor queima, mas jamais desiste. É uma dança lenta, envolta em neblina, Pele contra pele, a tensão fina. Os olhos falam...