i can't live without you • louis & lestat

34. o jantar

Em frente ao Resturante Artepasta

Louis estava parado bem embaixo do letreiro oval verde escuro de neon, exibindo o nome do restaurante "Artepasta", enquanto esperava pacientemente, com as mãos enfiadas nos bolsos de seu casaco de couro preto.

Ainda era um pouco cedo para o jantar com Lestat, embora ele tivesse descido do metrô algumas estações antes e decidido caminhar a pé até o restaurante. 

Caminhar fez maravilhas para seus nervos, que estiveram à flor da pele o dia todo. Ele sabia que isso era principalmente criação de sua própria mente — sendo que ele sabia que seu propósito para o jantar essa noite era contar a Lestat como se sentia.

Ainda assim, ele não conseguia deixar de se sentir inquieto e nervoso. Lestat era seu melhor amigo — com quem ele havia passado tanto tempo junto, discutido seus desejos, medos e sonhos.

E eles haviam passado por um período tão tumultuado esse ano, com encontros com outras pessoas e mal-entendidos, que parecia quase um milagre para eles estarem onde estavam agora.

Embora para Lestat, provavelmente fosse apenas um encontro normal entre melhores amigos, algo típico que eles costumavam fazer no passado.

Por outro lado, ele lembrou a si mesmo, no passado eles costumavam se encontrar mais para cafés e almoços, e não tanto para jantares.

Ele não tinha certeza do porquê essa era uma diferença tão importante — afinal, eram todas refeições, não eram?

Mas, em algum nível, havia essa diferença, por uma razão ou outra.

De qualquer forma, não importava.

O que importava era que ele próprio havia atribuído uma grande importância a esse jantar hoje à noite.

A ideia toda estava fazendo com que ele sentisse borboletas no estômago – e ele se pegava ora sorrindo largamente, ora respirando fundo consecutivamente para se acalmar.

Preguiçosamente, ele puxou a gola da camisa azul-escura de botões. Ele olhou para si mesmo. Camisa bonita, calças sociais pretas, sapatos sociais.

Ele parecia decente. Ele tinha ficado indeciso sobre como se vestir. Ele quase optou por algo casual. Afinal, aquele era seu melhor amigo – e ele sabia como ele era. No entanto, devido à importância desse jantar, ele acabou decidindo que isso estava definitivamente longe de ser uma ocasião casual.

Sem mencionar que Grace o ameaçou zombeteiramente se sua roupa não fosse decente...

Ele revirou os olhos ao pensar na irmã. Mas então não conseguiu evitar de sorrir também.

Bem, pelo menos ele parecia arrumado por fora, mesmo que por dentro ele se sentisse uma bagunça...

Ele olhou para o relógio. 17h50.

Certo, talvez ele não precisasse ter chegado 20 minutos adiantado.

Isso era um pouco ridículo, ele pensou ironicamente. Por que ele tinha que ser o único a se prejudicar, justamente hoje — logo antes do que seria o momento mais estressante de toda a sua vida?

Ele balançou a cabeça. Ótimo trabalho, Louis...

[...]

— Ei, esse é o Louis, certo? — Uma voz masculina estranhamente familiar e amigável nas proximidades fez Louis olhar para cima.