4. The Party And The After-party (parte 2)

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The Party And The After-party, continuação.


A festa havia acabado por volta das 03:00AM e eu mal sentia meus pés. Minha amiga, Rochele foi embora pra sua casa mesmo depois de eu ter oferecido um dos meus quartos de hóspedes pra ela. E, sabe, eu realmente poderia usufruir de uma companhia aqui em casa. Tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que não sei se vou conseguir processar tão rápido. Fora que meu ambiente de trabalho é tóxico então eu mal consigo me concentrar no meu papel. Queria alguém pra me abraçar e me confortar dizendo que eu vou conseguir e que todo mundo torce por mim. Eu suspiro.


Eu bem que queria que fosse assim. Queria que me dessem tanta atenção que eu me sentisse amada por séculos, cuidada, protegida.


Queria que alguém percebesse o quanto eu me sinto mal e quanto a minha cabeça pesa quando eu deito em meu travesseiro. Que eu só preciso de pessoas a minha volta me apreciando por quem eu sou, e não por uma persona que eu criei pra ser aceita.


Eu não sou a Delle, eu sou a Ayres. A garota que teve o primeiro relacionamento toxico com 14 anos, que assistia filmes pra esquecer a solidão, que sofria bullying na escola por ser "diferente" e que se prendia a alguém que a dava migalhas de atenção só por dependência emocional. É, eu não mudei porra nenhuma.


Só aprendi a fingir perante o público, fingir que me amo o suficiente pra me remeter a eventos dos quais eu odeio, pra lidar com pessoas falsas e promessas que não foram cumpridas.


Isso é só uma parte do que eu penso antes de dormir, meu cérebro me assombra todas as noites e eu penso se minha amiga, Rochele, se meu irmão ou se até a minha mãe me amam. Se eu mereço isso tudo.. só sei que eu quero, eu estou desposta a fazer o que for pra algué-..


*pingo de notificação do whatsapp -


*Rogers fdp • mensagem de voz (00:30🎤)


Ahn? Achei que ele não queria mais falar comigo..


"Ei, ahn.. qué pasa cariño? Eu uh.. tô na sua porta e seu segurança idiota não quer me deixar entrar.. pode abrir pra mim, Córazon de melon?"


Eu não acredito que ele teve a pachorra de pedir pra entrar na minha casa. Eu visto um robe e desço as escadas até a porta da frente, até ver ele.


- Oi mi reina! Eu sabia que você ia deixar eu entrar.. tá vendo oh seu cuzão? Ele se referia ao meu segurança.


Eu definitivamente tava carente e precisava de alguém do meu lado naquele momento e só conseguia reparar nas tatuagens novas que ele tinha feito depois do nosso término. Ele tava claramente chapado, como é esperado de um rockstar, mas dessa vez ele provavelmente misturou drogas e bebidas.


- Vai embora Rogers.


- Ahn? Desde quando você me chama de Rogers? Tá brava comigo é?


- Seu sobrenome é esse, não? Ou você mentiu sobre isso também?


- Ah, qual é.. eu nunca te traí e você sabe disso.


- Me traiu com a baterista da sua banda, ou já esqueceu-se?


- Me dá só mais uma chance.. dessa vez eu posso lamber seu sangue quando você se cor..-


- VAI EMBORA DO CARALHO DA MINHA CASA, AGORA!


Eu apontei e observei meu segurança expulsar ele da minha casa. Até eu sentir uma presença atrás de mim e..


- Por que você não deixou ele terminar de falar? Eu queria ouvir o show completo.


Era o Miköviche. mas que porra ele tava fazendo na minha casa se a festa já tinha acabado há uns 40 minutos atrás?


- Oque você tá fazendo aqui?? - Eu respondi confusa.


- Ninguém me avisou que a festa já tinha acabado.


- Tá um silêncio na minha casa há uns 40 minutos e você nem reparou?


- Acho que tô bêbado demais pra isso.


- É, percebi.


Então um silêncio desconfortável pairou sobre nós dois. Mas que situação inesperada né?


- Você.. - eu cogito perguntar se ele quer dormir comigo.


- Eu? - ele me olha com olhos de caçador curiosos.


- Esquece. Não quero ver mais sua cara na minha casa, tá me ouvindo?


- Não precisa dizer duas vezes, não quero voltar pra essa espelunca nunca mais.


- VOCÊ CHAMOU MINHA CASA DE ESPELUNCA?


- Preciso repetir é?


- Sai. AGORA.


Ele se dirige até a porta pra ficar na minha frente.


- Sabe, você não deveria namorar caras como esse idiota.


- Virou meu pai agora? Pra dizer quem eu devo namorar?


- Se eu fosse seu pai você tomaria jeito rapidinho.


Naquele momento minha sobrancelha levantou involuntariamente e eu fiquei me perguntando se aquela frase teve um duplo sentido.


- Enfim, eu não gosto de ver ninguém sendo importunado dessa forma, ainda mais quando é por um riquinho porto-riquense que paga de cantor. Fala sério, como você se apaixonou por um cara que canta tão mal assim?


- Eu me senti segura com ele.


- E tomou um corno. Deveria tomar cuidado com o tipo de homem que se envolve.


- Você deveria tomar cuidado com oque fala.


- Ah é? ele lançou um sorriso no canto dos lábios.- e você vai fazer o que? Vai mandar seu segurança me escoltar?


- Não será necessário! - eu empurrei ele porta a fora da minha casa. - E NÃO VOLTE NUNCA MAIS!!!


Eu resmunguei pra mim mesma:
Sério, quem esse cara pensa que é? Algum deus grego? pfft. se eu fosse seu pai.. idiota do caralho. eu tô cercada de idiotas, sério. como pode ter tanto homem canalha no mundo?
Eu seriamente penso que se a cada homem maluco que eu conhecesse eu ganhasse 1 real, eu teria o dobro do patrimônio de hoje em dia.
Eu tornei a deitar, mas uma coisa não saia da minha cabeça; Se eu não suportava o Lange tanto assim, por que o sorrisinho daquele idiota não saia da minha cabeça..?

Os Bastidores De Um Romance Russo (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora