🥀
Numa noite, praticamente a última naquele lugar, no centro de alguma região em Las Vegas, em Nevada, em uma grande casa que se encontrava repleta de caixas de mudanças para todos os cantos, identificava que quem quer que morasse ali, logo sairia
Uma chuva rala caia do lado de fora, trazendo consigo o tempo frio e gélido da região, e dentro da casa, num pequeno banheiro de um dos diversos quartos daquele lugar, uma garota, de longos cabelos ruivos e úmidos saia de um boxe, pendurando uma toalha em volta de seu corpo frio e molhado
Pondo-se a frente de uma pia, encarou-se num espelho de parede, observava seu reflexo com um semblante sério e ao mesmo tempo perdido, vagando em pensamentos profundos
Ainda encarando seu próprio rosto, tocou, numa espécie de cicatriz completamente visível que seguia desde o canto superior esquerdo de sua testa, até o canto inferior de seu maxilar
A observava com um certo desgosto e mágoa, tocando furiosamente sobre a superfície de sua cicatriz, como se tentasse removê-la com uma simples pressão, arrastando os dedos de cima a baixo pelo rosto, mas sem sucesso
Então fechou os olhos, relembrando-se como um soar em sua cabeça, escutou uma voz de uma mulher que gritava bem distante, mas ela ainda conseguia a ouvir a chamar
"Elizabeth"
Era como se aquele momento ainda se materializasse em sua mente, mesmo após anos, como se ainda pudesse sentir tudo o que aconteceu naquele dia. Os gritos, os barulhos de sirenes, o forte zumbido em seu ouvido, sua cabeça latejando de dor. E o silêncio de sua mãe...
Abriu os olhos num espanto, percebendo que ainda estava no banheiro de sua casa. Sua respiração estava profunda e seu peito subia e descia em nervosismo
Olhou novamente para seu reflexo no espelho e deparou-se com pequenas lágrimas escorrendo no canto de seus olhos deslizando por suas bochechas
Limpou o rosto rapidamente, e saiu do banheiro em seguida. Colocou uma roupa confortável e sentou-se em sua cama, esperando o sono vir, mas ele não veio
-- Sem sono?
Um homem, parado no batente de sua porta, a observava de braços cruzados, sorrindo gentilmente para a filha
-- É... Acho que sim
O homem se aproximou, sentando-se ao lado da garota
-- Tá nervosa pra amanhã? -- sua voz era calma e reconfortante, como se quisesse acalmá-la
A garota não respondeu, mostrando com seu próprio silêncio que afirmava estar nervosa para o dia seguinte
-- Vai dar tudo certo, querida -- segurou em sua mão, a apertando de leve, demonstrando apoio -- vai ser melhor lá, tenho certeza
-- A gente tem que se mudar mesmo? -- perguntou receosa -- e se continuar da mesma forma?
Não que se importasse em mudar de cidade, ou o lugar para onde iriam morar, nem nada disso. Mas estava com medo das coisas não mudarem, de que continuasse da mesma forma como era onde morava
Tinha medo das pessoas serem as mesmas, com olhares julgadores e maldosos, a chamando de aberração e a maltratando incansavelmente. Tinha medo de que se repetisse, de que aquela mudança não adiantasse de nada e que continuasse a viver com o bullying em suas costas
-- Elizabeth, independente do que aconteça, eu vou estar sempre com você. Enfrentaremos qualquer coisa juntos -- então o pai abraçou sua filha
Ela afundou seu rosto nos ombros do pai, aproveitando o abraço caloroso do homem que a envolvia como uma criança em seus braços
-- Obrigada, papai... -- falou a garota, em meio ao abraço
Após se separarem, o homem limpou uma pequena lágrima que escorria no rosto da filha com seu polegar, logo montando um doce sorriso em seus lábios para a mesma
-- Vamos nos dar muito bem em All Valley -- falava, dessa vez com um ar animado -- você vai gostar de lá, tenho certeza. É um lugar bem confortável de se morar, também é bem tranquilo por lá, tem vários lugares interessantes e tem as praias que são lindas, vou te levar pra conhecer elas um dia... e
O homem falava sem parar, tentando explicar detalhadamente para a filha como era a região de sua cidade natal. Mal esperava para lhe mostrar todos os lugares interessantes que frequentava durante toda sua infância e adolescência
O homem poderia passar a noite inteira ali apenas contando sobre a cidade para a filha. Mas não demorando muito tempo, se retirou do quarto da garota, dirigindo-se para o seu próprio para poder ir dormir
Elizabeth se acomodou debaixo de seus cobertores, em sua cama, esperando o sono vir
Enquanto esperava, tirou um tempo para poder pensar
Pensou na nova cidade e em tudo que seu pai havia lhe contado sobre ela. Talvez dar uma chance para aquele lugar não fosse de todo o mal, afinal estariam praticamente recomeçando, vivendo em outro lugar, com pessoas diferentes, regiões diferentes. Talvez as coisas realmente pudessem mudar
Sua mãe desejaria isso, que vivessem bem e felizes
Com esses pensamentos, Elizabeth convenceu-se de que essa era a melhor opção
Recomeçar...
Tentaria, por sua mãe e por seu pai
E enfim, o sono lhe caiu. Bocejou, cansada, sentindo o sono vir, e com seus olhos pesando lentamente, finalmente adormeceu
No dia seguinte estaria indo para um novo lugar, uma nova cidade, uma nova casa e novas pessoas para se conhecer
Logo estaria lá de vez, e torcia ansiosamente para que mudanças realmente acontecessem
Mas ela mal esperava o quão gigantescas aquelas mudanças seriam.
Continua...
___ ___ ___
_ Autora
Saudações!
Quero já iniciar falando que não sou a melhor na escrita, então considerem os erros ortográficos ao decorrer da história, prometo que vou tentar ficar atenta a esses pontos.
Mas enfim! Queria também falar que esta será minha primeira fanfic de Cobra Kai feita e estou bem animada - e um pouco nervosa até - para começá-la, estrelando com meu querido, lindo, maravilhoso e favorito personagem da série: Falcão.
Enfim! Espero que os fãs do personagem que lerão se divirtam e apreciem esta história tanto quanto eu nesse início de tudo.
Obrigada pela atenção! E até breve...🥀
___ ___ ___
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐶𝐼𝐶𝐴𝑇𝑅𝐼𝑍𝐸𝑆 / 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑎 𝐾𝑎𝑖
Fiksi PenggemarCicatrizes guardam lembranças, muitas delas boas como algo memorável que se ganha durante a infância ou ruins como queimaduras e cirurgias. Mas a cicatriz que Elizabeth carregava consigo por anos apenas a enchia de dor, não dor física mas uma dor in...