SEBASTIAN

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Estou coberto de suor, meus batimentos cardíacos acelerados e minha respiração errática

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Estou coberto de suor, meus batimentos cardíacos acelerados e minha respiração errática. Paro, quando meu relógio marca cinco quilômetros corridos pela minha propriedade. Conferindo o relógio vejo que são cinco da manhã.
Os empregados já estão em suas respectivas tarefas pela propriedade, e pela cara de todos foi uma surpresa eu ter voltado para minha antiga casa, onde fui traído tantas vezes.
Se vou me "casar" tenho que ter um lugar para morar com minha esposa, mesmo que seja por pouco tempo. É ridículo tudo isso que estou fazendo. Porra, oque eu não daria para tudo ser um maldito pesadelo.
José, cuidou para que toda a casa fosse reformada, móveis trocados, cama nova. Nada que me lembre do passado infeliz.
Perambulo pelo corredor e entro no meu quarto, e nada trás nenhuma recordação...tudo novo. Me vejo no espelho, vestindo uma calça alfaiataria preta, refletindo sobre minhas péssimas escolhas. Viro a cara enojado.
Eu a pedi em casamento na festa do amor, a porcaria da festa que eu mesmo criei. Não planejei fazer o pedido daquela forma e nem que fosse nessas circunstâncias, eu praticamente comprei ela. Já faz dias que isso me perturba, eu estive a ponto de aceitar a oferta de sua mãe. Graziela, teve o descaramento de ir até a casa dos meus pais e por um deslize ouviu a conversa que tive com minha mãe, ela usou isso para oferecer a filha da forma mais nojenta. Tive que usar do meu autocontrole para não mandar a mulher ir para o inferno, precisaria de seu apoio futuramente.
O lindo rosto de Esther, surge em minha mente sem avisar, o olhos azuis brilhando quando propus casamento. Se meu terapeuta tivesse aqui sua psicologia barata me impediria de cometer essa loucura. Seu desapontamento, sua indignação e mágoa quase me fizeram desistir, no entanto, eu a quero e não tem haver com minha mãe e seu último pedido.
Quero Esther.
Sou tirado dos meus devaneios quando ouço um tumulto no andar andar de baixo.

- Que bom que ainda está em casa, preciso que me diga oque faremos no jantar de hoje a noite? - pergunta minha mãe, assim que me aproximo para cumprimenta-la.

- Bom dia mamãe - cumprimento-a - jantar? - pergunto, franzindo o cenho.

Ela me abraça rapidamente e caminha para varanda, sendo seguida por mim e pela empregada que trás uma bandeja com café e bolinhos de chuva feitos por minha sócia/noiva. Minha mãe se senta e fico de pé observando sua tranquilidade por invadir minha casa.

- O jantar de noivado, ou se esqueceu que vai se casar com a nora dos meus sonhos.

- Isso não é necessário... não queremos jantar, festas ou coisas do tipos - digo com impaciência.

- Não seja grotesco... Vai se casar e esse momento tem que ser especial do começo ao fim. Eu já conversei com sua noiva e ela se mostrou muito animada - diz, entre uma mordida e outra no bolinho de chuva.

- Foi importunar ela com isso? - pergunto exasperado - Mamãe, isso é perca de tempo.

- Não fale assim, filho. É meu último desejo - diz ela. Rolo os olhos.

- Faça como quiser mamãe - rosno, me dando por vencido.

Os olhos dela brilham e me sinto um monstro por engana-lá. Oque me conforta é que vou cumprir seu último desejo, então não sou tão péssimo assim. Ela termina de comer e se despede dizendo ir para mais uma consulta de rotina. Fico parado por um tempo observando seu carro se afastar. Ela ficou tão feliz com a notícia do noivado que praticamente se ajoelhou nos meus pés para agradecer. O tempo que ela viver, viverá sabendo que me casei com a mulher que ela escolheu. Eu nunca teria escolhido mulher nenhuma.

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