Poço

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Aquela figura escura puxa Matheus para o fundo. A água está gelada e escura, e a criatura que o arrastava para o fundo da banheira era impossível de enxergá-lo. Matheus estava ficando sem oxigênio e começou a entrar em desespero começando a se debater. Sem força ele para de se mover e vê uma luz. Com suas últimas forças, tenta ir para cima, mas infelizmente já não tinha mais forças e lentamente se afunda.

Matheus consegue sentir o ar entrando em seus pulmões. Lentamente, começa a recuperar a consciência, percebendo que não estava mais no banheiro.

Matheus: "Olá, olá. Alguém, por favor, alguém me ajuda. Acho que estou preso em um buraco, tem água. Por favor, alguém me ajuda!"

Matheus sente um calor em suas costas, quando de repente ouve um sussurro, parecia uma voz familiar.

Sussurro: "Você está em um poço."

Matheus sente um calafrio, ficando totalmente arrepiado. Antes de conseguir virar para trás, a voz familiar sussurra:

Sussurro: "Não vire para trás!"

Matheus: "Por que?"

Sussurro: "Você não está pronto ainda!"

Matheus vira para trás e vê um esqueleto pequeno, estraçalhado. Matheus entra em desespero e começa a gritar.

Esqueleto: "Shhh, silêncio! Ele está vindo!"

O esqueleto faz um sinal de silêncio e lentamente se afunda na água escura. Matheus ouve passos de alguém se aproximando do poço.

Voz: "Me desculpe, eu tive que fazer isso! Eu não tive culpa!"

Matheus tenta se acalmar para não fazer barulho e vê uma sombra grande se aproximando. Aquela sombra joga uma criança ensanguentada. Matheus fica sem reação, enquanto a sombra lentamente desaparece.

Matheus: "Calma, vai ficar tudo bem! Como se chama?"

A água estava ficando vermelha, quente e um cheiro fétido de podridão se espalhava.

Criança: "Você não sabe? Eu sou seu amigo!"

Matheus: "Não, não! Eu devo estar sonhando acordado!"

Pi: "Não, você não está. Queremos a sua ajuda!"

Matheus estava tremendo, desacreditando do que estava vivendo, acreditando que tudo aquilo era uma alucinação.

Pi: "Se você não nos ajudar, você será o próximo, e depois seu irmão, e muitas outras crianças vão sumir."

Matheus: "Mas como? Eu sou só uma criança! Eu quero ir para a minha casa!"

Pi desaparece, e a água do poço começa a subir cada vez mais. Matheus tenta nadar para sair e, quando chega à superfície, se depara com a sua cabana. Estava totalmente diferente do que ele lembrava, algo parecia diferente!

Vozes: "Entre! Você não vai entrar? Nos ajude! Eu quero a minha mãe!"

Matheus decide entrar e vê sua mãe. Ela estava mais jovem, sem linhas de expressão, como ele nunca a tinha visto. Ele vê uma criança brincando no chão com pedaços de pedras. Ele se aproxima e senta ao lado daquela criança, enquanto sua mãe começa a brincar com a criança.

Mãe: "Matheus, você sabia que temos dons? Nossa família é abençoada, podemos ver espíritos. Espero que você possa ajudar."

Ela olha para Matheus e começa a falar: "Você está com sangue em suas mãos, faça algo." Ele fecha os olhos e, quando os abre, vê que estava na banheira, parecendo que tudo aquilo era uma alucinação. Pi sussurra em seu ouvido:

Pi: "Você não vai nos ajudar?"

Matheus grita de desespero e Dandara aparece preocupada.

Dandara: "O que está acontecendo?"

Matheus: "Eu estou ficando louco! Eu... eu vi... eu o vi."

Dandara: "O que?"

Matheus: "Eu estou vendo crianças mortas! Eu estou louco!"

Dandara: "Matheus, não conte para ninguém, está ouvindo? Me promete!"

Matheus acena com a cabeça. Dandara o ajuda a se trocar e ir para a mesa. Os dois estavam sérios, como se estivessem com medo. Chegando à mesa, Rebeca e Adriano estavam lá, e seu irmão estava no colo de Rebeca. A mesa estava cheia de frutas, pão e doces, estava abafado. Fazia tempo que não chovia na cidade.

Rebeca: "Bom dia, venha se juntar a nós."

Matheus senta e começa a comer. O clima estava pesado, eles não trocavam nenhuma palavra.

Adriano: "Como você está, Matheus?"

Matheus: "Estou bem, obrigado por perguntar!"

Adriano: "Eu não quero que você saia dessa casa sozinho, entendeu? Leve a Dandara ou a Rebeca com você."

Matheus: "Posso perguntar por quê?"

Adriano: "Um dia você vai entender, mas agora não! Eu estou indo trabalhar, peça para a Dandara levá-lo para o lago para se refrescar um pouco!"

Matheus: "Eu não quero mexer com água tão cedo!"

Rebeca: "Está tão abafado, sinto saudades da Itália, o clima era melhor."

Adriano: "Acho que vem chuva essa semana!"

Adriano se despede e vai trabalhar. Rebeca sobe para seu quarto, ainda não estava totalmente recuperada. Matheus olha para fora e decide sair.

Dandara: "Aonde você vai?"

Matheus: "Eu quero brincar, posso?"

Dandara: "Pode, mas não vá para longe, por favor, e não conte para o Sr. Adriano!"

Matheus decide ir até o poço para ver se o que tinha visto era verdade. O caminho era longo e estava abafado. No meio do mato surge Pi.

Pi: "Olá, para onde você está indo?"

Matheus: "Eu não estou ouvindo nada, lá lá lá."

Pi: "Eu sei que está me ouvindo! Você está indo para o poço? Se quiser, posso mostrar um atalho para você!"

Pi sai correndo, como se estivesse brincando, entrando na floresta. Matheus começa a ouvir o barulho de um cavalo se aproximando, então decide segui-lo.

Matheus: "Vai devagar! Que caminho é esse?"

Pi: "Então você consegue me ouvir? Eu sei onde fica esse poço!"

Matheus começa a entrar cada vez mais na floresta, até que Pi desaparece entre as árvores.

Matheus: "Pi, cadê você?"

Aquele caminho parecia familiar. Ele segue seu instinto e vê o poço. Em sua mente, pergunta-se se estava ficando louco por ter ido ver o poço.

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⏰ Última atualização: Aug 04, 2024 ⏰

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