ESTHER

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Passei a mão no meu rosto limpando a farinha branca do trigo

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Passei a mão no meu rosto limpando a farinha branca do trigo. Olho pelo espelho do forno que piorei ainda mais a situação, agora tem farinha até nos pelos do supercílios. Droga. Tenho que terminar essa receita antes das oito da manhã. Algo novo no cardápio é uma das minhas especialidades. Ser dona de uma padaria, foi a melhor coisa que já me aconteceu. Bakery flavors, é o nome que escolhi, foi ideia do meu pai dois dias antes de ser morto esse era o sonho dele . Tovar o atual marido da minha mãe, me deu de presente no ano passado. Era um local abandonado que não funcionava há anos. Ele comprou e passou para meu nome. Minha mãe não aprovou a ideia. Na verdade, ela nunca me apoia em nada. Quando finalmente tive seu apoio, passei por um inferno.
O despertador toca lembrando que preciso tomar os remédios. Me apoio nas muletas, felizmente estou me recuperando rápido. Já se passou uma semana desde do acidente. Inúmeras sessões de fisioterapia. Consultas cansativas, enjôos matinais. Me sinto uma rata de laboratório. Sou tão sortuda que fui atropelada no dia do meu aniversário. Oque pode piorar? Eu não posso imaginar. Recebi todo apoio da família Almonte, eles pagaram todas as despesas. Porém, quem realmente devia se desculpar, simplesmente deixou um cheque no valor de 30 mil dólares, com minha mãe. Não vi nem a cor do dinheiro, segundo ela eu não precisaria pois já tenho meu próprio negócio. Graziela, minha mãe, seria capaz de me vender por um valor que comprasse suas bolsas de grife, ela já fez isso.
Termino a broa de milho. Receita brasileira, esse é meu diferencial, fazer comidas típicas de outros países. Retiro o avental sujo e me limpo com um pano úmido. São sete da manhã, Paloma já está a caminho. Laura pediu para chegar tarde hoje. A verdade é que sem as duas esse lugar não seria metade do que é. Laura era dona desse lugar, após a morte de sua mãe decidiu fechar tudo. Quando comprei, ela me pediu para trabalhar comigo. Nós tornamos boas amigas e hoje ela cuida de toda parte financeira é ótima com isso. Paloma chegou depois, tímida, atendendo como garçonete. Nós três criamos um vínculo muito forte, e comandamos esse lugar juntas. Eu amo ver o sorriso das pessoas quando provam meus bolos, doces, sobremesas. Sinto que faço parte de algo importante. Vir para Bratford, não estava nós meu planos. Três anos atrás estava casada com um estranho no México.

- Receita nova? - olho por cima dos ombros, vendo Paloma colocar a bolsa no gancho atrás da porta.

- pois é...dessa vez fui ao Brasil_ digo com certa empolgação. Ela sorri.

Observo enquanto ela lava as mãos, fazendo todo o procedimento de higiene. Põe o avental e prende os longos cabelos pretos na toca de pano. Paloma, normalmente é muito animada, falante, porém hoje está calada, cabisbaixa.....o oposto de alegria e felicidade.

- Oque aconteceu? - pergunto chamando sua atenção. Ela franze o cenho.

- Coisas da vida - limita-se a dizer. Cruzo os braços. Ela rola os olhos, sabendo que não vou desistir - Sebastian, o irmão do meu namorado não aceita nosso relacionamento.....ele me culpa pelos erros da minha irmã.

- Você não pode deixar isso afetar seu relacionamento. Você ama o Marcos, é visível que estão felizes.

- Sinto que estou atrapalhando a relação de fraternidade entre eles. Marcos me disse que Sebastian não está falando com ele mais que duas sílabas - diz ela, apreensiva.

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