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1 mês depois.

Melissa

- 265 e 243 acabaram de ter alta

- vou providenciar a papelada doutora - a enfermeira fala e eu aceno com a cabeça.

Estou no Hospital e já está na metade do plantão.

Faz alguns dias que voltei a ativa, agora que as coisas parecem estar voltando para o lugar, está sendo mais fácil se concentrar no trabalho.

Hugo está quase cem por cento recuperado, quase tendo alta da fisioterapia e ja voltou a andar de moto (contra a minha vontade).

Meu pai tem me ligado com frequência da clinica de reabilitação, principalmente depois que contei para ele as coisas que aconteceram ( mas não dei tantos detalhes para não alarma-lo).

Daqui a algumas semanas ele estará completando os seis meses de tratamento e me disse que tem se sentindo bem melhor.

Meu celular apita com a notificação de uma mensagem.

"Estou indo para casa, está livre para jantar hoje? "

É uma mensagem de Hugo.

Ele voltou a ir para a oficina, mas está trabalhando somente meio período para poder passar mais tempo em casa, passar mais tempo com a mãe.

" estou livre sim, passo ai mais tarde"

Mando a mensagem e em menos de 1 minuto, ele me responde.

"Estarei ansiosamente esperando"

Sorrio e ao olhar para o corredor, vejo Ellen vindo em minha direção.

- que sorriso bobo é esse? - ela pergunta.

Guardo o celular no bolso e me viro para ela.

- sorriso bobo? Aonde?

- você está radiante, oque esse cara fez para te deixar assim em?

- eu não faço ideia do que você está falando

Ela segura em meu braço e me puxa para caminhar pelo corredor do andar.

- falando sério...como vão as coisas? E Sua sogra?

- ela está um pouco debilitada mas ainda tem conseguido fazer as atividades básicas, ontem ela me pediu para acompanhá-la até o teatro, queria assistir uma peça mas infelizmente não conseguimos ficar até o final...ela começou a sentir muita falta de ar

- nenhuma possibilidade?

- não Ellen, eles já confirmaram, não há nada a fazer, ela já aceitou

- ela tem sorte de ter você como nora

- tem?

- tem sim, você está levando ela para os lugares que ela deseja e a ajudando a aproveitar seus últimos meses de vida, está sendo como filha

- eu não poderia agir de forma diferente, você sabe...foi muito difícil com minha mãe, eu queria ter feito mais por ela

- você fez oque podia nas condições que tinha

- eu sei, é só que as vezes é difícil aceitar isso

- em falar nisso, como ele está lidando?

- eu não sei muito bem, ele não conversa muito sobre isso comigo, mas ele tem feito as sessões de terapia com a Glória

- que bom, isso vai ajudar...ele está indo na igreja?

- ele foi no último culto comigo

- e como foi?

INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora