[joaquin piquerez]
onde bêbada, Júlia envia um áudio se declarando para o seu melhor amigo, Joaquin, que havia acabado de reatar o seu antigo relacionamento.
obra da minha autoria, não permito adaptação.
capa: @liarchiv_
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Eu não consigo dormir. Porra, eu não consigo dormir! De novo.
É quase uma da madrugada e eu embolei milhões de vezes na cama sem conseguir pregar o olho.
A verdade é que, minha cabeça está cheia. Tudo que tem acontecido tá me afetando de um jeito que eu não sei explicar, definitivamente.
De repente, não consigo tirar a minha melhor amiga da cabeça, e me pego imaginando como seria se ela tivesse me beijado aquela noite.
E isso não faz sentido nenhum. Saber que o que ela me confessou aquele dia, foi efeito da bebida, me deixou chateado. Sim, chateado. Quando eu deveria me sentir aliviado, exatamente como eu disse.
Mas não, porra! Eu não me senti aliviado. Não pergunte o por que, eu também não sei. Tudo mudou desde aquele maldito telefonema.
Júlia não tem respondido minhas mensagens, desde o outro dia no cinema. Eu sei que fui um vacilão e tive uma atitude idiota, como ela mesma disse, mas eu não fiz por mal. Eu só.. sei lá. Sei lá por que eu fiz aquilo.
Nem nos treinos ela tem aparecido, isso me deixou desapontado porque, ela sempre esteve lá me apoiando, a presença dela faz a diferença pra mim. Agora sinto sua falta, mais que tudo.
Ela não atende minhas ligações e isso me deixa desesperado e com medo, medo de.. perder a amizade que eu mais prezo e amo nessa vida.
Está caindo uma chuva lá fora, mas eu não iria conseguir dormir sossegado sem antes me certificar que ela está bem, que a gente tá bem.
Me levanto da cama disposto a sair de casa, visto um moletom quente e pego as chaves do carro.
Como o percurso é curto, não tive dificuldade em chegar até lá, apesar de estar chovendo um pouco forte. No estacionamento, avistei um carro conhecido, mas não me recordo exatamente de quem é o dono.
Cumprimento o porteiro e logo caminho em direção ao meu destino. Brinco com as chaves que estavam no meu bolso, para quem sabe tentar conter o meu nervosismo. Mesmo que eu estivesse com as chaves da sua casa bem aqui, eu não queria chegar entrando, apesar de que tenho passe livre para isso, tudo que eu menos queria era deixar as coisas piores do que já estão.
Suspiro fundo e toco a campainha, longos minutos esperei, pareciam uma eternidade. Eu estava nervoso e pensei no que eu diria assim que ela abrisse a porta, mas a única coisa que pensei quando isso aconteceu, foi que se arrependimento matasse eu já estaria partindo dessa para outra.
Os olhos dela de imediato se encontram com os meus, e por Deus, a conexão dos nossos olhares nunca foi tão profunda como agora. Os lábios dela se entreabrem com a surpresa de me ver ali. Logo avisto Richard, intimamente sentado em seu sofá.
De repente, aquela mesma sensação ruim no peito, vem a tona. O mesmo sentimento de quando vi os dois se beijando, e até mesmo quando estavam conversando no Allianz Parque. A sensação mais estranha e ruim que eu já senti na vida.