FRIENDS
[ amigos ]forrest surtando.
Forrest teve os sintomas assim quando você chegou.
Indiferença foi o primeiro, logo veio a irritação, que demorou para evoluir. Dia após dia você dava motivos para Forrest odiá-la, tanto pela reclamação constante quanto pela insistência. Não foi difícil perceber que você ficava entediada rápido, e infelizmente sobrava para ele.
O homem tentou ensiná-la a andar à cavalo, varrer a casa, escolher madeira e depois acender a lareira, lavar a louça, ir ao centro sem se perder, fazer comidas simples, dentre outras tarefas, incansavelmente.
No final, você gostava mais de escutar música e ler.
Após tudo, descobriu o incômodo que sua presença causava nele. As perguntas aleatórias e excessivas eram o que mais incomodavam, contudo, aprendeu a notar quando não estava bem, o silêncio na casa entregando.Enfim, desencadeou uma espécie de calafrios quando sentia o cheiro do seu perfume, o coração acelerando em momentos inoportunos, como quando foram andar à cavalo até o centro numa tentativa de distração por sentir saudades do pai ──o qual apareceu unicamente para abandoná-la com os avós e Forrest, seu primo postiço── e enrolou os braços na cintura dele, ou quando resolveram fazer pão e se sujaram de farinha branca, você limpando o rosto dele o máximo que pôde. O suor nas mãos veio junto com a falta de ar e falta de palavras, odiando as palmas escorregadias, a dificuldade de puxar o ar que deixava o rosto quente, os pensamentos embaralhados o suficiente para, aí, deixá-lo sem palavras.
Forrest tentava ignorar tais sentimentos, evitando ficar muito tempo com você ou perto, inventando algo para fazer e assim fugir. Tipo agora.
Em alguns dias seria a festa de comemoração da fundação da cidadezinha onde moravam, a avó te comprando um vestido de surpresa, o qual insistiu em provar imediatamente. O problema era que não conseguia fechar os botões da parte de trás, pedindo inicialmente ajuda para a avó, que jogou a responsabilidade para o avô, que jogou a responsabilidade para Forrest.
Ele nunca havia entrado no seu quarto antes, percebendo o quanto de você tinha nele, deixando-o sufocado. Na frente do pequeno espelho, você perguntava se estava bonita, se o vestido ficou curto demais, se parecia apertado, Forrest dando respostas curtas, esforçando-se para não encostar em nada e acabar quebrando ──ou olhar demais para você. O mostrou os botões, três ao todo: nuca, meio das costas e início do quadril. O mais velho respirou fundo antes de chegar perto de você de costas nuas, os dedos encostando na pele da nuca, o cheiro do seu cabelo quase o desconcentrando, deslizando os dedos para o próximo, esbarrando na pele descoberta, espiando no espelho você se olhando, dando conta da diferença de altura e tamanho corporal, voltando a atenção para o botão, deslizando mais uma vez para o último, imaginando que conseguiria fechar o braço ao redor da sua cintura. Forrest quase cedeu ao desejo repentino de inclinar o rosto no seu cabelo, correr as mãos por ele, se perder ali. Afastou-se rapidamente quando notou a respiração descompassada, a falta dela obrigando-o a arfar, o coração batendo tão forte que teve medo de você ter ouvido ou sentido. Não esperou nem mais um instante para sair do seu quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
multiverso tom hardy.
Fanfiction[ PAUSADA POR TEMPO INDETERMINADO ] escrevo paradas do tom e dos personagens que este querido fez.