INIMIGOS DO DESTINO (ERERI - RIREN)

Capítulo IX.

Todos estavam a postos, apenas esperando Eren e Levi entrarem. Como a união era atípica, pensaram que o ideal seria que entrassem juntos, então ali estava o Jaeger, esperando que o príncipe Ackerman aparecesse.

Porém, nada que sua mente criou o prepararia para aquele momento assim que o príncipe o encontrou no corredor que antecedia as enormes portas do salão: de vestes brancas como uma entidade divina, Levi vinha do fundo do corredor, um corset marcando perfeitamente sua cintura, calças marcando coxas e bunda e camisa perfeitamente alinhada. Ombros, colarinho e até mesmo algumas amarraduras do corset brilhavam, evidenciando os diamantes vindos diretamente das minas que o território Ackerman tinha posse, moldados exclusivamente para seu Príncipe.

Levi estava perfeito.

Sem conseguir disfarçar sua surpresa e admiração, Eren assistiu o príncipe se aproximar como se estivesse em câmera lenta, encantado demais para conseguir se expressar mais do que com as palavras que usou.

— Está perfeito. — O olhar felino que recebeu era frio e um tanto distante, fazendo com que prendesse a respiração ao estender a mão para que fosse segurada durante a entrada.

Mas Levi apenas aceitou, sua mão menor ficando por cima da de Eren, um leve e modesto toque de ambas, que estendidas na altura do peito, permaneceram na posição para que caminhassem na direção da porta dupla fechada.

O mundo estava silencioso e Eren pensou em dizer algo, qualquer coisa que fosse para quebrar a tensão estranha entre os dois, qualquer coisa para tornar o momento em mais do que apenas obrigação.

Mas a porta se abriu e o mundo se estendeu diante dos dois, pequenos passos ensaiados moveram suas pernas travadas, as capas em suas costas se estendendo no tapete vermelho indicando todo o caminho para o altar, cada pequeno passo acompanhando as batidas de seus corações ansiosos enquanto lentamente o barulho preenche tudo ao redor, as trombetas, conversas, sussurros e gritos indignados dos convidados ao redor do salão.

Observando o noivo com o canto dos olhos, Eren admirou o quão calmo Levi parecia, olhos estáveis em uma única direção, rosto liso de expressões. Aquelas mãos frias sem sequer sinal de tremores, o oposto completo das mãos suadas de nervosismo do Jaeger que por sorte, aquela em contato com Levi está com a palma para baixo, evitando assim o constrangimento de tornar seu nervosismo tão perceptível. Embora suas bochechas coradas e olhos arregalados deveriam denunciar quaisquer sentimentos que esperava manter sob controle.

Pois apesar da ausência dos representantes da fé na cerimônia, dos cochichos e sussurros maldosos da nobreza em peso ao redor e dos olhares julgadores da maioria presente, tudo que Eren sentia resumia-se ao fato de estar prestes a se casar e ser coroado ao lado daquele que poderia muito bem ser alguém que ele facilmente escolheria, se pudesse, alguém que não apenas é único e especial, mas do único gênero que poderia amar como homem.

Vestido de verde Eren atravessa o salão com seu noivo apoiado em sua mão, ambos caminham com calma em direção ao atual rei que vestido com sua túnica cerimonial e utilizando de sua coroa e espada, sorri levemente para o filho. Ao lado a rainha tem as mãos juntas e uma expressão tão serena que desperta curiosidade na corte, que sussurra ao vento teorias e mais teorias.

O orgulho refletido na calmaria de Carla faz os ombros de Eren perderem a tensão acumulada, olhos verdes brilhando para a linda rainha vestida de verde floresta, carregando sobre os cabelos presos uma delicada coroa adornada de esmeraldas.

Carla controlou seu próprio sorriso satisfeito ao ouvir as trombetas que anunciavam a entrada de ambos os príncipes, seus ouvidos surdos para a cantora lírica que enfeitava o momento e cega para a sociedade nobre em peso que se vira de uma só vez para assistir a entrada de ambos. Seu filho estaria em boas mãos e principalmente feliz, Carla poderia terminar o dia com a tranquilidade de que fez o certo e assim finalmente ter tempo para com seu marido e amor antes de ser tarde demais.