[joaquin piquerez]
onde bêbada, Júlia envia um áudio se declarando para o seu melhor amigo, Joaquin, que havia acabado de reatar o seu antigo relacionamento.
obra da minha autoria, não permito adaptação.
capa: @liarchiv_
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Estou puta. Pra um caralho.
Por que eu simplesmente não estou acreditando que Joaco conseguiu ser burro o suficiente para reatar o namoro com a ex. Aquela bruja, como disse o próprio, quando descobriu os trocentos chifres que levou.
Me fala como que pode? Levar um par de galhos ( se bobear não foi só um), na cabeça e ainda ter a cara de pau de dar uma segunda chance. Isso é burrice. Mas ele nunca me escuta e isso me deixa chateada demais.
Se já não bastasse ter que aguentar a sua fase de "superação" quando ele passou o rodo em toda a São Paulo e ter que aguentar tudo caladinha sem dizer um A. Por que eu simplesmente me permiti confundir as coisas, permiti confundir o nosso carinho um com o outro e deixar que isso se tornasse um puta sentimento que não consigo tirar de dentro de mim.
Agora ele está lá com ela e não consigo superar o fato de que, ele não me vê como nada além de uma irmãzinha mais nova. E só.
Eu só quero me afundar no álcool agora e quem sabe esquecê-lo nem que seja por um mínimo segundo, engolir toda a porra do ciúme que tá me consumindo por dentro e me destruindo.
Contar pra ele? Nunca. Isso acabaria com tudo que nós construímos e eu não quero isso. Prefiro tê-lo por perto como amigo, do que não tê-lo mais. Por isso, prefiro segurar essa barra, aguentar a presença de Luísa, porque é ela que ele ama e eu só tenho que aceitar.
— Amiga, esquece esse colombiano um pouco e bebe comigo! Vamo beijar na boca, caralho! — Isadora, minha melhor amiga, pronuncia, já meio louca das ideias.
Ela me convidou pós expediente do trabalho, para sair um pouco e esfriar a cabeça. O pior de tudo, é que não ouvi sair da boca dele que eles reataram, soube por terceiros, fofoca de internet. Isso foi o que mais me doeu.
— Ele é Uruguaio, Isa.- corrigi.
— Foda-se o que ele é. Ele é um idiota isso sim. Nada de ficar com essa cara de cu a noite toda, curte um pouco. Não te convidei pra isso. — a loira tenta me animar, mas é em vão.
— Vou ficar aqui tomando uns drinks, pode ficar a vontade. Eu tô de boa. — digo, me atropelando nas palavras, enquanto sinto o líquido descer goela abaixo, rasgando.
— Beleza, eu tô aqui por perto, qualquer coisa me chama! — ela da um beijo estalado no rosto e então percebo que essa noite não verei mais nem a sua cor.
Me afundei em milhões de pensamentos sozinha e sentada naquele bar, mesmo que eu estivesse rodeada de gente, era como se ao mesmo tempo só estivesse eu e minha cabeça me martirizando. Eu nunca tive coragem de dizer ao Joaquín um terço do que eu sinto por ele, foi inevitável, eu só senti e pronto. Confundi tudo e estou aqui agora, sofrendo por um amor que nunca será correspondido.
