chapter three.

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Alicent acordou cedo naquela manhã, os primeiros raios de sol mal tocando o horizonte. Ela já estava na mesa de café da manhã, esperando por Rhaenyra, como fazia todos os dias. O diário de Rhaenyra repousava ao seu lado, e, após um breve momento de hesitação, Alicent o abriu novamente, pronta para reviver mais uma memória.

•••

"𝗤𝘂𝗲𝗿𝗶𝗱𝗼 𝗗𝗶𝗮́𝗿𝗶𝗼, 𝗵𝗼𝗷𝗲 𝗳𝗼𝗶 𝘂𝗺 𝗱𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗶𝘀𝘀𝗼̃𝗲𝘀. 𝗔𝗹𝗶𝗰𝗲𝗻𝘁 𝗲 𝗲𝘂 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗹𝗵𝗮𝗺𝗼𝘀 𝘀𝗲𝗴𝗿𝗲𝗱𝗼𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗻𝘂𝗻𝗰𝗮 𝗵𝗮𝘃𝗶́𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗮𝗱𝗼 𝗮 𝗻𝗶𝗻𝗴𝘂𝗲́𝗺. 𝗙𝗼𝗶 𝘂𝗺 𝗺𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗴𝗿𝗮𝗻𝗱𝗲 𝗶𝗻𝘁𝗶𝗺𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗲 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗶𝗮𝗻𝗰̧𝗮."

A tarde estava calma, uma brisa suave atravessando os jardins do Red Keep. Alicent e Rhaenyra estavam sentadas sob uma grande árvore, suas sombras proporcionando um alívio bem-vindo do sol quente. O aroma das flores próximas misturava-se com o cheiro da terra, criando um ambiente sereno.

"Alicent," começou Rhaenyra, a voz suave, quase um sussurro. "Posso te contar um segredo?"

Alicent olhou para ela, curiosa. "Claro, Rhaenyra. Você pode me contar qualquer coisa."

Rhaenyra respirou fundo, seus olhos violetas encontrando os de Alicent. "Eu... às vezes sinto que não sou suficiente para a minha família. Que nunca vou ser a filha que meu pai quer que eu seja."

Alicent estendeu a mão, segurando a de Rhaenyra. "Rhaenyra, você é incrível do jeito que é. Você é forte, corajosa e gentil. Seu pai só precisa ver isso. E se ele não puder, então é ele quem está errado, não você."

Rhaenyra sorriu, apertando a mão de Alicent. "Obrigada, Alicent. Isso significa muito para mim."

"Posso te contar um segredo também?" perguntou Alicent, hesitante.

"Claro," respondeu Rhaenyra, seus olhos brilhando de curiosidade.

"Às vezes, eu tenho medo do futuro. Medo de perder as pessoas que amo," confessou Alicent, a voz trêmula. "Medo de que um dia, tudo isso acabe."

Rhaenyra se aproximou, envolvendo Alicent em um abraço. "Eu também tenho esse medo, Alicent. Mas enquanto tivermos uma à outra, vamos superar qualquer coisa. Prometo."

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Alicent fechou os olhos, sentindo o calor do abraço de Rhaenyra como se fosse ontem. A dor da perda era profunda, mas a memória desses momentos de confiança e amor era um consolo. Virou a página, continuando a leitura.

•••

"𝗤𝘂𝗲𝗿𝗶𝗱𝗼 𝗗𝗶𝗮́𝗿𝗶𝗼,," começou a próxima entrada, "𝗛𝗼𝗷𝗲 𝗳𝗼𝗶 𝘂𝗺 𝗱𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝗮𝘃𝗲𝗻𝘁𝘂𝗿𝗮𝘀 𝗻𝗼𝘃𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲. 𝗗𝗲𝗰𝗶𝗱𝗶𝗺𝗼𝘀 𝗻𝗼𝘀 𝗲𝘀𝗰𝗼𝗻𝗱𝗲𝗿 𝗻𝗮 𝗯𝗶𝗯𝗹𝗶𝗼𝘁𝗲𝗰𝗮 𝗲 𝗹𝗲𝗿 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗼𝘀 𝗽𝗿𝗼𝗶𝗯𝗶𝗱𝗼𝘀. 𝗙𝗼𝗶 𝗲𝗺𝗼𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗲 𝗱𝗶𝘃𝗲𝗿𝘁𝗶𝗱𝗼."

A biblioteca do Red Keep era um lugar majestoso, repleta de prateleiras que se estendiam até o teto, cheias de livros antigos e manuscritos raros. Alicent e Rhaenyra encontraram um canto escondido, longe dos olhares atentos dos guardas e bibliotecários.

"Rhaenyra, olhe isso," sussurrou Alicent, segurando um livro velho e empoeirado. "É sobre as antigas magias de Valyria."

Rhaenyra arregalou os olhos de excitação. "Vamos ler! Quero saber tudo sobre isso."

Elas se acomodaram no chão, com o livro aberto entre elas. As palavras antigas e os desenhos intrincados capturavam sua imaginação, transportando-as para um mundo de dragões e feitiçaria.

"Você acha que essas magias ainda existem?" perguntou Alicent, fascinada.

"Quem sabe?" respondeu Rhaenyra, um brilho travesso nos olhos. "Talvez um dia, possamos descobrir."

O tempo passou rapidamente enquanto elas mergulhavam nas histórias e segredos do livro. Quando finalmente saíram da biblioteca, o sol já estava se pondo, tingindo o céu de laranja e rosa.

•••

Alicent fechou o diário, um sorriso triste nos lábios. As aventuras, as confissões, os momentos de pura alegria – tudo estava gravado nessas páginas, preservando a essência do amor que elas compartilhavam. Guardou o diário na caixa com cuidado, sentindo-se um pouco mais leve.

Amanhã era outro dia. Amanhã ela faria outra vez.

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