ARQUIVO IV: ANEXO II

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2021, 6 de Março

Hansol precisou de muito tempo para convencer Mingyu e Wonwoo que estava do lado deles. Desde que chegou no apartamento, às seis da tarde, ao anoitecer, fora questionado de muitas coisas.

Agora, após a meia noite, finalmente se sentaram para analisar as provas. A conversa foi intensa, e Hansol precisou dizer mais de uma vez que também recusou o suborno de Joshua, e que não pretendia voltar mais para a polícia após o acontecido, por isso os procurou.

Wonwoo ainda não confiava totalmente no policial, mas preferiu dar o benefício da dúvida porque Mingyu parecia confiar nele após sua explicação e, para ele, parecia o suficiente.

Sentados ao redor da mesa de jantar, Mingyu e Wonwoo se preocupavam em tentar colocar o disquete no notebook do detetive, que já era muito recente e não tinha entrada própria para o dispositivo. Hansol, por sua vez, procurava por luvas em sua mochila para analisar a gravata ensanguentada que Wonwoo o mostrou assim que entraram no cômodo.

— Essa porcaria não vai prestar. — Mingyu resmungou, passando as mãos pelos seus fios emaranhados. — Precisamos arrumar um jeito de tirar as informações dessa bosta que foi feita pelos antepassados.

— Resmungar não vai resolver nosso problema. — Wonwoo respondeu, sentando-se finalmente para tentar encontrar alguma entrada para disquete ou pelo menos para CD/DVD em seu notebook.

Mingyu suspirou alto, visando chamar atenção para seu descontentamento. Enquanto isso, ao seu lado, Hansol colocava suas luvas de látex pretas, segurando finalmente a gravata entre seus dedos.

— Essa era de fato a gravata de Seokmin? — Hansol questionou. — Não pode ser uma réplica?

— Pode. — Mingyu suspirou. — Não sabemos de onde veio, pode ser qualquer coisa. Pode ser uma gravata qualquer, com um sangue qualquer. Não considero isso como uma prova concreta.

— Seokmin estava usando essa gravata no dia do acontecimento. Ele gostava de gravatas coloridas, e listradas. — Wonwoo interviu, sentando-se ao lado de Mingyu.

— Teríamos que fazer alguma comparação de DNA para ter certeza que não é uma evidência plantada. Mas imagino que você não tenha nada que tenha o DNA dele mais. — Hansol suspirou, e logo depois se arrependeu da sua fala. — Quer dizer, não foi essa a intenção... — começou, imaginando que a forma que disse poderia machucar Wonwoo, lembrando-o que não tinha mais nada de Seokmin.

— Na verdade, tenho algumas roupas que eram dele aqui em casa. — Wonwoo corrigiu, e Mingyu não pôde evitar franzir a testa. — Uma delas ainda está no cesto. Não tive coragem de lavá-la. — admitiu de forma silenciosa.

— De qualquer forma, nós precisaríamos dos equipamentos para isso. — Mingyu interrompeu. — E eu que não vou voltar na delegacia tão cedo.

— Esse tal cara que vocês vão visitar pra ver as câmeras não tem nenhum equipamento do tipo? — Hansol perguntou, e Wonwoo deu de ombros. Não sabia responder.

— Poderíamos tentar, mas não acho que vá mudar algo. — Mingyu concluiu. — E, de qualquer forma, pouco importa se essa gravata é ou não de Seokmin. Se o assassino encostou nisso, e foi tão inteligente quanto pensamos, ele provavelmente se livrou de qualquer prova que poderíamos encontrar nela. É inútil.

Hansol concordou, a contragosto, e deixou a gravata novamente na mesa onde estava antes. Caminhou até o notebook onde os outros dois estavam, ainda tateando por uma mísera entrada de disquete, que não estava presente ali.

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