"Uma mulher mais forte não imploraria, mas eu olhei para o céu e disse: Por favor, tenho estado de joelhos, mude a profecia.Não quero dinheiro, só alguém que queira a minha companhia... Deixe ser eu uma vez na vida.
Com quem preciso falar para ver se podem reescrever a profecia?"
The prophecy, Taylor Swift
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Nayeon havia se acostumado com suas costas mais leves fisicamente falando e embora as asas longas não estivessem mais fazendo morada em suas costas por algum tempo, os mesmos ombros pareciam cada vez mais pesados, cada vez mais arcados num desânimo latente. O ser empíreo também havia se acostumado com o cheiro de cigarro pairando nos bares, das luzes coloridas piscantes a cada esquina daquela cidade da mesma forma que havia se acostumado a acompanhar a jovem de olhos tristes de longe. Flechar alguém nunca foi tão difícil, parecia que a ponta de platina não conseguia se fincar na carne de Minatozaki Sana, parecia que as penas rentes à haste pareciam fazer os ventos guiar suas flechas para um caminho diferente do que Nayeon queria...
Dali, do canto do bar pomposo, a silhueta da mulher circundava o copo praticamente vazio com o seu indicador ao mesmo tempo que segurava o amargor corroendo-lhe a garganta como um shot puro da cachaça mais barata existente. Haviam se passado quarenta minutos do horário marcado, Park Jihyo tinha que ter chego às oito em ponto, oito e quinze ainda seria aceitável... mas ela não badalou o pequeno sino acoplado acima da porta de entrada. Nayeon realmente acreditou que a dona das pintinhas próxima as orbes castanhas como o espresso americano que Sana tomou no dia em que se conheceram era a escolhida, mas sua flecha havia falhado... novamente.
Talvez a pior parte disso era ver Sana reverberar suas próprias ações repetidas vezes em sua mente criando um limpo espinhoso, escuro e inseguro e Nayeon não podia fazer nada, afinal Sana não a via, não a sentia, não sabia de sua existência. Mas o coração da japonesa, de certa forma, estava nas mãos da cupido. Nayeon se sentia imersa em um filme triste onde a cada lágrima derramada pelas bochechas rosadas seria cordialmente acompanhada por Comptine d'un Autre été: L'Après-Midi do músico vanguardista Yann Tiersen. Só que Sana não gostava de música clássica, muito menos de filmes tristes e isso tornava tudo ainda pior no cenário desenhado pela mente de Nayeon.
E naquela noite ela vira Sana empurrar para dentro uma quantidade considerável de álcool para seu organismo imaginando que o teor alcoólico em seu sangue fosse inebriar seus pensamentos e pelo menos aquilo Sana sabia que seria capaz de fazer. Então os sons das bases dos copos batendo contra o balcão gasto de madeira foram se tornando ritmadas como um ditar de um maestro para sua orquestra. A forma que a luz sobre o topo da cabeça de Sana a beijava, fazia com que seus fios castanhos fossem refletidos num dourado etéreo, quase comparável aos portais dos céus e as trombetas dos querubins. Nayeon estaria utilizando de sua maior hipocrisia se falasse para si mesma que não estava preocupada com o estado de Sana, o choro não parecia mais ter qualquer obstáculo para sair de seus olhos, o álcool já era perceptível não só pelas garrafas vazias à sua volta, mas sim pelo rubor e odor provindo de sua silhueta.
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e se sua flecha me amar? . sanayeon
FanfictionA sanayeon short fic O farfalhar das penas das asas enormes não fizeram mais falta quando o som ínfimo fora substituído pela respiração da humana ao seu lado. O voo livre não fez falta uma vez que a cupido se sentiu mais livre do que nunca quando c...