Capítulo 8

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Espero que gostem <3

Natália

Acordo com os raios solares invadindo meu quarto, assim que abro meus olhos a primeira coisa que vejo é ela, Carol, dormindo tranquilamente, me viro de lado para contemplar sua beleza por alguns segundos. A expressão tranquila, serena, os cabelos pretos e ondulados espalhados pelo travesseiro, os lábios carnudos que tive a honra de sentir sob os meus. Lembro-me do beijo de ontem a noite, sinto um formigamento nos lábios mas os sentimentos confusos estão ali, prontos para me atacar.

Uma voz no fundo da mente me castigando, relembrando "É pecado...Deus vai castigá-la Natália" balanço a cabeça tentando tirar aquela voz de dentro da minha cabeça mas ela persiste dizendo "Foi errado...é errado...é pecado" sinto meu coração acelerar, levo minha mão até meu peito em uma tentativa de controlar minha respiração que já se encontrava descompensada. Fecho meus olhos, tentando focar em outra coisa, até escutar meu nome ser chamado por uma voz que eu já conhecia.

"Natália!" Carol diz levando suas mãos até meu rosto, abro meus olhos encontrando os seus olhos verdes me encarando. "Calma" sua voz tentava me tranquilizar e eu me sentia cada vez mais fora de controle, sentia lágrimas escorrer pelo meu rosto. "Nati...calma" me sento na cama e ela me abraçou sussurrando próxima do meu ouvido "Desculpa...eu não deveria...desculpa" mesmo suas palavras cortando minha pele, sinto meu corpo se acalmar com seu abraço, levo minhas mãos até suas costas a abraçando mais forte, depois de alguns segundos me afasto dela limpando minhas lágrimas.

"Tá tudo bem!" digo num fio de voz e ela concorda com a cabeça sem jeito.

"Acho melhor eu ir embora então..." ela diz descendo da cama e passando as mãos por seu rosto.

"Carol..." seus olhos encontraram os meus. "Você ainda vai ser minha amiga?" pergunto insegura, afinal eu não queria me afastar dela, e do sentimento bom que ela me trazia.

"Claro que vou" ela garante com um sorriso. "Nada mudou" ela diz desviando os olhos dos meus e indo em direção ao banheiro.

E tanto Carol, como eu sabíamos que tudo tinha mudado, difícil era encarar essa nova realidade à luz do dia. Afinal a escuridão e a noite eram propícias a erros e pecados.

>>>

Estava na cozinha almoçando com Dona Lurdes e pensando em tudo que aconteceu na outra noite, quando meu celular começou a tocar, olho para o visor e vejo que é uma chamada de Pedro, franzo a testa em confusão, ele raramente me ligava. Atendo a ligação um pouco tensa.

"Oi Pedro"

"Oi maninha, como está?" Tinha muito barulho ao fundo e sua voz parecia estranha.

"Tudo bem e contigo?"

"Natália, eu preciso que você fique calma..." senti meu coração acelerar com sua frase e acabo me levantando da mesa, Lurdes faz o mesmo, busquei sua mão a apertando de leve enquanto ela me encarava com preocupação.

"Pedro, o que aconteceu?" perguntei fechando os olhos e orando mentalmente "Deus não faça isso comigo...de novo, não"

"Natália, papai infartou enquanto dirigia para casa!" Sinto meus joelhos cederem e acabo ajoelhada no chão da cozinha, meus olhos foram tomados por lágrimas e deixei escapar um soluço. "Calma minha irmã, ele vai ficar bem!"

"Pedro...a mamãe ela..." tento falar em meio ao desespero.

"Nati ele tá em cirurgia e a mamãe tá bem, só com alguns arranhões"

OraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora