O Brinquedo do Bruxo

08- Fuga?

Continuei descendo o lance de escadas o mais rápido que pude.

Não podia me dar ao luxo de olhar para os lados ou para trás.

- Estou te avisando, se você voltar agora talvez ainda consiga sentar depois.

- Não! Me deixa ir embora!

Finalmente cheguei naquela mesma cozinha onde eu desmaiei.

- É só passar pela porta que eu estou livre, finalmente livre!

Minha tão aguardada liberdade.

Agora onde ficava a porta mesmo?

Ouço passos descendo as escadas ele não parece estar correndo ou apressado.

Mas... Onde está a porta? Eu já chequei em todos os lados!

- Ca. cadê?....

- se está se referindo a porta saiba que eu tirei ela daí. - falou calmante enquanto descia as escadas.

- O que! Como assim vc tirou a porta daqui?

- Não entendo a sua surpresa, é a minha torre, Meu domínio! Eu faço o que eu quiser aqui dentro.

Mas que afirmação ridícula é essa. Eu já tive casa própria e nem por isso podia fazer o que quisesse.

- Isso, isso não faz sentido, me deixe sair!

Ele se aproxima lentamente de mim, aos poucos me encurralando contra a parede.

- Eu te disse pra voltar não foi? - disse enquanto me colocava contra a parede.

Ele aproxima seu rosto até minha orelha e sussurra no meu ouvido:

- Eu te avisei e você não me ouviu né? Agora infelizmente eu vou ter que adestrar por completo e eu posso ser bem agressivo.

Ele começa a procurar algo e tira uma coleira de ferro, com um tecido vermelho.

- Infelizmente pelo que eu vi, magia não funciona direito contra você, então vou ter que apelar para métodos mais arcaicos. Mas não se preocupe coisa, eu vou pesquisar e logo mais eu descubro o que te torna diferente dos demais.

- O que ele quis dizer com magia não funciona direito em mim? Ahh isso não importa, agora eu preciso sair daqui!

- Me solta! - tento de todas as formas passar por ele.

Ele me segura pelo braço, assim que toca meu corpo ele para, como se estivesse assustado, seu estado estático dura pouco tempo, ele logo recobra a consciência e me arremessa com toda a força no chão.

- Aghh! - gemo de dor ao cair de costas no chão frio.

Ouço os passos dele se aproximando de mim, que vai cada vez chegando mais perto.

Assim que abro meus olhos vejo ele me virar me fazendo ficar de costas pra ele.

Ele apoia um joelho na parte de trás da minha coxa e me segura pelo pescoço contra o chão.

- Ahh me solta seu lunático, monstro desgraçado, me deixa ir embora!

- Toda cadela precisa da sua coleira, errei em não ter te prendido antes. Eu sempre cometo o erro de esperar que malditos animais ajam de forma civilizada.

- Mas é você quem tá colocando uma coleira em mi-

- Calada! - Diz puxando meu cabelo pra trás.

Ele passa a coleira sobre meu pescoço e a prende.

Em seguida ele se levanta e me puxa pela coleira, me arrastando pelo piso.

- Vamos coisa, vou te levar pra sua gaiola de novo.