⁶ Velhos amigos

49 4 3
                                    


Capítulo 6
Velhos amigos

🥀



Entrando em sua casa, Elizabeth caminhou na ponta dos pés, sorrateiramente

Temia que seu pai a pegasse no pulo chegando em casa naquele horário, mesmo que ele tenha claramente avisado para que a garota não chegasse tão tarde em casa

Ainda caminhando na ponta dos pés, Elizabeth finalmente chegou nas escadas de madeira que levavam ao segundo andar

E na hora exata em que pôs seus seus pés no primeiro degrau, escutou uma voz vindo do outro lado da sala

-- Se fosse chegar tão tarde em casa, poderia pelo menos ter mandado uma mensagem avisando -- uma voz conhecida falou do além

Elizabeth travou na mesma hora. Olhou para a sala mal iluminada e não viu ninguém por perto

-- Olá? -- perguntou, semicerrando os olhos, procurando no escuro quem havia falado

De repente, ouve-se um click de algo sendo ligado, então um pequeno abajur se acendeu no canto da sala, jogando uma pequena luz no ambiente escuro e também iluminando a possível pessoa que o acendeu, este que estava esparramado num grande sofá da sala de estar

-- Por onde esteve, Elizabeth? -- seu pai, deitado no sofá, observava Elizabeth ainda travada na metade da escada, completamente imóvel sem mexer um músculo

A garota se endireitou na mesma hora, pigarreando e fingindo naturalidade, enquanto se aproximava do pai no sofá, ligeiramente tensa

-- Eu apenas perdi a hora, pai -- disse sentando-se ao lado do mais velho -- e meu celular descarregou, então não tinha muito o que fazer

-- Tem certeza? -- perguntou o pai, se ajeitando no sofá ao lado da filha

-- Tenho pai, olha -- Elizabeth tirou do bolso seu celular mostrando para o homem que o objeto estava desligado, como havia dito -- desculpe por não ter dado notícias, o senhor deve ter ficado preocupado

-- É, eu fiquei. Mas, como você está bem... então acho que tudo bem -- o homem a observou, não mais repreensivo, mas agora calmo e sorrindo para a filha -- Então, fez o que de bom o dia todo?

Não se segurando mais, o Harper mais velho perguntou, querendo saber o que a filha tinha feito com os supostos "amigos" que ela havia citado em suas mensagens pela manhã, o que tinha causado uma forte onda de empolgação e curiosidade no homem quando lera a mensagem da filha

A menina riu, vendo o pai tentar fingir que não estava muito interessado com sua pergunta. Então Elizabeth se aconchegou no sofá para mais perto do homem, encostando sua cabeça no ombro do mesmo enquanto ele se juntava em um abraço de lado com a filha

Elizabeth se sentiu da mesma forma de quando era criança, quando seu pai a colocava para dormir em seus braços e ela se aconchegava em seu abraço quente e caloroso

-- Eles me convidaram hoje no almoço, pra assistir o treino deles no dojô -- disse calmamente

-- Treino? Dojô? -- perguntou, estranhando a resposta

-- É, eles praticam artes marciais. Fazem karatê em um dojô não muito longe daqui

-- Karatê, é? Quer dizer que minha filha virou amiga de lutadores? -- ele a observou de canto, meio curioso e um tanto preocupado

-- Eles são boas pessoas, pai -- Elizabeth revirou os olhos, se aconchegando mais ao sofá -- lembra do purê de batata e tudo que aconteceu?

-- Lembro -- o homem afirmou, dando um discreto sorriso, relembrando do ocorrido

𝐶𝐼𝐶𝐴𝑇𝑅𝐼𝑍𝐸𝑆 / 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐾𝑎𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora