Capítulo 4

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O domingo foi muito agradável, a casa de campo tinha cheiro de infância, cheiro de lar. Colin sentia muita saudade de sua família quando estava viajando e sempre fora assim, ao contrário do que a maioria dos seus irmãos pensava, ele não era um ser sem coração que não se lembrava dos entes queridos. A frase que Colin mais ouviu no final de semana foi "voltou o filho pródigo", o que sequer fazia sentido já que ele estava trabalhando em suas viagens, não vivendo a vida adoidado. Para compensar, a segunda frase mais falada direcionada a ele fora "sentimos a sua falta".

Eles ainda não sabiam, mas a sua volta se concentrava nesse ponto. Fazia dois anos que ele não voltava para casa, mas antes disso, ele já havia feito muitas viagens, desde os 23 anos, ele não parou e aquilo já tinha ficado cansativo.

Obviamente ele não podia – e não iria – reclamar, afinal conheceu muitos países e aproveitou sim, dentro do que o trabalho como fotógrafo lhe permitia. Seus contratos sempre foram com grandes clientes, marcas famosas, algo que ser da família Bridgerton influenciou. 

Por mais que o talento de Colin para fotografia fosse inegável – e tenha se mostrado desde quando era apenas um garotinho – os Bridgerton eram uma família influente. O grande negócio da família, fundado por Edmund, seu pai, é um conglomerado empresarial, "Bridgerton Empire".

Como o nome já diz, são empresas de segmentos diferenciados, gerenciados pela matriz. A maior e mais lucrativa parte da Empire é a área de papéis e impressão, seguida pela editora – onde a grande amiga dos seus pais é a chefe – e depois pela área de games.

Com tantos ramos a serem explorados, Colin acabou sendo o fotógrafo principal da Empire, fechando trabalhos com clientes parceiros. Passados todos esses anos, porém, mesmo com as indescritíveis belezas e particularidades culturais dos lindos países que visitou, nada se comparava com quão belo era o seu lar, seu lugar.

Nos últimos meses, parecia que tudo o que ele via em seus pensamentos era os rostos de seus amados irmãos, sua mãe e sua Pen. Para onde olhava pelas lentes de sua câmera, seus sorrisos estavam lá, presentes. 

Colin tinha certeza de que havia enlouquecido, quando, uma semana atrás, ele fotograva o avermelhado nascer do sol no rio Ganges, na Índia, e ele jurou que o que enxergava ali eram os cabelos soltos de Penelope.

Anthony havia feito uma chamada de vídeo com ele no dia anterior, e lhe feito a proposta de trabalhar de forma fixa na Empire, em sua matriz.
As publicidades eram grandes e sempre haveria trabalho, e quem melhor do que o terceiro filho para coordenar o setor?

Colin soube que esse era o momento certo para voltar e fixar raízes. Era uma grande decisão, mas ele tinha certeza do que estava fazendo. Passou a procurar apartamentos e casas para comprar em Londres e encerrou seus contratos paralelos de forma definitiva.

Chegou na sexta-feira e fora direto para a casa de campo, porém já era muito tarde.
Por mais que ele sentisse essa enorme falta em sua vida, a tomada de decisão ocorreu dentro de uma semana e ele precisou se ocupar rapidamente de resolver tudo para não deixar pontas soltas, não conseguindo tempo para sentar e explicar para sua melhor amiga o que estava planejando, mas também, ele gostou da ideia de lhe fazer surpresa.

E ali estava ele, sem nada deixado para trás.
O sentimento de plenitude aquecia seu coração. Ele estava na sala de estar, reunido com toda sua família, maravilhado com os gritos e risadas que ouvia. Pegou sua câmera e fotografou discretamente, as crianças sentadas no chão brincando de Jenga.

Ouviu uma doce gargalhada muito conhecida aos seus ouvidos, e instantaneamente suas lentes focaram em Penelope. A fotografia da ruiva com lágrimas nos olhos e o rosto vermelho de tanto rir, era a coisa mais bela que já havia capturado.

Violet observou de canto de olho, e cutucou Anthony com uma leve cotovelada. O mais velho tossiu para disfarçar.
- Então Colin, marquei algumas visitas à apartamentos para você. Tem uma casa também, mas essa é um pouco mais afastada do centro. Você disse que procura algo bem próximo à nossa matriz, certo?

- Isso mesmo, nada que fique distante. Uma casa seria o ideal, mas acredito que apartamentos sejam mais fáceis de encontrar.

Frenesi - Uma história PolinOnde histórias criam vida. Descubra agora