Capítulo V.

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Eren foi direto para a sala de artes. Sabendo que Levi sempre usava o lugar para se esconder, Eren nem mesmo tentou ser silencioso ao avançar para dentro da sala iluminada apenas por velas. A noite cobrindo o cômodo deixou os dois mergulhados na meia luz, a sacada aberta revelando as costas de Levi, que parecia distraído observando a lua cheia.

— Eu realmente apreciaria um momento sozinho, alteza. — O Ackerman diz suavemente, muito relaxado mesmo que um homem de quase dois metros estivesse em suas costas, encarando sobre seus ombros fixamente.

Eren abre e fecha as mãos em punhos, ele tem uma escolha aqui, ele poderia encolher os ombros, suspirar e ir embora como fez nos últimos dias, lamentando mais uma fuga de um adolescente de meio metro, deixando que o mais novo dite o controle, que exerça domínio sobre ele.

Ele não é um homem paciente, mas estava se esforçando, pensando que Levi poderia ser apenas tímido e reservado quanto a outras coisas que eles poderiam fazer, mas mesmo um homem paciente não teria tanta força de vontade, não com as provocações entre os dois, os olhares nos corredores, os toques nada singelos em momentos aleatórios, Levi não fez esforço nenhum para disfarçar sua óbvia necessidade em deixar Eren louco.

— O que ainda faz aqui, velho? — Abandonando a visão das montanhas e da lua, Levi fica de frente para Eren, revelando sua pele pálida banhada pela luz amarelada das velas, fios escuros como breu bagunçados no topo da cabeça e bochechas coradas de vinho, o garoto é uma paisagem visto de cima. — A surdez já lhe alcançou nessa altura da vida? Fale logo o que quer, já disse que prefiro estar sozinho.

Eren levanta o queixo, deixando a diferença de altura entre os dois ainda mais proeminente com os ombros tensos ao se aproximar com passos confiantes, seus olhos estão dilatados, o verde desaparecendo nas pupilas enquanto o cheiro de lírios assalta seu nariz. Pode ser apenas uma sensação, a visão de Eren se aproximando como um lobo ou o silêncio entre os dois, mas Levi automaticamente tenta se afastar, dando pequenos passos para trás, apenas para encontrar a mureta fria da sacada contra seus quadris.

— Eren? — A pergunta é baixa e confusa, Levi nem mesmo consegue encarar os belos olhos do outro homem, de repente muito autoconsciente para isso.

A noite parece quente, nem mesmo a brisa fria alivia a quentura em suas peles quando Eren finalmente encosta em Levi, seus corpos praticamente grudados torna difícil olhar nos olhos de prata que fogem dele. O silêncio de repente é sufocante, mas nenhum dos dois se atreve a quebrá-lo enquanto Eren se curva, a boca pairando sobre uma orelha rosada, pequenas arfadas de uma respiração quente atravessando o corpo menor.

— Eu quero e vou comer você, Levi. — O sussurro se encerra com um sotaque inesperado, 'livai' faz Levi suspirar sem controle de suas ações, muito preso na tensão repentina para reagir adequadamente às palavras sujas. — Te beijarei novamente, alteza.

Pequenos beijos são salpicados ao redor de seu pescoço, Levi nem mesmo registrou quando se inclinou para dar mais acesso a Eren, piscando com o arrepio que cruzou sua espinha ao receber uma mordida áspera na junção do ombro e do pescoço, bem sobre o tecido, feito propositalmente para não marcar.

— Não. — Responde então, a consciência tornando-o menos receptivo, os músculos ficando tensos e as mãos espalmando um grande e musculoso peito, empurrando levemente o outro homem. — Eu ainda não disse que poderias.

— Você me beijou, me seduziu. — Eren se aproximou novamente, pressionando seus corpos enquanto seus olhos queimam os de Levi, que desvia o olhar ainda mais corado. — Nós dois sabemos o quanto tu quer isso.

— Não sabes de nada. — Levi insistiu, desviando o olhar da figura poderosa pressionada contra ele, sabendo que não resistiria a queimadura dos olhos de Eren se se atrevesse.

INIMIGOS DO DESTINO (ERERI - RIREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora