Capítulo IV.

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Levi bateu a porta de seu quarto, pressionando as costas contra ela. Seu corpo ainda está quente, o cheiro de Eren queimando sob o nariz, as pernas gelatinosas e a barriga formigando com a excitação que o dominou depois de um simples beijo.

E contrariando suas próprias ações, Levi sorriu, satisfeito em ter saído correndo antes que se tornasse mais, mesmo que ele quisesse — muito — Eren deveria lutar um pouco mais para ter o que ambos queriam, Levi não se importa em ser um pirralho ao fazer o velho correr atrás disso, ele quer que Eren o deseje desesperadamente, que anseie por ele a ponto de perder o controle.

Descobrir a homossexualidade de Eren virou alguma coisa em sua cabeça, do noivo frio e falsamente gentil de Mikasa, o Principe Jaeger se tornou o alvo de todos os seus desejos, protagonista de seus sonhos molhados e foda-se se Levi não estivesse aliviado em finalmente ter um motivo plausivel para querer o homem de sua irmã.

Não que Mikasa fosse se incomodar, sinceramente, a princesa estava muito ocupada fugindo para campinas distantes com Jean para se importar.

Basta que todos nesse maldito quarteto amoroso estejam com os destinos condenados a miséria de casamentos indesejados. Levi iria aproveitar cada segundo que ainda resta no palácio de Shiganshina antes de precisar ir embora. Ele provaria Eren dos pés à cabeça e destruiria o moreno para qualquer outro homem, ninguém o faria sentir como Levi planeja fazer que sinta.

Ele foi totalmente contra quando seus pais anunciaram o casamento, ele pediu, implorou, até negociou sua própria felicidade em troca da felicidade de Mikasa, prometeu conseguir a aliança de outra maneira. Levi tentou e mesmo assim, o destino já estava traçado, em suas costas Kenny e Kuchel organizaram o acordo, sentenciando Mikasa sem qualquer consideração com os sentimentos da princesa. O rei e a rainha Ackerman não deveriam ter tomado tal atitude sem esperar uma vingança mesquinha de Levi, eles conhecem o filho que tem, eles sabem o problema que criaram, e como um bom menino, ele alcançaria as expectativas.

Ele se certificaria de fazer com Eren todos os atos inescrupulosos que prometeu não cometer para sua mãe. E ela tem sorte de não precisar assistir tal coisa, Levi não se importaria em mostrar.

E se Carla Jaeger estava preocupada com qualquer possível escândalo com o nome do futuro rei envolvido antes, então ela surtaria pois Levi está disposto a viciar seu pobre e contido filho.

Indo até o sino pendurado perto da porta, tocando-o para chamar as criadas, Levi sorri para si mesmo, já tirando as roupas enquanto caminha em direção a casa de banho, ele ignora seu coração acelerado em favor de mentir para si mesmo, fingir que Eren não o deixa absolutamente embriagado, que a ideia de apenas passar um tempo com o outro homem já o deixa ansioso.

Levi só precisa aplacar o desejo que o dominou tão repentinamente, depois disso ele vai embora, sem sua irmã, porém vingado.

***

No dia seguinte, Levi poderia dizer que estava satisfeito. Não pensou que ignorar Eren Jaeger após todo o acontecido fosse como colocar lenha na fogueira. Sentia o olhar dele durante todo o jantar no dia anterior sobre si, inclusive teve a súbita sensação que ele iria segui-lo, mas isso não aconteceu.

Levi gosta de exercer esse poder em cima de outras pessoas, gosta de se sentir desejado e ter o controle da situação, de criar o problema e ver tudo indo pelos ares apenas para o próprio capricho.

Se aventurando no palácio, Levi parou na sala de recreação, o sol poente deixando o ambiente com instrumentos eruditos parecendo etéreo.

Seus olhos correram desde a flauta, até o violino, parando no piano que estava próximo às enormes janelas. Caminhou até lá, sentou no banquinho e olhou em volta antes de abrir o instrumento para tocar.

INIMIGOS DO DESTINO (ERERI - RIREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora