Capítulo 12

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— Ela está apenas muito irritada, tenha paciência — falo assim que entro na sala onde somente Jayson estava.

— Apenas? — ele me retruca segurando o riso.

— De qualquer forma, tenha paciência, é muita mudança e...

— Não Lyara, ela não tem o direito — ele respira fundo se esparramando no sofá — Tudo bem, apenas ter paciência, mas de qualquer modo não gostei de como ela agiu e falou — ele sorri para mim e acabo retribuindo — Está linda.

— Obrigada — dou uma volta em meu eixo fazendo o vestido que usava rodar, ele era até altura dos meus joelhos, era um vestido em xadrez pequeno de preto e branco e algumas costuras pretas na horizontal e nos pés uma sapatilha preta — O que te entregaram?

— Isso — Jayson tira do bolso os anéis e a poção, estendendo as mãos para que eu possa ver assim que me aproximei.

— Então vamos tomar logo — levo a minha mão para pegar o frasco, mas Jayson fecha a mão, me fazendo o olhar com a sobrancelha erguida pela sua ousadia.

— Temos que tomar juntos — Jayson fala e acabo dando alguns passos para trás, se temos que tomar juntos alguém vai abrir mão da sua magia, paro apenas quando escuto sua voz novamente — Não se preocupe, Gerard me garantiu que você não irá ficar sem sua magia, ela apenas ficará selada e nós dividiremos meu núcleo mágico, até que estejamos seguros ou você cresça o suficiente para comportar sua magia.

— E está tudo bem para você? — volto a me aproximar, mas minha voz estava fraca e muito baixa, sei que não é nada fácil dividir magia, pois junto com ela vamos dividir muitas sensações também.

— Faço o que for preciso para te ver bem e segura, então não se preocupe — Jayson fala sorrindo e acabo sorrindo de volta, ele abre o vidro da poção e distribui igualmente o líquido me entregando em seguida — Quando chegar no três, vamos tomar, tudo bem?

— Tem certeza?

— Tenho, sim, Lya — seu olhar brilha quando ele me chama assim, na verdade, eram poucos que me chamavam assim, mas pelo jeito ele nem percebeu o que falou, então confirmo com a cabeça — Um, dois... Três.

Assim que o líquido da poção toca nossa boca sinto a queimação voltar com tudo me fazendo cair sentada de bunda no chão e enquanto algumas lágrimas escorrem dos meus olhos, já Jayson sentia seu peito queimar de tal forma que chegou abrir sua camisa em uma tentativa de fazer parar. O que sentimos antes não foi tão intenso como agora.

— Seu rosto — Jayson leva sua mão esquerda abaixo do meu olho tocando de leve a minha pele — Está doendo?

— Agora não mais, deve ser o mesmo símbolo que o seu — aponto com meus dedos para uma lua e três estrelas que agora estava gravada no peito de Jayson.

— Como assim? — Jayson diz todo atrapalhado e assim que confere o desenho em seu peito confirma com a cabeça abrindo um sorriso — Sim, é o mesmo.

— Não vai ficar aparente pelo jeito, já que sumiram da primeira vez.

— Já fez isso antes? — nego com a cabeça

— As marcas que já deixei e conheço fica aparente como uma tatuagem e é por elas que são feitos os chamados.

— Como uma ardência?

— Em alguns casos, sim, mas as minhas — seu olhar era de confusão para mim — As que provoco, são de minha autoria e desejo — ele confirma com a cabeça ainda em dúvida — Quando eu os convoco a sensação é a mesma de quando eu os marquei.

— Como você faz isso? Por que faz isso? Um pedido de socorro?

— Também, tem mais, não tem? — forço trocar de assunto, não quero me revelar ainda, não é necessário no momento.

O Contrato da Rosa NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora