Hotel

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Valentina
Pov's

Quando ouço a clássica frase: "Senhoras e senhores, estamos começando a nossa descida para o Aeroporto Charles de Gaulle (CDG), também conhecido como Aeroporto de Roissy. Por favor, certifiquem-se de que seus cintos de segurança estejam afivelados, seus assentos na posição vertical e suas mesas recolhidas. Agradecemos por voar conosco e esperamos que tenham tido uma boa experiência," sinto um grande frio na barriga.

Não era medo da aterrissagem, nem gases, era pura ansiedade. E, conforme os segundos passavam, ela só aumentava. Com os barulhos do avião, Luana já havia acordado. Ainda estava com a cara meio amassada, mas estava desperta. Ela segurou minha mão e disse a única coisa que eu precisava ouvir:

- Vai ser incrível, nós vamos conseguir. Serão os melhores 20 dias das nossas vidas. Só entra na vibe, Val. - dei um sorriso de lado sincero e agradeci mentalmente por ter Luana comigo nessa viajem.

Após o pouso do avião, há aquele tumulto normal de pessoas pegando suas bagagens e desesperadas para pisar em terra firme - a terra firme de Paris. Estou encantada com essa ideia. Eu estou aqui, realizando um sonho!

Saio do avião sorridente, quase temendo que as pessoas pensem que usei alguma substância, de tanto que estou sorrindo. Mas ignoro isso, pois não é relevante no momento. A única coisa que importa é como estou realizada por estar aqui. Tiro algumas fotos com Luana, algumas em grupo, e começamos a explorar o aeroporto.

A empresa disponibilizou quartos em um hotel perto da Vila Olímpica e dos locais dos jogos para todos os jornalistas enviados. No entanto, chegar até lá seria por nossa conta, utilizando o método que preferíssemos. Avisamos Eliza que já estávamos indo. Ela assentiu, passou as instruções da reserva e pediu para irmos com cuidado. Por último, disse que nos encontraríamos no jantar. Nos despedimos e lá fomos nós na nossa saga, tentando pedir um táxi.

Depois de diversas tentativas falhas de pegarmos um táxi, que incluíam motoristas passando reto por nós e minha querida amiga louca das ideias mostrando o dedo do meio para eles, Luana se revoltou e pedimos um motorista de aplicativo. Quando o motorista chegou, acho que Luana se esqueceu que estávamos na França e soltou um "boa tarde" dirigido ao motorista, que nos olhou com dúvida. Não controlei minha risada e Luana me acompanhou. Depois de alguns segundos, nos recompomos e falamos em inglês com o motorista, que descobrimos se chamar Albert - bem clichê, certo? Também achamos, rimos disso também.

Ele seguiu a rota passada pelo aplicativo e logo estávamos na frente do hotel. Não era nada extremamente burguês, mas não poderíamos reclamar, pois o lugar parecia muito bom e aconchegante. Logo adentramos e fomos direto para a recepção. A moça que nos atendeu perguntou em seu lindo francês:

- Bonjour, avez-vous une réservation?

Eu e Luana nos entreolhamos até que tomei a frente para falar com a moça em inglês, pois no francês só me garantia no "bonjour".

- Hello, good afternoon, we are foreigners, can we speak in English?
"Olá, boa tarde, somos estrangeiras, podemos falar em inglês?"

- Of course, do you have a reservation?
"Claro, vocês têm reserva?"

-Yes, our names are Valentina Valencia and Luana Campos.
"Sim, nossos nomes são Valentina Valencia e Luana Campos."

Nós observamos atentamente a francesa pesquisar no sistema de seu computador e logo fico tensa com a expressão que ela faz, como se houvesse algo errado, mas não quis me precipitar antes que ela falasse.

-So, ladies, here in my system there is only one reservation for you, that of Miss Campos.
"Então, senhoritas, aqui no meu sistema consta apenas uma reserva de vocês, a da senhorita Campos."

Meu ouro é Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora