Confissões No Bar

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{Choso}

Eu deixei Yuki Tsukumo me convencer a passar em um bar para comemorar a nossa primeira luta juntos, mesmo ela tendo durado uns seis minutos.

Concordamos que aquilo era uma maldição absorvida pelo Kenjaku, mas era fraca o suficiente para ser combatida até mesmo por um calouro. O que esse cretino está aprontando agora? O culpado pelas desgraças na minha vida, meus irmãos não teriam se enfrentado se ele não tivesse escondido a verdade sobre mim. Durante todo esse tempo fui eficiente apenas como marionete obediente.

_Eu gosto do tradicional, então vou pedir uma cerveja e você?_ A voz de Tsukumo me tira dos pensamentos. Olho para ela sentada no banco ao meu lado. Seu cabelo está preso em um penteado elaborado, o que deixa sua figura mais séria, não combinando com o seu olhar brincalhão.

_O que disse?

_Esquece, eu sou ótima em escolher a bebida certa para as pessoas! Embora eu não costume beber acompanhada._ Como é de se esperar, ela solta um risinho, se divertindo sempre.

_Acha que a maldição que acabamos de enfrentar era apenas uma distração?_ Minha voz sai firme, a mudança de assunto traz uma nova áurea para o lugar. Yuki empurra a cadeira para mais perto de mim, ela cobre a boca com a palma da mão como se estivesse prestes a contar um segredo.

_Quer mesmo falar sobre isso em um bar? Mas respondendo à sua pergunta, a resposta é sim. Concordo que foi apenas uma distração, não sei dizer se os alvos éramos nós dois ou quem quer que estivesse encarregado de Tóquio.

Uma bebida é posta na bancada em minha direção pelo garçom, um homem alto que usa um terno parecido com o meu. Levo a taça até a boca, o líquido desce rasgando a garganta com seu sabor adocicado demais. Um arrependimento de ter aceitado vir parar aqui começa a se formar.

_Minha vez de fazer uma pergunta.

_Não sabia que estávamos revezando perguntas.

Ignorando a minha objeção, a mulher prossegue: _O que acha do Yuji, Choso?

Olho ao redor do bar, o som da música e das conversas formando um pano de fundo distante. Um suspiro de resignação escapa dos meus lábios. _Itadori é uma boa pessoa, tem pouco tempo que o conheço, mas consigo ver isso. Ele sempre quer ajudar os outros, mesmo que isso custe a sua vida.

_Entendi. Espero que vocês tenham mais oportunidades de estarem juntos, acho que vão se dar bem.

_Minha vez de fazer a próxima pergunta. Como você consegue ser tão despreocupada em meio a tudo isso?_ pergunto, genuinamente curioso.

Ela dá de ombros, sorrindo. _Eu encontrei uma maneira de balancear as coisas. A vida é curta, especialmente para nós que estamos constantemente enfrentando o perigo. Aprendi a aproveitar os momentos bons, mesmo que sejam poucos.

_E você acha que isso ajuda?_questiono, tentando entender sua perspectiva.

_Ajuda a manter a sanidade_ela responde, seus olhos encontrando os meus. _E também ajuda a lembrar pelo que estamos lutando.

Fico em silêncio por um momento, refletindo sobre suas palavras. Há uma pessoa enigmática na minha frente.

 Há uma pessoa enigmática na minha frente

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Você Faz Muito O Meu Tipo (Yuki e Choso)Onde histórias criam vida. Descubra agora