De volta às memórias

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Diogo 


Nunca foi tão difícil decidir pra qual ceia de Natal ir. Paolla e eu temos duas opções que são irrecusáveis e irresistíveis mas infelizmente não podemos ir nas duas ao mesmo tempo e muito menos juntar as duas famílias pra que todos saiam felizes. Minha sogra argumentou que vários parentes dela iriam pra sua casa e que por essa razão ela não podia simplismente vir pro Rio de Janeiro e deixá-los lá. Minha mãe contra-argumentou dizendo que receberia muitos amigos que viriam de longe e que o certo seria ficar por aqui mesmo porque a minha namorada não sabe como é o salpicão dela e porque seria a primeira ceia de Natal dela conosco. 

Não foi fácil escolher entre uma ceia e outra mas depois de muita conversa a Paolla e eu decidimos o que seria mais conveniente pra nós dois. Como eu tenho uma entrevista pra fazer em São Paulo um dia antes da noite de Natal achamos melhor ir pra lá e comemorarmos o aniversário de Jesus assim,com a família Oliveira. Se minha mãe concordou com isso?Não. Ela fez drama,disse que era um pouco de falta de consideração da nossa parte e por fim pediu desculpas e nos desejou Feliz Natal. Queria muito ter conseguido convencer a Milena de deixar o Davi viajar conosco também mas não obtive sucesso. Ela falou que queria levar o nosso filho pro interior e me prometeu deixar levá-lo comigo pra nosso Réveillon em Noronha e bom,eu achei justo. 

Paolla e eu chegamos em Sampa mais ou menos umas duas horas da tarde,um dia antes da véspera de Natal. Do aeroporto nós nos dirigimos diretamente até o local da entrevista e ficamos por lá até às cinco. Falei sobre a minha vida pessoal,profissional e por fim sobre os meus próximos projetos e planos pro futuro. Minha namorada acompanhou tudo só me observando e eu sempre olhava pra ela e sorria aquele sorriso cúmplice de quem sabe que tem sorte na vida. Quando finalmente estou livre dos meus compromissos de vez nós pegamos um Uber e vamos até o bairro onde a Paolla nasceu que é justamente onde a família dela mora até hoje e eles nos recebem com a maior alegria desse mundo. 

Entre abraços,beijos e até choros nós matamos um pouco da saudade da Dani,do Everardo e dos meninos que fizeram questão de estar presentes só pra nos receber. Paolla chora litros de saudade agarrada nos irmãos e nos pais e eu deixo ela à vontade com eles porque imagino o tanto que ela sentiu falta de estar tão perto assim da família e se fosse eu não ia querer soltá-los nem tão cedo,nossa família é e sempre vai ser o bem mais precioso das nossas vidas. 

- Porque a Biga não veio com vocês? - Dani pergunta sentando ao meu lado no sofá após enxugar as lágrimas do rosto - O que aconteceu? 

- Ela decidiu vir só amanhã com o tal de Cadu,mãe. - Paolla responde vindo sentar do meu outro lado - Dizendo ela que vai apresentá-lo à nós de uma vez só e que a gente vai amar ele. 

- Eu nunca pensei que a tia Biga fosse namorar assim, - Juliano comenta com o rosto ainda vermelho por causa do choro - Ela sempre ficava com os caras e pronto,nunca foi tão sério. 

- Foi sério umas duas vezes e ela se decepcionou muito. - Minha sogra fala num tom empático - Minha irmã merece ser feliz e se ela acha que esse Cadu é a pessoa certa eu espero de verdade que dê tudo certo. 

- Eu tenho um certo receio por ela mas não quero estragar esse momento com as minhas paranóias. Por mais que ela seja minha tia eu sei que preciso deixá-la cuidar da própria vida. 

- Até porque você nem conhece esse tal de Cadu. - Digo olhando pra Paolla que assente - Talvez ele seja um cara legal,de bem e que realmente ame a sua tia de verdade. 

- E ele deve ser um cara legal se não a nossa tia não ia ficar com ele. - Douglas fala olhando pra irmã que concorda com a cabeça - Agora mudando totalmente de assunto. Vocês dois andam quebrando a internet cada vez que aparecem juntos,como pode? 

A Flor e o Furacão🌺🌪Onde histórias criam vida. Descubra agora