vinte e dois.

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Os próximos dias passaram em agonia para todas colegas de quarto. Jihyo, entretanto, estava pior do que as outras três meninas. Ela havia acabado de se abrir e se deixar aproximar de Sana, somente para que a menina fosse levada para longe dela. O tenebroso pensamento de que Sana podia terminar na cadeia e nunca voltar para casa aterrorizava Jihyo.

Em todos os seus anos na terra, Jihyo nunca havia sofrido uma perda tão grande quanto essa. Claro, havia perdido sua tia com 7 anos, mas não lembrava nada sobre a mulher. A mãe dela havia xingado por colher flores no enterro ao invés de se juntar aos seus parentes, mas Jihyo simplesmente não conseguia se sentir triste sobre a perda de alguém que ela mal conhecia.

Agora Sana era outra história. Jihyo se importava imensamente com a menina. Sim, ela costumava odiá-la. Mas achava impossível odiar alguém depois de descobrir o suficiente sobre eles. Depois de aprender os reias motivos da pessoa, era mais fácil simpatizar com ela.

A menina dos olhos castanhos passou o resto do fim de semana na cama. As outras meninas estavam em seu quarto e checavam se ela estava bem ocasionalmente, mas depois de chicoteá-la várias vezes, elas decidiram que seria melhor da à menina dos olhos castanhos o seu espaço.

Foi apenas às onze horas da noite de um domingo que Jihyo se deu conta que tinha aula no dia seguinte. O que significava que ela deveria entregar mais um de seus projetos independentes. Depois de considerar faltar aula, Jihyo eventualmente consegue se tirar da cama.

Ela ligou as luzes do seu quarto e procurou pela sua mochila, Seus olhos escaneiam as cores de tinta que havia escolhido, fazendo uma careta para as cores vivas que havia trazido para casa. Eventualmente, menos duas, em sua mochila.

Usando o preto e branco, ela misturou uma variedade de cinzas em sua paleta. Cinza. Porque sem Sana, tudo parecia perder sua cor. Cores claras apenas a lembravam do que ela poderia possivelmente perder.

Jihyo procurou por uma tela em seu armário, jurando que havia uma guardada. Seu coração parou quando achou que estava procurando. Parecia um pouco diferente do que ela esperava, na realidade.

Ao invés de encontrar uma tela em branco, encontrou uma tela branca, coberta de rabisco infantis de Sana. Ela deveria ter feito isso na manhã em que também rabiscou seu caderno.

Sentindo lágrimas se formando em seus olhos, Jihyo praticamente jogou sua tela no cavalete e começou a jogar cegamente tinta sobre os rabiscos coloridos, querendo tirá-los de vista o mais rápido possível.

Alguns minutos e algumas lágrimas depois, olhou para sua paleta apenas para ver que havia usado tinta. Olhando novamente para sua tela, ela mordeu o lábio quando se deu conta do quão grossas eram as camadas que havia feito para cobrir os desenhos. Tinta escorria da tela, pelo cavalete, e deixava pequenos pontos no chão.

Ficando extremamente frustrada consigo mesma, Jihyo jogou seu pincel no chão e grunhiu. Ela voltou para a cama e se cobriu com os cobertores, se enchendo no mesmo lugar em que havia passado o fim de semana todo.

Houve batidas na porta alguns momentos depois. Sem nenhuma resposta. Mina permitiu-se entrar no quarto. Ela levantou uma sobrancelha para a pintura antes de caminhar e sentar na ponta da cama.

“Como você está?"

Jihyo suspirou, sentando e esfregando os olhos. "Por que nós não podemos...sei lá, roubar essa merda dessa garota e fugir do país?"

"Porque daí iríamos todas para a prisão, idiota.” Mina riu suavemente.

"Está ficando tarde...

"Eu sei." Jihyo olhou para o relógio.

Yellow • sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora