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Hugo

Tiro a jaqueta e passo as mãos por meu cabelo.

Eu sou um imbecil. Nunca deveria ter vindo atrás dela.

Olho para o hospital e depois para minha moto. Tive que vir a pé até aqui ja que não ia suportar vir de carro com ela.

Confesso que por um segundo tive vontade de beija-la, quando olhei para sua boca...

- Droga! - essa médica não sai da minha cabeça.

Descido entrar no hospital para beber um copo de água, estou morto de cansaço depois desse dia péssimo que passei.

Vou até o bebedor ao lado do balcão de atendimento e viro dois copos de água na boca.

- tem certeza?

- tenho, eu vi os dois saindo juntos

- coitada

É impossível não escutar a conversa das duas enfermeiras do balcão ao lado. Será que mulheres não sabem fazer nada além de fofocar?

- é mesmo, aceitar sair com um cara desse

- você ouviu oque a Alice disse? Ela contou que ele é um ogro, que tratou ela como uma qualquer...

Jogo o copo de água no lixo e me viro para ir embora.

- Rodrigo é o pior de todos mesmo

Paro de andar ao ouvir o nome daquele imbecil.

- espere pra ver...ela vai aparecer com o braço roxo como a enfermeira da  neurologia, mas não vai querer falar a verdade para  não perder o emprego

Me aproximo do balcão e olho para as duas.

- vocês estão falando do médico?

- quem é o senhor? Precisa de alguma coisa...

- só me responda por favor...estão falando do homem que estava com a doutora Melissa?

- sim - uma delas responde - estamos, mas quem é o senhor?

- sou um... - oque eu sou dela? - sou um amigo dela - minto - não consegui deixar de escutar a conversa, isso que vocês disseram é verdade? Ele bateu mesmo nessa enfermeira?

- bateu

- e porque ela não denunciou? Ele seria demitido

- não seria não, ele como médico é excelente, a direção não o demitiria, no máximo um afastamento, eles preferem abafar o caso e deixar o tempo passar

- entendi... obrigado pela informação - me viro para ir embora e volto até o estacionamento, onde deixei minha moto.

Subo na moto e dou partida indo para o apartamento.

Eu sabia que aquele cara não prestava, só não sabia que era um covarde.

Desde o dia em que Rebeca estava internada e ouvi aquela conversa no refeitório do hospital, dele e com outro médico, desconfiei que pudessem estar falando de Melissa.

Achei que seria muita coincidência eles estarem falando dela bem do meu lado. Mas hoje, depois de ver que os dois estão realmente próximos e agora ouvindo oque as enfermeiras disseram, tenho certeza que Melissa está caindo em uma armadilha.

Deixo a moto no estacionamento do prédio e pego o elevador indo para meu apartamento.

Não demoro muito para tomar um banho e comer alguma coisa, e logo estou no sofá tentando achar algo para assistir.

INFINITOOnde histórias criam vida. Descubra agora