FRAGMENTOS DE NÓS ( JIKOOK)

CAPÍTULO 4

🌙 Olá, LUNAticos! 🌙

Bem-vindos a mais um capítulo nessa jornada envolvente. Espero que vocês estejam prontos para mergulhar ainda mais fundo na nossa história e que cada capítulo desperte suas emoções. Que a lua ilumine nossa leitura e que vocês aproveitem cada momento.

⚠️ CONTÉM TENTATIVA DE SUICÍDIO.

⚠️ CONTÉM AGRESSÃO.

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JUNGKOOK

Eu observei, impassível, enquanto minha secretária recolhia suas coisas, os olhos cheios de lágrimas que ela tentava, sem sucesso, segurar. A respiração dela estava irregular, e eu sabia que a mulher estava prestes a chorar. Assim que cruzou a porta, o som abafado dos soluços dela ecoou pelo corredor, mas isso não me comoveu. Há muito tempo, eu deixei de me importar com essas cenas.

Assim que a porta se fechou, me virei para a janela, encarando a vista da cidade que se estendia abaixo. O céu estava cinzento, pesado, quase refletindo o que eu sentia por dentro. Mas, antes que eu pudesse me perder nesses pensamentos, a porta do meu escritório se abriu novamente, sem que alguém tivesse batido. Eu sabia quem era antes mesmo de olhar.

O homem entrou com sua presença sempre marcante. Aos 31 anos, ele ainda mantinha aquela aura magnética de alguém que nasceu para ser notado. Seus cabelos, bagunçados de uma forma que só ele conseguia fazer parecer elegante, caíam sobre a testa, e seus olhos castanhos me analisavam com uma mistura de preocupação e exasperação.

- De novo, Jungkook? - Taehyung se acomodou na cadeira em frente à minha mesa, com a confiança de quem já fez isso mil vezes. - É a quinta secretária que você manda embora só este mês. Se continuar desse jeito, ninguém mais vai querer trabalhar pra você.

Eu continuei olhando para a janela, sem me dar ao trabalho de encará-lo.

- Só aparecem pessoas incompetentes - murmurei, minha voz saindo mais áspera do que eu pretendia.

Ele suspirou, um som pesado e cansado, como se estivesse carregando um fardo invisível.

- Até quando você vai ser essa pessoa mal-humorada e sem vida que se tornou? - ele perguntou, a voz dele carregada de uma preocupação que eu sabia ser genuína, mas que me irritava ainda mais.

Fiquei em silêncio. Não porque não tivesse resposta, mas porque estava cansado de ter essa mesma conversa repetidamente, mas Taehyung parece incapaz de entender que algumas feridas simplesmente não cicatrizam.

- Já faz seis anos... - ele começou, e eu senti meu corpo enrijecer. - Seis anos desde que... você sabe. Já está na hora de superar a morte do Jimin e seguir em frente.

O nome dele... aquele nome que eu evitava pronunciar, foi como uma chama acesa em meio a um depósito de pólvora. Em um instante, a raiva explodiu dentro de mim. Sem pensar, bati com força na mesa, fazendo tudo ao redor tremer.

- Ele não morreu! - rosnei, minha voz baixa, mas carregada com uma fúria que me consumia por dentro. - Saia da minha sala.

Tae ficou em silêncio por um momento, claramente surpreso com a minha explosão. Seus olhos, geralmente tão calmos, se arregalaram por um segundo antes de ele suavizar sua expressão, como sempre fazia quando sabia que tinha cruzado uma linha.

- Me desculpe, JK- ele disse, com a voz baixa e cheia de arrependimento. - Eu não devia ter falado isso... mas eu me preocupo com você. Eu não sei mais o que fazer. Meu irmão está da mesma forma, preso a algo que está dificil de mudar.

Meu coração bateu mais forte, mas não de forma agradável. Namjoon, o irmão de Taehyung, também não havia superado a dor, afinal o via como um irmão. A imagem dele, sempre tão preocupado com Jimin, invadiu minha mente. Talvez ele tenha sido sempre tão protetor, porque não conseguiu proteger seu irmão de ser levado para longe, para ser fechado em um colégio.