06

108 10 0
                                    

-Serei breve

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

-Serei breve. - informo aos três homens ali presentes. - Quero uma cláusula de fidelidade no contrato de casamento.

Espero alguém se manifestar, como não tive nenhuma interrupção, sigo em frente.

-Um adendo na cláusula: se o meu marido me trair dentro de seis meses depois do casamento, eu volto para a Espanha solteira e com todos os contratos com as assinaturas do meu pai anulados.

-Por que faríamos isso?- Alexei pergunta em um arrastado inglês.

-Vocês precisam da Espanha e nesse momento, a Espanha sou eu. - analiso todos os três homens que me encaram agora.

Juan Rivera, o capo da Espanha está petrificado ao lado do computador. Dimitri Kozlov me encara com seus olhos vazios e azuis. Alexei Kozlov está pensativo, se aceita ou se me ameaça de morte.

-Isso não explica muita coisa, ainda temos a assinatura do seu pai. - Alexei se joga para trás em sua poltrona.

-Claro que tem, mas só eu dito sobre a minha vida. Eu te darei três opções, Alexei: a primeira é uma overdose de remédio, a segunda é um suicídio na banheira com os punhos cortados e a terceira, eu pulo de uma ponte. Você escolhe. - dou de ombros e finjo olhar as minhas unhas.

Ele parece pensar ao analisar as opções que dou, sinto o aperto da minha mãe na minha mão e a tensão na sala fica palpável esperando sua resposta.

-Aceito, mas somente com a sua assinatura no papel. - ele fala limpando a garganta, vejo seu filho o olhar de soslaio e volta a me encarar.

-Espertinho Alexei , mas eu sei do contrato sobre minha assinatura. Meu pai assinará o contrato por mim. - sorrio fingindo gentileza para ele.

-Não, não vou assinar. - meu pai sai do transe.

-Vai, vai sim. - minha mãe se pronúncia e ergue suas sobrancelhas para ele.

-Os documentos ficam prontos hoje, Alexei? - ele desvia a atenção para o meu futuro sogro, minha mãe sorri vitoriosa.

-Sim, quero todos aí para verem os documentos. - ele pede mais sério.

-Quero uma cópia. - peço diretamente para o meu pai.

-Sem problemas, mais alguma coisa? - ele pergunta olhando para minha mãe e pra mim.

-Não. - falo simples.

-Não. - minha mãe também responde.

-Ok, encerramos aqui. - Alexei fala antes de desligar.

Estava acampada na biblioteca de casa, ainda terminando as minhas aulas de russo que me obriguei a aprender

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava acampada na biblioteca de casa, ainda terminando as minhas aulas de russo que me obriguei a aprender. Eu vou casar com um russo e ainda vou morar lá, eu preciso entender o que dizem e se é sobre mim.

A biblioteca da casa não é tão grande quanto eu gostaria que fosse, mas ela tem tudo do que preciso. Nas prateleiras de cima, estão os exemplares de alguns escritores espanhóis, poesia e literatura. Nas do meio estão os manuais de diferentes tipos de armas, estão também as apostilas de arquitetura de todos os edifícios da Espanha. No último e não menos importante, os dicionários, as enciclopédias e os livros mais rasos, como romance, ficção e terror.

Eu gosto de estar aqui quando o clima lá fora não está bom, e eu nem estou falando do céu, o clima ao qual me refiro é o do meu pai e eu.
Depois de ver ele assinando o contrato, eu simplesmente saí de seu escritório sabendo que não tinha mais volta, agora definitivamente.

Mamãe ficou em sua sala por horas, ouvi os gritos que vinham lá de dentro e por meio segundo me senti culpada. Diferente do que eu esperava, o meu noivo não tentou contato comigo, não ainda, mas eu sei que uma hora ele vai querer se vingar.

Não fiz o que fiz por vingança, eu fiz por segurança. O contrato agora assinado, me dá a esperança de ainda sair do meio disso tudo. Dimitri me mostrou ser o monstro que muitos dizem, ele é frio e calculista, pensou em cada reação minha naquele jantar. Parei pra pensar durante a noite, ele jogava verde e tentava colher o maduro, assim como eu fiz, mas fui mais esperta.

Usei seu próprio veneno contra ele, agora ele será fiel a mim, ele não vai arriscar perder a Espanha assim de mão beijada. Ele ainda vai deslizar e nem vou precisar fazer nada, não custa nada jogar para o universo.

Folheio a última página do dicionário russo, o fechando sorrindo contente por agora saber todas as palavras possíveis em russo. Só preciso treinar a fluência como mamãe ensinou, vou testar a minha pronúncia com um soldado idiota do Dimitri.

Me viro para sair da biblioteca, acabo derrubando o dicionário com o susto que levo ao encontrar Dimitri na porta, encostado no batente, seu rosto inexpressivo como sempre.

-Já estava de saída, fica à vontade. - tento passar por ele, mas a sua mão grande pega o meu braço e me empurra pra dentro da sala novamente.

Ele entra fechando a porta atrás de si, nunca desviando o seu olhar do meu. Meu corpo se arrepia incontáveis vezes com a porra da sua aproximação, seu perfume me deixa inebriada.

-Eu subestimei você. - cruza as mãos na frente de seu corpo, vindo em minha direção calmamente.

-Você achou que me conhecia somente nos trinta minutos que ficamos juntos? Me poupe, Dimitri. - me abaixo para pegar o dicionário no chão, de costa pra ele.

Sinto o seu olhar quente em todo meu
corpo, sinto-me despida com a forma que ele devora meu corpo somente com aquele olhar pesado. Não é por nada, mas eu deixaria ele olhar o tempo que quisesse.

-Não, querida noiva, não achei. - ele para na minha frente, perto demais. -Você não me conhece Juana, mas eu te vi crescer, te vi se tornar essa mulher que você é, vi cada treino seu, cada fase da sua ingênua adolescência. - ele chega mais perto do meu ouvido. -Vi sua puberdade, sua curiosidade, querida noiva.

Controlo-me para voltar a respirar, porra, eu odeio esse homem. Ofegante, é assim que eu estou com as palavras de Dimitri. As pernas entrelaçadas porque estranhamente, ter esse homem gigante com essa voz rouca sussurrando no meu ouvido me deixou excitada.

-Isso é injusto pra caralho.- solto com indignação engolindo em seco.-Eu não tive o mesmo desprazer, pelo menos infernizar a sua vida eu poderia.

Ele me encara sério, os olhos antes em um azul escuro, agora estão em um azul petróleo intenso me encarando com raiva e curiosidade. A minha língua afiada ainda vai me matar, já dizia dona Glória.

-Aaah pequena demônia, você infernizou sem nem mesmo saber. - sua mão se enrola no meu pescoço, apertando fraco, como se ele quisesse somente me deixar sem ar.

-Posso saber como? - falo fraco por falta de ar, minhas mãos vão para o seu pulso que segura meu pescoço.

-Não, não pode. - ele puxa o ar cheirando meu pescoço, depois me solta com brutalidade virando de costas pra mim. -Você foi esperta em exigir fidelidade.

-É, eu sei. - massageio onde sua mão estava segundo atrás. -Te irritei?

-Esse era o seu objetivo? Me irritar? - pergunta sorrindo falsamente.

-Não, o meu objetivo era não estar mais casada com você. Pode tentar enganar todo mundo, mas a mim não, eu sei que você não deixará o seu pau dentro da calça.

-Tem uma brecha no seu contrato, невеста. - diz o noiva com tanto escárnio que me chega a dar nojo. -Posso enfiar o meu pau onde eu quiser até o casamento, quer ser a primeira?

-Prefiro morrer. - quase cuspo em seu rosto, ele me analisa antes de dar um sorriso estranho pra mim.

-Esteja pronta às 20:00 hoje. - diz se dirigindo a porta. -Eu adoro a sua bunda deliciosa nessa calça de látex, mas eu a quero em uma leggin hoje a noite.

E simplesmente saí, com aquele sorriso malicioso no rosto que me da vontade de o acabar na base do soco.

Dimitre me dá ânsia.

LA MÁFIA KOZLOV Onde histórias criam vida. Descubra agora