Capítulo 44

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Já tínhamos estudado alguns feitiços de magia ancestral, mas, na prática, mesmo não havíamos feito nada por ser muito mais forte que magia de Jayson, outro fator que complicava o seu entendimento era o meu jeito único de manipular essa magia, afinal eu já tinha experiencia e afinidade com os elementos então encurtava o caminho sempre.

Para o ritual iria precisar do meu sangue como fonte da magia e algo da pessoa, no caso Henry e ao olhar ao redor da sala para pensar em algo para usar me deparo com os dois me olhando completamente paralisados, vou até Henry puxando alguns fios de sua cabeça e a dor o faz sair do seu estupor junto a Jayson.

— Devo me preocupar? — Jayson me pergunta enquanto começou a ler sobre o feitiço.

— Não — paro no mesmo lugar chamando atenção dos dois, por me lembrar que se menor ele já arrasava corações, imagina agora sendo esse deus grego todo — Provavelmente sim.

— Lya — Henry me chama e eu faço sinal para ele ficar em silêncio e ele me obedece sentando no sofá enquanto Jayson o olhava indignado por me obedecer tão cegamente.

— Explica por favor, olhar esse ritual todo está me deixando nervoso.

— Daqui a pouco — o respondo entrando no pentagrama e jogando os fios de cabelo na taça que até o momento estava vazia.

Começo a recitar o feitiço em sussurros, afinal não era necessário gritas as palavras, elas iriam me ouvir até mesmo se eu falasse em pensamento apenas, logo as janelas começam a bater e o tempo muda radicalmente lá fora, como se uma grande tempestade fosse começar a qualquer momento, o céu escurecia cada vez mais assim que eu repetia as palavras.

Logo um ser encapuzado começa a sair do chão ficando a minha frente, ela faz uma reverência que retribuo no mesmo instante, mesmo sabendo que não é necessário por ser quem sou, mas respeito é bem-vindo em qualquer situação e momento, escuto sua risada baixa e ela logo me entrega uma adaga que ao olhar a reconheci, pertencia a Hades, para ser mais precisa era uns dos seus objetos mágicos que ele mais protegia.

Afasto os pensamentos de futuras complicações e explicações que terei que dar a ele e passo a adaga pelo bem antebraço abrindo um corte profundo, o ser me entrega a taça para que o sangue não caia no chão e quando ela está pela metade sinto sua mão passar pelo meu braço fechando imediatamente o corte.

— Obrigada Moira — agradeço ao ser a minha frente e vejo ela lamber a adaga que ainda continha meu sangue, dava para ouvir seus suspiros de prazer ao tocar ao meu sangue, para Jayson e Henry isso deveria causar medo, mas para nós éramos mais como um elogio afinal não era o sangue de todos que as Moiras se interessavam e sentiam prazer ao tocar.

— Nós que agradecemos — ela toca na taça e imediatamente meu sangue com o cabelo do Harry fica cristalino parecendo água e depois disso ela some da mesma forma que veio.

— Beba — entrego a taça para Henry que me olhava em completo temor, olhando em meus olhos e depois para a taça diversas vezes — Não vou repetir, ou vai beber por livre espontânea vontade, ou faço você beber na marra.

Ele nem esperou eu terminar de falar e vira o líquido garganta abaixo com os olhos fechados, mas ao sentir que não tem cheiro muito menos sabor de sangue me olha curioso me fazendo rir, eu sabia que não teria o gosto nem o cheiro, mas ver sua cara de espanto me divertiu e eu não queria perder essa oportunidade.

— Agora pode explicar? — Henry me pergunta enquanto vemos a taça sumir no ar em forma de pó.

— Você mudou muito e não podemos mais manter sua idade, então me responda rápido quer ter dezesseis anos com alguns meses a menos que eu ou quinze?

O Contrato da Rosa NegraOnde histórias criam vida. Descubra agora