VII. So now we have a deal

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O inferno sem sombra de dúvidas era o único lugar onde a existência de paz poderia causar intriga e angústia. 

Quando a população tomou conhecimento de que Harry havia matado dois demônios, todos reconheceram o acontecido como o início de uma guerra, uma guerra entre pecadores e demônios, um disputa entre Lúcifer e seu mais novo inimigo declarado, o Demônio do acordo, aquele que melhor resistisse ganharia, ou continuaria, com o título de rei do inferno. 

Algumas, muitas, semanas se passaram desde a coletiva de imprensa dada por Louis sobre a morte de seus demônios, e talvez por ter chegado a existir uma desavença direta entre ele e Harry, os pecadores criaram uma expectativa em relação ao que aconteceria depois.

E por isso eles estavam na razão de ficarem tão confusos quando nada aconteceu após a discussão no Electric Chapel.

Da noite para o dia, Harry voltou a se recolher em sua casa, apesar da porta sempre aberta para que pecadores interessados em selar acordos entrassem, ele não foi visto nenhuma vez passeando pela rua em um mês inteiro.

O rei do inferno voltou a ser o mesmo Louis do último século com a diferença que se tornou um ouvinte atento sempre que seus demônios apareciam nas reuniões para contar sobre algum problema, uma solução sempre era dada sem que precisasse levantar de sua cadeira. Voltou a fingir estar ocupado em seu escritório o dia inteiro, mas no lugar de gastar o tempo praticando seus hobbies, passava a maior parte desse tempo refletindo sobre as palavras de um certo demônio de olhos verdes e obcecado pela cor vermelha. 

Foi como se uma parte perdida da alma de Louis tivesse sido-lhe entregue de volta, mas foram apenas os lábios de Harry tocando os dele. 

Beijar Damon, ou qualquer outra pessoa que chegasse a ter interesse físico no futuro, nunca mais teria a mesma graça após a conexão que sentiu com o calor de Harry junto ao seu. 

Nem suas noites seriam tranquilas, pensando nas palavras ditas pelo demônio a todo instante antes de pegar no sono.

Louis não ignorou de propósito as batidas deferidas em sua porta, só estava muito distraído praticando seu mais novo e único hobby das últimas semanas: ficar perdido em seus pensamentos.

⸺ Louis? Você está aí?

O rei do inferno enfim se deu conta de que alguém o procurava quando escutou a voz suave de Zayn soar abafada do outro lado da porta, que estava trancada para não ser interrompido enquanto tentava falhamente se exilar. 

 ⸺ Pode entrar, Zayn. ⸺ Louis respondeu após erguer sua mão para destrancar a porta sem precisar levantar da cadeira. 

Zayn adentrou a sala com uma cara de quem sabia que algo estava errado, mas Louis interpretou seu olhar fixo em seu rosto como se Zayn só estivesse chateado por ter sido deixado tanto tempo esperando do lado de fora. 

⸺ Me desculpa por não ter te atendido logo ⸺ Louis se desculpou meio sem jeito, indicando que o demônio sentasse na cadeira em sua frente. ⸺ estava pensando em umas coisas… Uns problemas.

⸺ Sei bem que tipo de "problemas" você estava pensando ⸺ Zayn deu um sorriso sem graça, afastando a cadeira desocupada para sentar. ⸺ seu problema começa com H e termina com Harry. 

Louis apenas desviou o olhar. 

⸺ Sabia! O que está acontecendo, Lou? ⸺ Zayn tentou saber para conseguir ajudar de alguma forma, mas Louis pareceu resistente. ⸺ Você nunca me contou o que aconteceu na noite em que chamou o Harry para vir até aqui. Vocês discutiram? 

⸺ Pior. ⸺ Louis suspirou sem disposição para reviver o que aconteceu. 

Zayn arregalou os olhos. ⸺ Vocês lutaram?

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