³ Você tem a mim

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Capítulo 3
Você tem a mim

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Chegando em casa após seu longo primeiro dia de aula, Elizabeth jogou-se sobre sua cama caindo de rosto ao travesseiro assim que adentrou em seu quarto

Apesar de ter tido aulas normais durante o dia inteiro, ela se sentia extremamente cansada e exausta

Era como se toda a curiosidade e interesse que os alunos daquela escola tiveram sobre a tal aluna nova com uma cicatriz no rosto tivesse, de alguma forma, despejado um forte peso sobre as costas de Elizabeth, a cansando o dia inteiro com todos os falatórios sobre si

Ainda com a cara afundada sobre o travesseiro, Elizabeth escutou batidas na porta de seu quarto. Levantando o rosto para ver quem era, observou um homem escorado sobre o batente de sua porta aberta, a observando com um sorriso curioso

-- Iae, como foi o primeiro dia? -- perguntou o homem, o qual era seu pai

Ele usava um óculos redondo no rosto indicando que estava lendo anteriormente, usava um roupão azul marinho confortável enquanto segurava uma xícara de café em uma das mãos

Elizabeth sentou-se tentando arrumar seus fios de cabelo ruivos que se bagunçaram após se jogar contra a cama

A expressão da filha indicou ao pai que alguma coisa a incomodava

-- Foi de boa. Normal...

Seu pai a encarou já sabendo que a garota não havia contado tudo. Conhecia sua filha muito bem para identificar uma mentira vindo dela

Ele se aproximou sentando-se na ponta da cama ao lado de Elizabeth, tocando em um joelho da filha, em sinal de apoio

-- Sabe que pode me contar, Eliza... --
a observava carinhosamente, pedindo para a filha sua sinceridade nas palavras -- eu tô aqui pra ajudar, não importa o que tenha acontecido

Elizabeth o encarou, agarrando sua mão apoiada em seu joelho, sentindo o aperto carinhoso do pai ao tocá-la

-- As coisas foram tranquilas... -- começou ela contando sobre seu dia -- até a hora do almoço. Uma garota e sua gangue de populares veio me incomodar enquanto eu comia em uma das mesas do refeitório

O homem permaneceu quieto, ainda segurando a mão da filha, enquanto escutava sua história atentamente, esperando que a mesma continuasse

-- E aí... --  a garota excitou um pouco, mas depois continuou a falar sem pausas -- discuti com ela depois que ela me ofendeu... E acabou que joguei um prato cheio de purê do meu almoço na cara dela quando ela me estressou de vez

Elizabeth se calou, pensou que talvez não devesse ter mencionado a parte do purê para o pai. Achou que estaria encrencada por ter falado de como havia revidado as ofensas daquela garota. Talvez seu pai lhe desse um sermão por ter agido assim, ou ficaria triste por ela ter continuado com a discussão, foi o que Elizabeth pensou

Mas surpreendentemente, ao invés de seu pai a repreender, ou ficar chateado, ele simplesmente sorriu. Seu sorriso se alargou, alargou e alargou até que começasse a rir

Elizabeth o observava com uma mistura de confusão e alívio no rosto, mas em parte, estava aliviada escutando os risos de seu pai ao invés de um sermão

-- Não acredito que fez isso! -- disse finalmente, abafando os risos com a mão sobre a boca

-- Fiz... -- Elizabeth agarrou uma almofada em sua cama e a apertou contra o rosto tentando se esconder dos risinhos do pai que a deixaram envergonhada -- não ria, pai!

𝐶𝐼𝐶𝐴𝑇𝑅𝐼𝑍𝐸𝑆 / 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐾𝑎𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora